Capítulo Único - A calmaria da Primavera

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O sol se dispersava na cidade de Kamino, no distrito de Yokohama. Local esse, que à alguns anos houve um enorme confronto, confronto esse que levou uma metade da cidade a destruição e um grande herói, se aposentou. Mas agora, ela se encontrava em ordem e acima de tudo, em completa paz. Afinal, vilões não ousaria querer atacar a cidade mais, principalmente quando se tinha uma enorme taxa de pro heroes fazendo vigia e prontos para luta a qualquer momento.

A brisa era fresca, trazendo um ar de calmaria por completo, o que de fato não se encontrava. Os olhos escuros observava a última folha, amarelada, se desprender do galho que acabara de passar. Por um momento, ele fechou os olhos, absorvendo o momento da brisa fresca, o vento balançava o tecido da roupa do herói, Suneater, que voava rapidamente pela cidade e pensando em somente em chegar ao seu objetivo.

Nunca deixara de ser ansioso.

Mas agora, sente medo também.

Ele não suportaria perder ela, jamais. E agora, precisa ficar com ela; seja para tentar acalmá-la ou apenas apoiá-la. Ele precisa ajudá-la.

Depois da chamada que recebeu do celular de sua esposa, voz essa que se identificou como enfermeira Hideaki Nozomi, seu coração chega a errar as batidas; com as simples palavra ditas pela médica, Sr. Amajiki, esperamos que consiga chegar em breve pois chegou a hora. Ele estava em patrulha, não poderia parar, porém, um colega de trabalho que parecia saber - e sentir - o que se passava o tranquilizou.

-Você pode ir.- disse com um sorriso, o moreno. -Eu entregarei o relatório assim que acabar, afinal, não falta tanto, não é? Ela precisa de você.- deu ênfase na última frase. Após Tamaki ouvir aquilo, a única coisa que queria fazer era se teletransporta para ao lado dela. Apenas sentiu o dever de obedecer.

E foi com um sorriso de canto e um aceno, que ele partiu.

Claro que o sorriso não durou muito, a sua cabeça foi ocupada com lembranças que fizeram se preocupar novamente.

A gravidez de Nejire não foi tão preocupante, problema fora antes.

Quando descobriram a gravidez, a felicidade do casal foi imensa, as notícias foi dadas para amigos e familiares que parabenizaram com elogios - e frases que deixou o casal constrangido - mas feliz ao mesmo tempo. Bem, novas rotinas, novas vidas.

Se ela não tivesse perdido o bebê.

Como nem tudo no mundo são flores, isso aconteceu em uma noite. Ela dormia tranquilamente quando sentiu uma pontada forte na região da lombar um pouco perto da bexiga, ela estranhou. Porque de início doeu, mas depois, a dor passou com o estalar de dedo. Estranhando este fenômeno em se corpo, se levantou e foi em direção ao banheiro, o fato de sua intimidade estar molhada chamou sua atenção, porque desde que engravidou Tamaki se recusava a fazer qualquer tipo de ato sexual - apesar de no fundo querer muito. Quando entrou no cômodo e acendeu a luz, os olhos arregalados brilharam por causa das lágrimas que se formavam. A cabeça se virou, com seus lindos orbes Safira observando fixamente entre suas pernas. -Não...- ela mexeu os lábios mesmo não pronunciando som algum, entre suas pernas estava... Sangue.

Ela não acreditava, não conseguia.

O cérebro não processou a informação, fazendo as pernas bambearem e cair, naquele chão frio.

O lado quentinho estava frio e sem o doce perfume forte de sua amada, foi aí que notou a falta dela. Os olhos dele percorreu o quarto mas parou segundos depois ao fixarem na freste de luz que apareceu de baixo da porta.

-Ne...- se interrompeu com um longo bocejo. -jire.- coçou os olhos para acordar, balançou a cabeça de leve e tratou de se por de pé. -Nejire.- a chamou sussurrando, como se ela conseguisse ouvir. -Minha querida, está tudo bem?- bateu na porta, suavemente.

A azulada do outro lado, sentiu um arrepio na espinha. Ela se encontrava aos prantos encolhida no canto do banheiro, não queria contar à ele, sentia medo.

-Nejire, se você não responder eu vou entrar à força.- sua voz apesar de estar em um tom sonolento, soou áspera.

-Vai embora!- gritou chorosa. Se encolhendo ainda mais no canto.

O coração do jovem-homem pálido começou a falhar. O sentimento de preocupação invadiu. Não raciocinou ou pensou em algo, simplesmente entrou no cômodo ignorando os protestos de sua esposa.

