Parte Final
Lívia Ferreira
Após trocar mensagens com Helen, eu fiquei um tempo sentada em minha cama olhando para a tela do celular. Um sorriso bobo não conseguia se findar em meus lábios. Eu estava muito apaixonada e, a cada dia, eu ficava ainda mais.
Ouvi batidas em minha porta e autorizei a entrada de minha mãe. Ela me olhou com certa curiosidade, pois eu não parava de sorrir.
— O que está acontecendo, Lívia? — ela me perguntou sorrindo também, pois a sua felicidade era a minha, ela sempre deixou claro isso.
— Eu a amo, mãe — comentei após minha mãe se sentar ao meu lado.
— Fico muito feliz por isso, minha filha.
Senti os braços de minha mãe envolvendo o meu corpo em um abraço. Apoie a minha cabeça em um de seus ombros.
Os dedos de minha mãe começaram a acariciar os meus cabelos levemente.
— Hoje será um dia maravilhoso e precisamos nos arrumar. E ainda falta a lasanha que precisa ser montada.
— Helen disse que já está com água na boca — disse ao me lembrar da conversa que havia tido com minha namorada.
Minha mãe sorriu.
— Essa moça está me deixando mal-acostumada.
— E você tá fazendo o mesmo com ela — encarei os olhos de minha mãe que me observavam com atenção.
— Você está tendo tudo que merece, minha filha. Não sabe o quanto desejei você ter uma pessoa legal em sua vida — ela disse e depois senti os seus lábios tocando a minha testa.
Fechei os meus olhos sentindo aquele carinho materno que tanto me fazia bem.
— Vamos arrumar tudo? Helen vem nos buscar que horas? — ela perguntou ao se levantar da cama.
— Onze — disse e minha mãe ficou com uma feição um pouco preocupada.
— Precisamos nos arrumar então. Venha filha. Você vai me ajudar a montar. — Dona Carmen segurou a minha mão e me puxou em direção a cozinha.
Ao passar pela sala, eu vi o meu pai escolhendo o dominó que iria levar para a casa dos pais de Helen. Acho que ele não estava querendo perder naquele dia. Sorri ao perceber como os meus pais estavam animados, contudo, era impossível não sentir um pouco de nervosismo ao pensar que mais tarde eu iria conhecer os meus sogros.
Antes um pouco do horário marcado, eu me posicionei em frente ao espelho e encarei a minha imagem.
Os meus cabelos naquele dia estavam mais ondulados que de costume. Eu vestia um vestido vermelho que batiam um pouco acima de meus joelhos. Em meus pés, calçava uma sapatilha preta. Tentei me arrumar da melhor forma possível para aquele almoço, porém algumas inseguranças me rondavam.
— Você está linda.
Uma voz conhecida começou a tomar conta do ambiente e eu direcionei o meu olhar para a porta. A visão que tive fez o ar faltar em meus pulmões e meu coração bater mais forte.
Helen estava linda com uma camisa jeans na cor azul e uma calça preta bem apertada. Os seus cabelos cacheados estavam soltos e bem volumosos.
— Acho que eu tenho que dizer isso para você — eu disse enquanto a observava se aproximar de mim.
Quando o seu corpo parou em frente o meu, sentiu os dedos delicados de Helen acariciando a minha face.
Fechei os meus olhos e fiquei reparando em como o seu cheiro tomava conta do ambiente toda vez que ela estava presente.
A respiração calma de Helen começou a bater conta de meu rosto, e não demorei para sentir os seus lábios volumosos tocarem os meus.
Beijamo-nos devagar, sentindo o quanto era bom ter o toque da boca da outra.
Aos braços fortes de Helen contornaram a minha cintura, isso fez com que o meu corpo ficasse colado ao dela. Uma vontade de tê-la começou a tomar conta de mim.
— Bom... Sei que está bom aí, mas não podemos nos atrasar. — A voz de meu pai começou a tomar conta do ambiente.
Helen se afastou imediatamente de mim. Era engraçado como ela tinha medo de meu pai. Eu sei que meu pai é todo sério, mas acho que não era para tanto.
— Desculpa, seu Osvaldo — Helen começou a se justificar.
Meu pai sorriu.
— Tudo bem, Helen. Vamos?
Sentindo o meu coração querendo sair pela boca, nós chegamos à casa de Helen. Nunca havia estado ali antes e achei muito bonito o local. Havia um jardim florido na frente. Helen me contou que a mãe gostava muito de plantas.
Quando entramos, fomos recebidos com abraços calorosos. Parecia que a família de Helen já nos conhecia há muitos anos.
Meus pais e os de Helen logo fizeram amizade.
Danilo queria saber tudo sobre minha vida e começou com umas conversas estranhas sobre primas. Notei que Helen o reprovou com o olhar.
Achei graça do jeito dele, parecia ser um cara muito divertido.
Para minha surpresa, a mãe de Helen me deu uma bolsa de crochê. Disse que não sabia que eu iria gostar, mas havia feito pensando em mim, mesmo nunca tendo me visto.
Dei um abraço caloroso nela em agradecimento. Ela ficou muito feliz por saber que eu havia gostado.
Naquele dia, o almoço ocorreu tudo bem. Amamos a comida da dona Adelaide e ela pareceu amar a lasanha de minha mãe. Até pediu a receita, minha mãe ficou muito animada com isso.
Depois um clima mais pesado tomou conta do ambiente, pois os meus pais e de Helen começaram a jogar dominó. Sempre empatavam e eles começaram a perder a paciência com quem não estava jogando, não queria ninguém dando palpite.
Como o jogo deles estava muito sério, Helen me chamou para acompanhá-la até o seu quarto. Disse que ela queria me mostrar algo.
Danilo, que estava ao nosso lado, fez piadinhas, mas ela logo cortou.
A passos um pouco apressados fomos para o quarto dela. Quando chegamos não demorou muito para Helen abraçar o meu corpo. Havíamos passado o dia todo desejando estar mais próxima da outra. Demonstrávamos isso com olhares intensos e toques mais ousados quando ninguém estava por perto.
De repente, ouvimos gritos eufóricos de meus pais. Com certeza eles estavam na frente.
Como não estávamos mais ligando para o jogo, deitamos na cama. Helen ficou sobre o meu corpo e comecei a olhar com atenção para ela. Eu a amava muito e sabia que o meu coração havia a escolhido para ser a dona dele.
Fim!
Notas:
Acabou! Espero que tenham gostado. Muito obrigada por terem acompanhado.
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Amor à primeira vista - CONCLUÍDO
RomanceLívia é uma jovem de 24 anos. Diariamente, ela tem que lidar com o preconceito das pessoas. Isso a fez pensar que o mundo havia ficado ruim, pois a maior parte das pessoas que havia conhecido levava mais em conta a aparência do que o que havia no in...