Rainha

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O baque do carro anunciou a chegada do detetive Byun Baekhyun à sede de Quântico. Era costume do rapaz agir daquela forma quando estava no limite do estresse: descontava a frustração em qualquer objeto inanimado que cruzasse seu caminho.

Seguiu em disparada para o prédio principal, ignorando todos ao seu redor. Não tinha paciência para formalidades sociais e fugia de qualquer contato que não fosse profissional, recusando convites de seus colegas. Sabia que o único interesse naquelas propostas era espalhar fofocas sobre sua vida privada, em especial a parte amorosa. Baekhyun não entendia o motivo das pessoas serem tão obcecadas naquela questão em particular.

Entrou de supetão na sala do Capitão e sentou-se apressado, como se estivesse atrasado, mas não estava. Sua pontualidade era impecável e ninguém entendia o porquê de sempre correr contra o relógio.

— Você ao menos tomou banho antes de vir? — disparou Capitão Holden.

Baekhyun soprou o ar de maneira debochada e preferiu ignorar aquela insinuação ofensiva. Holden gostava de provocá-lo a fim de tentar extrair alguma atitude agressiva que justificasse sua demissão, mas o rapaz não dava a mínima abertura para que isso fosse possível.

— Qual foi o resultado da perícia? — Baekhyun inclinou-se sobre a cadeira para que pudesse verificar os documentos em cima da mesa.

Holden abaixou o olhar e empurrou um dos inúmeros papéis em sua direção. Baekhyun apanhou a folha impressa nas mãos e a analisou antes de bufar frustrado.

Fazia dois anos que estavam caçando um assassino em série em vão. Embora o FBI tivesse sido bem-sucedido na maioria dos casos, este ainda permanecia sem solução. Para evitar embaraços, eles eram proibidos de falar sobre o assunto em público até que obtivessem provas concretas.

E, para a infelicidade de Baekhyun, ele era o responsável por aquele caso.

A perícia da última cena do crime era sua esperança de pegar qualquer rastro do assassino, mas não encontraram nada, assim como nas tentativas anteriores. O suspeito parecia um fantasma. Ou, de acordo com diversos fóruns na internet, um gênio do crime.

Sem nada a acrescentar, saiu da sala em silêncio e agradecido por não ter recebido outras provocações vindas de seu chefe. Recostou-se sobre a parede do corredor e soltou um suspiro exaurido. Bagunçou os fios escuros de seus cabelos — a fim de aliviar o nervosismo — e se pôs a andar em direção ao escritório da sua equipe de investigação. Assim que passou pela porta, foi abordado por seu parceiro, Oh Sehun, que também tinha os cabelos alvoroçados, denunciando que tinha negligenciado o sono na noite anterior.

— Eu disse que essa perícia não nos levaria a nada. Sabemos que existe mais de um assassino nesses crimes e estamos perdendo tempo seguindo ordens de superiores que nem se importaram em investigar o mínimo do caso. — Apontou para o quadro abarrotado de anotações interligadas por fios vermelhos no centro da parede.

Baekhyun foi em direção à sua mesa e apoiou o quadril sobre a parte desocupada da superfície branca. Ao seu lado, arquivos em pastas amarelas se empilhavam próximas de seu computador ligado na tela azul de login. Cruzou os braços e lançou um olhar fatigado ao parceiro.

— Já disse que não temos evidências suficientes... — Sehun o interrompeu de maneira brusca.

— Temos evidências óbvias! Você sabe que essas burocracias são a nossa maior barreira para concluir a investigação! — Ergueu as mãos, aborrecido. Ele sabia que aquela discussão acabava por só aumentar a tensão no ambiente já carregado e não ajudava no andamento do trabalho.

Encerraram aquele assunto quando um dos agentes anunciou que o caso estava sendo discutido em um canal de televisão na Europa. Todos se aproximaram da tela plana pendurada, e observaram atentamente uma repórter, de longos cabelos castanhos, falar com forte sotaque britânico:

Xeque Mate [chanbaek]Onde histórias criam vida. Descubra agora