CORIAKIN EXPLICOU-NOS SOBRE A ILHA NEGRA. Basicamente, ela é um lugar onde está todo o mal, ele tece armadilhas e ilusões para corromper a luz, mostrando nossos medos mais terríveis e nossos desejos mais sombrios. Ele avisou-nos que seríamos testados e eu, de verdade, não quero falar sobre o que houve comigo. São péssimas memórias.
De qualquer forma, passamos 14 dias em uma tempestade constante, sem nem sinal de terra firme, até que chegamos à ilha que nos encontramos. Mas, antes de contar sobre o atual momento, quero contar sobre a 12° noite de viagem.
Eu tinha tido um pesadelo e não conseguiria dormir tão facilmente, então sai da cabine que dormia para não atrapalhar Gael e Lúcia, que permaneciam dormindo.
Estava observando as poucas oceânides ao redor do navio brincarem, aproveitando uma das poucas noites sem tempestade, fazendo um bonito show de nado sincronizado.
— Elas gostam de você. — ouvi Caspian dizer e olhei-o, um pouco assustada. — Desculpe se te assustei.
— Não, tudo bem. — respondi e nós ficamos observando elas terminarem seu show. — Por que diz isso?
— Oceânides tendem a ser tímidas durante a noite, mas aqui estão elas fazendo uma apresentação pra você. — ele explicou e olhou-me. — Não conseguiu dormir também?
— Pesadelos. — respondi, sorrindo para as ninfas que acenaram animadas pra mim, após terminarem sua apresentação.
Arregalei os olhos ao vê-las fazendo um coração gigante para nós e fiquei absurdamente corada.
— Tímidas, sei. — eu ironizei, vendo elas sumirem no oceano.
Demos risada e ficamos em silêncio, sentindo o balançar do navio.
— Tive pesadelos também. — Caspian confessou e olhei-o, preocupada.
— Quer conversar pelo resto da noite? — eu ofereci.
— Na verdade, eu tinha uma outra ideia. — ele disse, parecendo um pouco constrangido, e ergui uma sobrancelha, esperando. — Mas não sei se vai achar correto.
— Ora, diga e eu mesma julgo. — respondi, apoiando o cotovelo na amurada do navio.
Dessa forma, nós acabamos enrolados em um abraço para conseguirmos dormir. O problema é que não conseguíamos nos organizar na rede.
— Essa foi a pior ideia de todas. — eu sussurrei, segurando o riso, enquanto tentava desenrolar minha perna da dele e da rede.
— Com toda certeza. — Caspian murmurou, tentando fazer o mesmo que eu.
Com um puxão, libertamos nossas pernas, mas eu quase cai da rede no processo. O reflexo de Caspian foi impressionante, pois ele rapidamente me puxou pela cintura e voltei para a rede, não muito sã mas salva e numa posição um tanto constrangedora.
Tudo que conseguimos fazer foi tentar não rir alto, porque não havia outra coisa a ser feita.
Encostei minha testa em seu ombro e relaxei o corpo, arrumando as pernas ao redor de suas coxas. Com meu movimento, ficamos quietos, notando que sentei em suas pernas. Eu rapidamente arregalei os olhos e me deitei ao seu lado, arrumando espaço onde não tinha, graças ao constrangimento.
Demorei algum tempo para arranjar coragem e levantar a cabeça para olhá-lo, mas quando o fiz não me arrependi nem um pouco, pois aqueles apaixonantes olhos castanhos brilhavam ao olhar-me.
Aproximamos nossos rostos, tendo plena consciência do que aconteceria, e nos beijamos. Foi lento, como se estivéssemos tentando aproveitar ao máximo, e, bom, não existe como dizer isso. Simplesmente um dos melhores beijos que já dei, porque ambos estávamos imersos em paixão um pelo outro. Estávamos ansiosos por aquilo há muito tempo. Então, quando nos separamos, olhamos um para o outro por um longo segundo, antes de eu puxá-lo para outro beijo, dessa vez mais rápido.
Durante os próximos dias, continuamos dormindo juntos, mas os beijos não eram frequentes, pelo clima do navio estar péssimo. Mas as olhadas, os toques, as palavras, não sumiram.
Estávamos e ainda estamos inegavelmente apaixonados, eu só não sei o que fazer sobre.
༶ °. ‧⁚ ◦ ❤ ༶ °. ‧⁚ ◦
Espero que tenham gostado.
Primeiro beijo finalmente aaaaaaaaaa
Até a próxima.
30/09/2020.
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Permaneça ❤ Crônicas de Nárnia
Fanfic[short-fic] Charlotte Alley foi para Nárnia de penetra, disso ela sabe bem. Estava apenas cuidando de dois adolescentes brigões e de uma garota gentil. O problema mesmo é que, enquanto tentava apartar uma briga, o quadro começou a expelir água e, ma...