Blindfold

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Foi impossível para Sehun e Baekhyun dormirem naquela sexta-feira.

Durante o dia, tiraram um cochilo ou outro quando tiveram a oportunidade, porém, passaram boa parte da manhã acompanhando Minseok no hospital. O rapaz não tinha se ferido com gravidade, apenas desmaiou por conta de uma pancada na cabeça e por inalar muita fumaça durante o incêndio. Minseok ficou em observação por algumas horas antes de ser liberado para prestar depoimento à polícia; no entanto, ele dizia não se lembrar de nada e que não viu ninguém entrar na boate. Provavelmente, o copiador o atacou por trás ou ele foi desacordado pelo baque das garrafas que caíram em cima de si, aquilo ainda permanecia um mistério que fazia a mente do detetive fervilhar.

O médico disse que era normal alguém que bateu a cabeça sofrer com perda de memória ou confusão por um tempo, mas que logo ele se recuperaria; era uma questão de paciência, algo que Baekhyun estava longe de possuir naquela situação.

Quando deram fim à papelada, Baekhyun se ofereceu para levar o amigo barista para casa, não queria deixá-lo sozinho naquele estado. Sehun ia no banco do passageiro, absorto demais em seus próprios pensamentos para sequer prestar atenção no que acontecia ao seu redor, e Minseok ia atrás em silêncio e com uma expressão atordoada. O detetive não sabia o que dizer para confortá-lo, portanto, se limitou a explicar que estava atrás de um assassino perigoso e que este tinha sido o responsável pelo ataque na madrugada. Sentia-se culpado, mas sabia que toda culpa era do copiador. Homens como o ele sempre atacam inocentes para ameaçar alguém específico, algo que é extremamente baixo e covarde, na opinião do ex-soldado.

— Você tem certeza que ficará bem sozinho? — perguntou o detetive enquanto dirigia calmamente. Pelo retrovisor, pode ver Minseok encarando sua nuca.

— Tenho. — acenou com a cabeça — Afinal, o que esse assassino quer?

Baekhyun suspirou. Ele não tinha uma resposta. O que o copiador realmente queria? Talvez só ver o circo pegar fogo? Se vingar de alguma coisa que lhe aconteceu na infância? Não sabia absolutamente nada sobre ele, apenas que era um homem violento, brutal e que gostava de caçoar de outros assassinos em série. Provavelmente, nem gostava de xadrez e só usou as peças para provocar Park e iniciar uma guerra de quem é o melhor psicopata. Era até cômico pensar por esse ângulo, o tipo de competição que certamente atrairia muitos telespectadores curiosos ou os deixaria totalmente apavorados com o nível da crueldade humana.

— Não sabemos. — mordeu o lábio inferior — Mas tome cuidado, certo? — novamente olhou para o retrovisor e viu o amigo assentir.

Deixou o barista na porta do prédio onde este residia, logo, se despediu e partiu para a casa de Sehun. No caminho, o parceiro se manteve quieto e o detetive aproveitou aquele momento para relembrar o que podia do copiador ou o ajudante, não podia descartar aquela opção. Pela luta que tiveram, pode notar que ele era experiente em defesa pessoal, os movimentos eram semelhantes ao treinamento que se recebe no exército e na polícia. Talvez fosse Holden? Já tinha quase certeza disso. Algo nele parecia familiar, embora não tivesse visto nenhum traço do rosto ou escutado o timbre da voz. O mascarado foi extremamente cauteloso quanto a sua identidade. Só podia dizer que o homem era alto e tinha um bom porte físico.

Por um instante olhou para Sehun e uma coceira de dúvida lhe veio à mente, mas logo a descartou. Era ilógico, afinal, seu parceiro tinha ficado para trás antes que corresse atrás do copiador. Não poderia começar a criar suspeitas logo agora que estavam prestes a libertar um assassino em série da prisão. Tinha que manter a cabeça fria até que aquele plano terminasse. Isso presumindo que tudo ocorresse como planejado e que não acabasse baleado ou preso.

Xeque Mate [chanbaek]Onde histórias criam vida. Descubra agora