Parte 38
Helen Alves
O amor toca a gente sem avisar. Não precisamos de um real motivo para amar, parece que tudo é sem explicação. As coisas acontecem. Quando nos damos conta, estamos rindo feito bobas e ignoramos totalmente o que acontece ao nosso redor.
— Helen, estou aqui reclamando da bagunça em minha casa e você nem está me dando atenção — Débora reclamou, pois não era a primeira vez que chamava a minha atenção naquele dia. Era o horário do almoço. Como não sai no mesmo horário que Lívia, eu chamei a minha amiga para conversar. Mas acho que só ela que estava falando.
— Desculpa, é que eu estava pensando em alguns problemas.
— Desde quando você acha que consegue mentir para mim?
Rimos.
— Estou pensando em Lívia, confesso. — Dei uma pausa. — Ela é uma mulher maravilhosa... tão linda, Débora. Impossível não pensar nela.
Débora balançou a sua cabeça negativamente enquanto ria.
— Você realmente está apaixonada. Nunca te vi assim tão encantada. Pensava que o caso de vocês seria passageiro.
— Ah... Quero Lívia sempre em minha vida agora. Eu me sinto muito bem com ela. Sabe quando você pode ser você mesma sem se importar se a outra pessoa possa gostar de seu jeito ou não? Pois é, eu posso seu eu mesma com ela.
— Acho que a verdade é que vocês se completam, pois deve ser o tipo de relação que as duas desejava, onde pode ser vocês mesmas. Isso é bom, minha amiga.
— Só sinto por estarmos machucadas. Eu já tive minhas decepções e ela as delas — eu disse sentida.
— Sabe, mesmo as decepções sendo para nos machucar, com elas também aprendemos. Deve ter servido de aprendizado para vocês duas. Bom... agora, vocês sabem que não devem se relacionar com pessoas que não aceitam como vocês são realmente. E que em um relacionamento não podemos usar máscaras, devemos ser nós mesmas, independente se a outra pessoa vai gostar ou não. Viver fingindo ser o que você não é machuca, Helen.
— Sim, dói bastante, mas e você, o que estava me falando? — perguntei e Débora revirou os olhos.
— Estava dizendo que Breno e Ângelo ainda irão me matar. Esses meus filhos têm muita energia. E Marcelo não anda me ajudando muito. Fala que está cansado. Parece que a educação dos filhos é responsabilidade somente minha — Débora disse com desagrado.
— Acho que é bom conversar com Marcelo sobre isso. Os filhos é responsabilidade dos dois.
— Ah, Helen, não sabe o quanto já conversei. Parece que tenho três crianças em casa.
Helen riu da forma como sua amiga falou.
— Mudando de assunto, quando os novos dentistas irão lá na clínica? — Débora indagou.
— Na quinta. Fabíola também irá. Isso me deixa um pouco preocupada, pois não sei como será a reação de Lívia. Bom... ela pode lembrar do que aconteceu no domingo.
— Como assim: aconteceu no domingo? O que houve que não estou sabendo?
— Ah... Lívia me viu com Fabíola.
— Vocês se beijando? — Débora levou as mãos até a boca, parecendo estar surpresa. — Eu sabia que teria uma recaída. Mesmo com tudo, você era louca pela Fabíola.
— Débora, não foi isso... — falei e minha amiga me olhou confusa. —Não, não foi isso. Ainda bem que não foi. Me encontrei com Fabíola, falamos sobre os novos dentistas, mas ela quis comentar sobre o passado... Que ainda sente algo por mim. Bom... Fabíola segurou a minha mão e Lívia viu essa parte.
— Bom... então quer dizer que Lívia não gostou de ver Fabíola segurando a sua mão?
— Foi o contexto da situação. Lívia já se relacionou com mulheres que a enganaram. Eu falei a ela que domingo teria que resolver questões de trabalho...
— Então olhando todo o contexto da cena e pelo o que você havia dito a ela, Lívia achou que você estava a enganando?
— Hum... — Peguei um copo de água e comecei a tomar. — Sim, bem isso, Débora.
— Resumindo: você terá problemas se caso Fabíola aparecer na clínica quinta. Ela nunca foi de desistir fácil. Mesmo com tudo, ela ainda corre atrás de você. Bom... ela ainda sente algo por você, Helen. Você sente algo por ela? — Débora me perguntou e fiquei pensativa, porém sem dúvidas com relação aos meus sentimentos.
— O máximo que poderia haver seria uma amizade entre colegas de profissão. Não quero proximidade. Não tenho nada contra Fabíola, no entanto, se ela pode prejudicar minha relação com Lívia, eu prefiro me manter distante. Não quero minha relação seja desgastada com a proximidade de alguém que já é passado, Débora.
— Você tem razão, minha amiga. Se já é passado e pode fazer mal ao seu relacionamento atual é melhor manter distância, pois se você der corda a Fabíola, ela pode achar que você ainda tem interesse. Vai dar motivos a ela para lutar por você.
— Sim, e a última coisa que eu quero é Fabíola querendo ter espaço em minha vida. Eu amo Lívia, Débora, é ela que quero ter em minha vida. É com ela que eu quero planejar o meu futuro — eu disse com convicção.
Notas da autora:
Estou muito feliz. Hoje, eu terminei essa história. Postarei com mais frequência, pois quero começar o ano com coisas novas. hehehe
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Amor à primeira vista - CONCLUÍDO
RomanceLívia é uma jovem de 24 anos. Diariamente, ela tem que lidar com o preconceito das pessoas. Isso a fez pensar que o mundo havia ficado ruim, pois a maior parte das pessoas que havia conhecido levava mais em conta a aparência do que o que havia no in...