"Para (S/N) achar um bom emprego que pague bem foi a melhor coisa que já aconteceu em sua vida. Até que ao passar à explorar o grande castelo dos Fairchild, ela nota que coisas estranhas começam à acontecer"
INICIO: 05/08/2020
FINALIZADA: ??/??/??
Acordo toda suada, mas tremendo com os calafrios. Sento-me e assoo o nariz enquanto os meus olhos lentamente se ajustam à luz. O celular está brilhando no chão ao meu lado e, tento me lembrar em que momento ele foi parar ali. Esfrego a testa com a palma da mão. Uma dor de cabeça está por vir.
Meu olhos vão para o rélogio de ponteiro na parede. Marcava exatas quatro da manhã. Me assusto pois está um pouco claro lá fora, o que não era para estar a essa hora. A boneca estava no mesmo lugar, mas o gato havia desaparecido do quarto.
Me levantei da cama indo para o corredor achando que alguém possa estar acordado. Não havia ninguém lá. Para não fazer barulho fui sorrateira como uma raposa. Primeiro o calcanhar e depois os dedos. Aperto os olhos para olhar para fora da janela. A névoa estava densa lá fora e não me parecia um dia de sol.
Foi quando eu vi uma sombra preta na ponta da escada. Parecia uma mulher, mais de imediato concluo que não poderia ser a Sra. Grose. Tinha cabelos negros e longos. Grandes pernas finas e braços grandes. As suas mãos tinham dedos finos e unhas afiadas. Em meio a escuridão eu não conseguia enxergar direito. Talvez eu estivesse sonhando.
Ela foi começando a andar e como a curiosidade estava martelando em meu peito, eu a segui.
Ela passou pela sala de jantar em passos apressados, enquanto eu tomava todo cuidado possivel para não esbarrar nos criados mudos caros, ou nos tapetes persas. Depois pela cozinha, e logo para um corredor com pouca iluminação. Ele tinha uma estante com livros e documentos anexados em pastas. O cheiro da poeira estava presente, então lutei contra a vontade de tossir.
Sra. Grose não havia me dito que havia um cômodo desse. Fui parar em uma sala em que pelo estado não era usada a muito tempo. Caixas e mais caixas estavam empilhadas uma encima da outra. Caixotes cheios de latas de tinta estavam encostados em um canto, junto com um báu enorme.
Tinha um guarda-roupa de carvalho escuro com rosas brancas pintadas na porta. Passo a mão por cima do mesmo admirando os detalhes pintados. Havia também um sofá que estava coberto por um pano branco bem fino. Quem visse essas coisas poderia dizer que parecia uma venda de garagem de uma familia tradicional.
Olho para o papel de parede na cor creme com bolinhas marrons. Estava cheio de mofo e poeira. Teias de aranha estavam distribuidas sobre o teto e o rodapé.
Olho para frente e avisto um retrato na parede, de uma garota muito elegante.
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Pecorro a moldura do retrato e confiro o ano. Sete de junho de 1984. Clarrice Fairchild. Pelo ano não poderia ser a mãe de Flora. Esmago com a mão alguns bichinhos que saiam da moldura que estava muito velha e cheirando a mofo.
Ouço um barulho um pouco atrás do guarda-roupa. Penso se eu deveria empurrar ele um pouco e ver o que há lá atrás. Com relutância e com um pouco de medo de ser pega logo no primeiro dia oficial como babá, eu coloco minhas mãos do lado esquerdo e o empurro para frente. Ele é muito pesado já que é uma madeira verdadeira, então com mais um pouco de esforço da minha parte eu consigo arrasta-ló para o lado.
Meus olhos vão para o criador do barulho. Um ratinho camudongo. O que é bem comum já que estamos no campo. Ele sai correndo e se enfia no buraco que havia no fundo do guarda-roupas. Meus olhos se voltam para o papel de parede e minhas mãos trêmulas vão para uma fechadura.
Eu havia descoberto uma porta.
[...]
Subo às escadas silenciosamente. Passa pela minha cabeça a possibilidade de rasgar o papel de parede e descobrir o que há atrás daquela porta. Hoje tenho o dia livre e vou aproveita-ló ao máximo indo conhecer a vizinhaça. O relógio agora marca quatro e quarenta da manhã e o caminho de volta para o quarto vai ser mais fácil por que já está tudo claro lá fora.
- O que tá fazendo acordada? - Ouço uma voz atrás de mim. Levo a mão direita ao peito e me viro.
- Eu desçi para tomar aguá. - minto.
- Está muito cedo. Volte pra cama se ainda quiser conhecer o estábulo hoje. - Milles coça os olhos. Parece que ele não dormiu.
- Vai me ensinar antes de eu ir para depois das colinas? - pergunto esfregando os braços. A névoa deixava meu nariz coçando.
- Eu vou já que os vizinhos moram um pouco longe. - ele coça a nuca.
- Não. - digo - Não precisa. Eu tenho uma capa de chuva e gosto de fazer caminhadas na neblina. - ele tenta falar mais eu o corto - Não Milles, não precisa.
Volto para o meu quarto e fico ali até o "sol" finalmente dar as caras e os resquicios do barulho de pessoas acordando ecoar pela casa. Está chovendo ainda lá fora, e também há um pouco de névoa.
O dia vai ser cheio.
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Deixem suas conclusões... Eu tive pesadelos à noite. Eu tô amando escrever essa fanfic. Kiss <3