Parte 4

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Helen Alves

Ter aquela moça em minha frente fez o meu coração bater mais forte. Senti uma vontade incomum, passei a desejar conhecer Lívia. Pena que ao Débora se aproximar, ela aproveitou para fugir.

— Estava conversando com a secretaria nova do doutor Álvares? – ela indagou ao perceber que eu estava procurando algo pelo ambiente.

— Ela é a nova secretária dele? – perguntei já feliz com a ideia de ver Lívia todos os dias.

— Sim, acho que hoje é o primeiro dia dela – Débora comentou e já me olhou desconfiada – Já estava jogando seu charme para cima da moça?

— Claro que não... droga, por que sapatão tinha que ser assim?

— Bom... eu não sei, pois não entendo desse seu mundo – Débora respondeu em meio a risos – Aproveita que Álvares gosta muito de conversar contigo e vá lá conhecer a nova secretária.

— Ah... não farei isso. O que ela vai pensar?

— Bom... que ganhou na loteria, pois uma mulher como você não é todo dia que temos correndo atrás da gente feito cachorrinho sem dono – Ri com comentário de minha amiga.

Débora é uma amiga que consegui na faculdade, tem 32 anos e é casada com Marcelo. Ela é uma mulher que demorou muito para se achar bonita e se aceitar como era. Era acima do peso desde a sua última gravidez. Foi difícil lidar com as críticas que recebeu por conta disso, mas hoje, ela vive bem, tenta cuidar da saúde e se importar menos com a opinião dos outros.

— Você percebeu que ela tem vitiligo, né? – Ela me indagou, chamando toda a minha atenção.

— Sim, mas isso não muda meu interesse – Já falei na defensiva, pois de preconceito eu entendia muito bem.

— Calma, eu só queria saber se você havia reparado, pois não quero que você vá atrás dela e a machuque. Com certeza, ela já lida com o preconceito e não precisa de outra pessoa para falar para ela que tem vergonha de como ela é, e por isso não assume um relacionamento.

— Entendi, Débora, mas eu não ligo para isso. E eu achei ela linda – Comentei e Débora balançou a cabeça algumas vezes. Eu tinha esse costume de me apaixonar a primeira vista, não sossegar até conhecer a pessoa e sempre me decepcionar depois. Mas dessa vez, eu me senti um pouco diferente. Nunca comentei sobre, mas eu nunca tive muita sorte com relacionamentos. Sempre aprontavam algo para meu lado.

— Aproveita então e vá conversar com o doutor Álvares. Assim da uma rondada – Ela comentou em meio a risos.

— Vou deixar para outro dia. É melhor. Não quero que ela ache que eu estou seguindo ela.

— Bom... já que vai deixar para o outro dia. Olhe isso – Ela apontou para um painel. Havia todos os funcionários da clínica ali, 25 ao todo. A única preta lá, eu – Legal, né?

— É...

Amor à primeira vista - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora