— Harry você não pode apenas rosnar para todas as camponesas que vierem aqui. — O homem suspirou vendo seu marido se jogar na cama, deitando de bruços e soltando um som alto e rouco do fundo da garganta. — Amor me escuta...— Harry n-não quer outra fêmea! — a besta agarrou o travesseiro escondendo seu rosto ali. — Foder Louis. Dar os bebês para você. Cabo.
— Eu não tenho um útero, sou como você! Um macho. Não uma fêmea e você sabe muito bem disso.
— Tô bravo com você! — Harry levantou da cama e vestiu sua calça com certa pressa e fechou o botão.
Seu maxilar estava saltado e a linha delineada gritando sua frustração por ter que fazer aquilo. Ele queria um filhote, sim, mas não iria deitar com outra pessoa sem ser seu macho. Ele era fiel. Fazia parte da sua natureza. Louis abriu a boca meio indignado ao vê-lo rosnando alto e se movendo agitado pela casinha deles.
— Harry?
— Não! Agora não, p-porra! — o macho saiu pela porta batendo ela com força e sem dizer nada.
Louis correu para abri-la se encolhendo de frio e viu seu Harry, caminhando pela horta deles, usando apenas uma calça jeans, os cabelos presos em um coque apertado e o corpo pálido completamente exposto ao vento frio do inverno.
Não que isso incomodasse, Harry viveu nu em meio a neve desde de seu nascimento, o frio não era nada a preocupar seu marido mas sim o fato dele ser uma besta, para todos só uma mercadoria de casta inferior. E ele apenas saiu, sem sua coleira correndo para dentro da floresta próximo a sua casinha. Louis esperou até vê-lo sumir em meio à vegetação escura, estava meio chateado.
Normalmente sua fera ficava irritada com ele ou algo e descontava isso com sexo bruto. Só que dificilmente fazia isso, falar palavrões e sair de casa o deixando por um tempo era seu modo de dizer que estava além de puto. A procura deles por uma camponesa boa suficiente e com características parecidas com as deles não era fácil, ainda mais quando seu macho recebia elas com as presas expostas.
Louis fechou a porta segurando suas lágrimas e sentou sentou na cadeira da cozinha. Ele queria muito poder apenas dar o filhote ao seu macho sem precisar expô-lo a tudo isso, seria mais fácil e não estressaria ambos. Não havia mais exames para inseminação artificial, e ele não sabia o que ia fazer. Viviam numa época de retrocesso.
Ficou meia hora sentado ali pensando se seu Harry estava bem, se ninguém ia machucá-lo ou tentar discutir com ele. Seu macho era um encrenqueiro, toda vez que saiam havia algo ou alguém para fazê-los ser uma atenção na vila. Todos estavam cientes deles, a liberdade da fera em casa, sua educação, o casamento e a relação afetiva entre eles que ia além de mestre e besta.
Eles não eram os únicos, agora haviam por aí alguns camponeses que estavam fazendo o mesmo, expondo suas relações por igual com a intenção de libertá-los. Era idiota tentar ficar controlando os mais poderosos, uma hora outra guerra ia surgir e eles seriam mortos por tudo o que estavam fazer. Dominar uma raça como se fossem deuses? Era burrice partindo de humanos comuns.
Louis suspirou pesadamente, levantou e foi fazer algo para o jantar já que logo anoiteceria e ele não sabia se sua besta ia querer apenas sopa ou teria muita fome para seu corpo grande. Resolveu fazer uma sopa com muitos legumes como ele gostava, mas também fez galinha ao molho e tirou a água da geladeira. Harry não gostava muito de suco ou café, ele preferia água e leite.
Quando terminou já eram sete horas. Ainda estava sozinho, então foi até a janela para ver ao redor da casa, preocupado como sempre, mas estava tudo quieto. Deserto. Louis deitou às oito para esperá-lo, agoniado com o pensamento de que Harry estava em perigo ou iria passar a noite fora.
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BEAST (L.S) [two short]
Hayran KurguUma nova espécie habita a terra. Metade homem e metade animal. Todos querem ser seus mestres. As mulheres os desejam em suas camas e os homens anseiam conquistarem status sociais com a besta mais valiosa. Louis tem uma besta. Ela é mais que uma pos...