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Depois de um tempo dando uma volta pelo bairro, decidi voltar pra casa. Mas antes eu precisava ligar para uma pessoa.

- Oi, querida. - ela diz.

- Oi.

- Está tudo bem com você?

- Mãe eu preciso lhe perguntar uma coisa. - fui direta.

- Sim?

- Eu quero saber em que data foi que a senhora comprou o colar.

- Ah, sim. Que colar?

- O colar da lua.

- Ora, comprei no ano que você nasceu.

- Mas a data da compra não bate com a data do meu nascimento.

- Como?

- Mãe... - respiro fundo e derrepente me dá vontade de chorar. Me sento no banco da praçinha - O colar foi comprado um ano antes de eu nascer.

- (S/N) aonde você está? - o tom de voz era de preocupação. Até tinha uma pitada de medo.

- Estou na rua Jackson, Mãe - sinto que vou chorar - Eu tenho um irmão? A senhora tá escondendo algo de mim? Por favor me responda.

- Eu estou indo pra ir. - ela desliga e eu fico quieta.

O tempo parece passar devagar e várias teorias surgem na minha cabeça. Não sei quanto tempo eu fiquei ali parada chorando, só sei que um carro passou na rua em frente a mim.

Minha mãe saiu do carro. Estava com uma cara não muito boa. Ela colocou as mãos nos bolsos do casaco e correu até mim.

- (S/N)!

Fungo e limpo o nariz com a manga do suéter. Ficamos em um longo silêncio doloroso até eu quebra-ló.

- Me diz... quero que diga tudo.

Ela respirou fundo e olhou para um casal que corria com o vento tentando pegar um cachecol que voou do outro lado da rua.

- Era uma tarde do dia 26 de abril. - olhei para ela. Pela primeira vez a olhei de verdade - Eu estava na sala aspirando o carpete que o seu pai havia sujado de serragem. Ele havia passado o dia inteiro no sotão cerrando madeira.

Ela começou a ficar com o nariz vermelho. Talvez fosse do frio.

- E eu ouvi três batidas na porta. Três batidas. E eu abri. - ela olhou pra mim - lá estava você com os olhinhos brilhando pra mim e o colar de lua na mão. Estava tão frágil. Provalvélmente com cinco meses.

Eu apoio a cabeça nas mãos encarando o chão.

- E-eu não sabia o dia que você nasceu, então eu adotei como a data do seu aniversário.

Eu a olho.

- Por que não me contou antes?

- Seu pai queria que você soubesse mais eu disse que não. Por isso nos separamos. Não queria que v-você soubesse. Fiquei com medo.

- Tudo bem, mãe. - a abraço e ela chora junto comigo.

Agora era estranho eu a olhar e não ter mais a certeza de que ela não é a minha mãe. A mãe de sangue.

[...]

Volto para casa. Quando passo pelo espelho da sala noto o meu nariz vermelho do frio e do choro. Milles passa por mim e agarra a minha cintura.

- Estava chorando?

- Eu acabei de... de saber de uma coisa louca. - olho para a escada - Eu tô cansada, Milles.

- Tá. - ele me solta - agente conversa mais tarde.

Eu sorrio e balanço a cabeça em concordância. Subo para o quarto onde Sarah e Lucy estão deitadas livremente na minha cama.

- (S/N)? Pra onde você foi? - Sarah levanta.

- Ficamos preocupadas! - diz Lucy.

- Eu fui encontrar a minha... - chamo ou não chamo de "mãe"? - Mãe.

Noto que Lucy está com o meu caderno na mão.

- O que isso significa?

- Isso o que? - pergunto.

O sol, a lua, o jardim.

- Isso foi de um enigma. Um enigma que estou tentando descobrir.

- Legal.

Me sento na cama junto com elas.

- Você tá' bem? Está pálida.

- Acabei de descobrir uma coisa louca.

- Oque? - perguntam em unissono.

- Eu sou adotada.

Elas colocam a mão cada uma no meu ombro como forma de conforto.

- Eu não sabia. A minha mãe disse que em encontrou na porta da casa dela.

- É uma história emocionante (S/N).

Eu sorrio triste para elas que me abraçam de lado. Foi bom elas virem pra cá, penso.




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Eai? Gostaram?

Prepare-se para o próximo capitulo  ha-ha-ha.

Talvez eu faça algumas modificações.

Kiss.










SCARY LOVE - MILLES FAIRCHILD.Onde histórias criam vida. Descubra agora