Parte 43

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Parte 43

Lívia Ferreira

Era quarta de manhã. O clima em casa estava muito animado. O dia mal havia começado e minha mãe cantarolava pelos cantos. Nem precisei de despertador para acordar.

— Pelo visto, a senhora está muito animada, dona Carmen. — Cheguei a cozinha e a surpreendi enquanto a via tirar um bolo do forno.

— Oh, minha filha, estou muito feliz. Não é todo dia que você completa 25 anos ao lado de quem você ama. Quando você se casar com Helen, você vai entender — Minha mãe falou e eu fiquei sem jeito.

— Mãe... Helen e eu ainda não estamos nesta fase de casamento. E nem me imagino casando no momento. — Sentei-me em uma cadeira.

— Eu sei que não é, mas acho que a sua relação com Helen tem futuro. Ela é uma mulher maravilhosa. Ela virá à noite, não é mesmo?

— Sim, mamãe, fique tranquila, ela irá comer a sua lasanha. — Comecei a achar graça de todo o apego de minha mãe por Helen.

— Sabe, minha filha, talvez você esteja estranhando este meu apego com Helen, mas isso tudo é porque sei que ela te faz bem e feliz, é o que sempre desejei para você. Me doía saber que você sofria por pessoas que não valiam a pena. Hoje, estou feliz, pois Helen é realmente alguém que vale a pena. Você faz bem a ela e ela a você — minha mãe disse e eu me emocionei.

— Ela me faz muito bem, mãe. Ela é diferente de todas as pessoas que já conheci.

— Ela tem boas intenções com você, pois, no meu tempo, quando um rapaz queria conhecer os pais da moça, queria dizer isso.... que queria propor casamento.

Começamos a gargalhar.

— Mas, hoje, as coisas não são assim, mãe.

— Eu sei que não, mas ainda sou apegada a esse tempo.

— Bom, acho que preciso tomar logo meu café para ir para o trabalho. — Comecei a comer o bolo que a minha mãe havia feito.

Não demorei para estar pronta para ir para o trabalho.

Sai de casa e me deparei com Helen já me aguardando em frente ao portão. Sorri por vê-la toda distraída olhando no celular.

— Por que não quis entrar? — perguntei ao me aproximar.

— Ah... — Helen olhou para mim e sorriu de uma forma encantadora. — Bom, achei melhor ficar aguardando aqui fora. Fico com vergonha de estar indo muito a sua casa. Vai que seus pais pensam mal de mim. Que não tenho casa. — Ela fez uma carinha toda fofa ao terminar de dizer.

Eu ri do jeito de Helen. A última coisa que meus pais iriam pensar é que ela não tinha casa.

— Não, eles não pensariam isso. — Posicionei o meu corpo em frente ao dela e mordi levemente os meus lábios, pois estava com muita vontade de beijá-la.

Helen sorriu um pouco de lado e puxou o meu corpo para mais perto do seu.

— Sabia que você é muito linda? — ela perguntou.

— Você diz isso sempre.

— Claro, pois minha namorada é muito linda. Mais linda que você não existe — ela disse e eu comecei a gargalhar. — Por que está rindo?

— Você é muito conquistadora, dona Helen.

— Que nada! — Helen acariciou a minha face. — Minha mãe está ansiosa para te conhecer. Até quis saber se seus pais jogam dominó.

— Meus pais jogam e amam. Dificilmente alguém ganha deles aqui na vizinhança. — Comecei a me lembrar de como os meus se achavam por conta disso.

— Ah, então meus pais vão gostar, pois estão cansados de ganhar de mim e Danilo.

— Bom, mas mudando de assunto, quando você irá me beijar? — perguntei e Helen me olhou com intensidade.

— Hum... Que tal agora? — Ela juntou mais o meu corpo no dela e aproximou os nossos lábios.

O nosso beijo no início foi lento e depois foi se aprofundando. Senti o meu corpo esquentar. Me esqueci totalmente do que acontecia ao nosso redor e dos nossos compromissos para aquele dia.

— Sei que tá bom, mas não acham que vão atrasar? — Meu pai perguntou todo divertido dando um susto na gente.

— Pai!

— Seu Osvaldo!

Helen e eu nos afastamos, pois estávamos constrangidas.

— Oi, meninas! — Meu pai estava acabando de chegar do trabalho. Parecia bem cansado, mas, como sempre, não deixava o seu lado divertido de lado. — Não é dando uma bronca em vocês, mas tá na hora já — disse apontando para o relógio em seu pulso.

Helen pegou o seu celular e percebeu que meu pai estava certo.

— É, está no horário mesmo. Desculpa por qualquer coisa, seu Osvaldo — ela disse sem graça.

— Ah, querida, não se preocupe com isso. Os pais de Carmen já me pegaram tantas vezes com ela. Bom... acontece. Vão lá, preciso ir descansar. Bom trabalho para vocês. — Meu pai abriu o portão de casa.

— Obrigada, bom descanso para o senhor — Helen disse ainda envergonhada.

Meu pai sorriu.

— Obrigada, Helen.

Quando ficamos sozinhas, comecei a gargalhar e Helen me olhou toda séria.

— Não achei graça. Achei que iria levar uma bronca hoje — ela confessou.

— Meu pai não é disso. — Segurei uma das mãos dela. — Vamos?

— Claro, estamos um pouquinho atrasadas mesmo.

Amor à primeira vista - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora