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Levanto e subo às escadas me sentindo zonza. Vejo uma silhueta na escada e é Milles novamente.

- Você está bem?

- Não. - digo colocando a mão na testa.

- Vou te levar para o quarto. - ele diz - Flora está lá.

Ele pega a minha mão e me guia até o quarto. Quando chegamos eu me deito na cama e fecho os olhos.

- Tá tudo bem com ela, Milles? - Pergunta Flora me fitando.

- Acho que não.

Flora dá de ombros e volta a brincar com suas bonecas, enquanto vejo pelo canto do olho Milles se sentar no pé da cama.

- Milles. - o chamo - Como sua mãe se chamava?

Milles para de olhar para Flora e me olha com as sombrancelhas franzidas.

- Clarrice. Por quê?

Sinto um arrepio.

- Nada demais.

- Tem algo demais sim (S/N). Por que quer saber o nome da minha mãe?

- Sou curiosa. - dou de ombros.

Milles não insiste mais, só apenas sai do quarto. Flora caminha até mim segurando duas bonecas. Uma tem cabelos de lã vermelhos e a outra de lã amarela. Um dos braços está rasgado e o outro tem um buraco. Ela me entrega uma e lança um olhar confortante.

- Ele é assim... - ela para no ar como se estivesse encontrando palavras certas - Esquisito.

- Não chame ele de esquisito, Flora. - digo - Ele é diferente.

Flora dá de ombros e levanta o olhar para o meu pescoço.

- Nossa.

- O quê, Flora?

- O seu colar...

Eu levo às mãos ao meu pescoço e passo os dedos pela correntinha.

- Eu ganhei quando era bebê. - digo.

- Eu tenho um igual. - ela fala - Só que o meu é um tipo de jardim. - ela olha o pingente mais de perto - A Sra. Grose disse que ia guardar. Nunca mais usei.

- Devem ter comprado na mesma loja. - falo e ela balança a cabeça.

- Eu li em um livro da biblioteca. - ela fala e olha para a janela - Estava escrito com as letras da mamãe. Não lembro muito bem.

- Sente falta dela? - pergunto.

- Sinto. E você?

- Do meu pai sim. - digo e arregalo os olhos - Aqui tem biblioteca?

- Tem. Lá embaixo.

Flora me entrega a boneca e começamos a brincar com elas.

Mais tarde eu e Flora vamos para a biblioteca. Tem milhões de livros e é muito grande. Tem um toca discos antigos e várias fotos da familia. Ficamos explorando a prateleira procurando por livros de histórias clássicas.

No jantar estou lavando a louça quando a Sra. Grose surgiu na porta da cozinha e tentei parecer ocupada, enxaguando rápido os pratos.

- Bonito colar, (S/N). - ela falou observando atentamente o pingente.

- Obrigada.

- Quem deu ele pra você? - ela diz e parece um pouco atordoada.

- Ganhei quando era um bebê. - digo, não querendo dar muitos detalhes. Ás vezes ela me dava medo.

- Oh, sim. - ela passa a mão pela roupa. O seu olhar fica involuntário. Ela começa a suar e eu me preocupo.

- Está tudo bem? - pergunto.

- Deve ser só a minha pressão... Eu... Eu vou deitar sim? - ela parece estar em pensamentos longes. Eu comcordo com a cabeça e volto a atenção para os pratos.

Sra. Grose deveria cuidar mais da saúde. Deus sabe o que aconteceria se ela morresse.

Depois que limpo tudo na cozinha já está tarde e tiro os sapatos para não fazer barulho, já que o quarto da Sra. Grose fica perto da cozinha. Subo as escadas devagar e dou uma olhadela para o corredor onde podia escutar múrmurios de vozes.

Bato delicadamente duas vezes na porta e Milles a abre.

- Oi. - ele sorri - Flora está aqui. Entra.

Eu hesito por um momento. Eu sou a babá e ele é quase o meu patrão. Então, eu deveria entrar no quarto dele? Ou não deveria? Eu nunca entrei no quarto de um garoto antes. Pela lógica dos filmes um quarto de um garoto é bem bagunçado.

Ah, esquece eu vou entrar.

Dou um passo e entro. Logo sinto cheiro de algodão e loção pra banho. O quarto do Milles é bem arrumado com guarda-roupa, cama e criado-mudo. Não é tão diferente do da Flora.

- Flora você precisa ir pra cama. - olho para ela que está de bruços no chão, resolvendo um quebra cabeça.

- Agora? - ela faz olhos de cachorrinho.

- Agora. - concordo com a cabeça.

Flora suspira e olha para o jogo denovo.

- Amanhã Milles pode te ajudar. Ele não vai mexer.

A asseguro e ela se levanta. Ela para na porta e acena para Milles, saindo andando pelo corredor em direção ao quarto.

- Ela é adoravél. - digo para Milles que concorda rapidamente.

- Ela é sim.

Seguro a maçaneta da porta e olho para Milles.

- Boa noite, Milles. - sorrio.

- Boa noite, (S/N).

Ele diz e eu fecho a porta.




___________

Oiii.

Eai? Gostaram?

As pessoas só tão me dando Unf.

Eu tô com uns problemas e talvez eu fique sem postar por um tempo.

A foto do colar tá na Midia. Eu achei lindo o pingente da Lua.

Até o próximo cap.

Kiss.









SCARY LOVE - MILLES FAIRCHILD.Onde histórias criam vida. Descubra agora