|•°•°Sick•°•°|

11. Love Me Again

No dia seguinte, Donghyuck nunca estivera tanto tempo calado e quieto, era como se estivesse apenas a existir, como se nada o fizesse de facto esforçar o cérebro, ou sequer mover os olhos da parede ou do chão. Levantava-se apenas para comer, e se Chittaphon ou Johnny lhe dissessem alguma coisa, ele apenas murmurava um "hm" e seguia caminho. Não punha os pés na casa de banho do quarto, era incapaz de o fazer sem se lembrar do ocorrido do dia anterior. Só de olhar para a porta da divisão, a única coisa em que conseguia pensar era no corpo mutilado de Minhyung no chão, e isso doía-lhe de uma forma absurdamente profunda. Esperava alguma chamada do médico, ou de um enfermeiro, ou de uma rececionista, ou alguém ligado ao hospital. Mas nada. Literalmente nada.
Teria morrido? Não, se tivesse morrido já o teriam avisado. Mas se estivesse vivo também.
E foi no meio desses pensamentos que Chittaphon disse uma coisa que desta vez lhe captou a atenção.

- Donghyuck? Ligaram para o teu telemóvel. Ele acordou.

Nem respondeu, levantou-se e correu para fora de casa, sendo seguido pelos dois amigos. Seguiram para o hospital no carro do Johnny, e demoraram metade do tempo que demorariam se não estivessem com pressa. Donghyuck entrou pelas portas do estabelecimento como um furacão, correndo até alguém que lhe pudesse dizer em que quarto estava "Mark Lee, por favor".

Nº 315

Achou uma coincidência cruel. "Porque é que o número do quarto tinha que ser exatamente o mesmo que o número do nosso quarto no colégio? Isto é Deus a brincar com a minha cara só pode."

Olhou através do vidro, Mark olhava pela janela do seu lado esquerdo.

"- Acho que precisas mais daquela janela do que eu."

Bateu à porta e entrou sem mesmo ouvir algum tipo de resposta.

Mark olhou para ele e desviou o olhar para a janela outra vez, como se ninguém tivesse entrado. Donghyuck não conseguiu decifrar que tipo de emoção ele tinha sentido ao vê-lo ali. Parecia indiferente, mas isso era... impossível?

- Mark..

- Podes parar já aí. - Falou sem sequer olhar para ele. Mark Lee, o rapaz tímido que não consegue responder torto ou sequer olhar as pessoas olhos nos olhos. Mark Lee, o educado e inseguro, o triste e sensível. Mark Lee, falou-lhe rudemente sem lhe dirigir o olhar.
Donghyuck permaneceu no mesmo sítio.

- Sai.

- Mark eu não vou sair.

- Sai. - Olhou finalmente para ele, com um olhar vazio.

- Eu não vou a lado nenhum Minhyung, e tu sabes que não. - Decidiu repetir o que o outro lhe tinha dito há dois dias atrás, quando o mesmo se estava a sentir mal.
Mark suspirou.
Donghyuck avançou e sentou-se na poltrona ao lado dele.
Ficaram ambos em silêncio por uns minutos.

- Tu nunca chegaste a saber o que aconteceu ao Chittaphon...Interessa-te saber?

- Donghyuck, tu destróis-me por dentro e vens aqui falar-me do Chittaphon?

Donghyuck nem esperou um segundo até o maior acabar de falar.

- Eu obriguei o Johnny a beijá-lo.

Mark olhou para ele, espantado.

- Exatamente. Eu obriguei o Johnny a beijar o Chittaphon no terceiro dia depois de ele ter chegado lá. Sim, eu sou o monstro que tu sempre negaste que eu fosse. Eu sou o monstro que obrigou o rapaz com depressão a beijar o rapaz que sofreu assédio, apenas por diversão.