Fechou os olhos com força, lembrar deste ocorrido era como levar uma facada no peito. A dor era enorme.

"Está bem, está bem, está bem." suspirou. "Pensamentos pessimista, agora não! Elas irão ficar bem." pensou em frente a sua casa.

Uma casa um tanto... simples.

Mesmo sendo um herói bastante conhecido pelo público, e receber o bastante para se ter quase, quase uma casa de luxo - das mais caras de preferência. Uma casa simples foram o que decidiram escolher.

Adentrou a porta e foi em direção ao quarto. Ambos preferiram o parto ser a domiciliar, por ser melhor e principalmente por parte dos repórteres, não o agradaria nem um pouco um recém-nascido tendo sua privacidade invadida para ser anunciado ao Japão todo que é filho de um dos grandes heróis do ranking. Os gritos desesperados e agoniantes de sua esposa o fizeram correr mais rápido do que tudo, não ligara nenhum pouco para se importar se estava ainda com o traje de herói; ele também não iria perder o seu tempo para trocar para roupas simples de jeito nenhum. Apenas precisava dar apoio à ela.

-Você consegue, vamos lá.- disse a enfermeira Nozomi.

Quando teve a visão privilegiada da situação da esposa, se aproximou sem hesitar, os olhos da ex-Hado arregalaram, aparecendo um dificultoso sorriso em seus lábios. Ele segurou as mãos pálidas e delicadas de sua esposa e deixou que ela apertasse, por ele, que apertasse o quanto puder pois mesmo que sentisse dor nas suas mãos não era nem a metade da dor que ela estava passando. Os dedos passaram pelos cabelo azul e coberto de suor de sua amada, ajeitou e colocou a mecha que parecia lhe incomodar atrás da orelha, aproximou seu rosto para perto do local e sussurrou:

-Eu não faço ideia do que você sofreu, eu não pude sentir sua dor naqueles dias. Mas vê-la sofrendo, não dever chegar nem perto do que você presenciou. Mas eu sei que você é forte, mesmo... que demorou muito tempo para voltar a ser você...- ele puxou o ar para não derramar as lágrimas que segurava. -Mas você superou. Eu sinto que ficará bem. Eu estou aqui com você, e não deixarei que nada aconteça com vocês.

Um grito de dor escapou da boca da jovem mulher.

-Eu já consigo vê-lo.- anunciou a segunda médica, com aparência mais jovem.

A Amajiki respirou fundo, pegando o máximo de fôlego possível, esperou a próxima contração e tratou de empurrar mais uma vez; reunindo forças que não imaginava que tinha. E quando sentiu o pequeno ser escorregar para fora de si, caiu desfalecida no travesseiro, começou a chorar ao ouvir o som mais lindo que já ouvira, as lágrimas da jovem mãe rolaram ao ouvir as enfermeiras comemorarem e o som que tanto queria ouvir - que aguardava meses - na qual este fez valer a pena a dor que passara.

-Parabéns, Sr. e Sra. Amajiki.- a morena com o nome de Nozomi, sorria por baixo da máscara. -É uma menina.

O anúncio do presente que Nejire fez tanta força para entregar, fez Tamajiki voltar os olhos a esposa que em questão de segundos a trilhou de beijos na testa e selinho não se preocupando com o suor que ela tinha ali. O herói segurou o rosto da mulher em suas mãos e não pôde fazer nada além de agradecer e falar o quanto era uma mulher incrível.

Os olhos de Safira percorriam o pequeno corpinho que estava embrulhado em uma mantinha amarela. Os dedos da jovem mãe percorreram a delicada face da bebê com cuidado. Ela era linda! A pele clarinha, dava sinais de que puxara o lado da mãe, o tufinho de cabelo escuro e as orelhinhas pontudas dava sinal que o pai teve sucesso no trabalho. Como que pode? A conhece a pouco tempo e já a amava demais.

-Minha pequena, Yasu.- ela sussurrou, apertando a pequena criança para si.

-Bem vinda, Amajiki Yasu.- puxou a esposa para mais perto, um de seus dedos percorreram o rostinho delicado e as bochechas da nova membra da família. Os olhos do jovem pai arregalaram quando a pequenina, agarrou seu dedo indicador com toda a força. A perfeição em pequeno ser, acabou de ser definida!- Obrigada Nejire! Muito Obrigada!

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O Melhor Presente - TamaJire/ Tamaki e Nejire - BNHAOnde histórias criam vida. Descubra agora