Sinopse.

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- Quando será o julgamento? - Pergunto respirando fundo.

Os papéis na minha mesa estão uma bagunça. Nada no lugar, e tudo por causa da minha atrapalhada secretaria que deixou para arrumar na última horas. Por isso estamos agora, procurando os documentos do meu próximo julgamento.

- Daqui a uma semana Senhora. - Ela diz com uma voz trêmula. - Sinto muito...

- Sentir muito não resolve as coisas. - Mumurro.

Passo as mãos no cabelo, soltando-o meu coque, não gosto de coisas que me apertam.

- Achei! - Ester, grita feliz erguendo os papéis. - Achei senhorita.

- Ótimo. - Pego da sua mão.

Eu não vou agradecer, a culpa foi dela que perdemos esse documento.

- Preciso estudar, já que estou atrasada, não voltarei hoje, desmarque as reuniões de hoje e não se esqueça de colocar toda a documentação em ordem alfabética. - Pego a minha bolsa e deixo o escritório vendo a cara irritada dela.

Eu não me considero uma pessoa má, não sou, mas a falta de profissionalismo me deixa super irritada.

Eu não tenho uma fama boa, com a minha personalidade eu recebi um apelido carinhoso de "Bela bruxa" não é amável?

Mas ao mesmo tempo eu já fui eleita a advogada do ano, do meu escritório de advogacia por duas vezes consecutivas. Digamos que eu sou muito eficaz no meu trabalho, nunca perdi um caso, nunca. E por isso ninguém é capaz de me afrontar.

Mas apesar da minha brilhante carreira profissional minha vida amorosa é terrível.

Os homens parecem ter medo de mulher empoderada... Mas fazer o que? Eu sou perfeita demais. Talvez eu seja muita areia para o caminhãozinhos desses héteros medrosos.

Deixo o prédio estalando o meu salto no chão, e vendo os olhares de raiva de quase todos, mas eu mantenho o meu sorriso, talvez eu ame ser odiada.

Checo o meu celular quando entro no meu carro. Mensagens da minha irmã e minha mãe, que eu não faço questão de abrir, já me estressei muito por hoje, não quero aguentar as lamentações de mamãe, e nem a minha irmã se exibindo sobre como ela amanheceu mais linda. Não, Obrigada, eu passo.

Dirijo vendo o sol de Los Angeles brilhar, mesmo sendo três da tarde a vista continua sendo linda. Eu amo essa cidade.

Pena que vou encontrar aquele insuportável da cafeteira. Noah. A pessoa que é mais insuportável do mundo. O meu azar é que essa é a melhor cafeteria da cidade e eu só bebo café de lá.

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Noah Pov.

Dou um sorriso a senhora simpática e entrego o chá a ela.

- Obrigada, querido. - Ela diz.

- Não precisa agradecer, volte sempre. - Digo.

Eu amo meu trabalho... Eu gosto muito de trabalhar com o público e fazer café. Minha especialidade.
Meu sonho é abrir uma cafeteira só minha.

Mas para isso eu ainda preciso trabalhar muito para isso.

Como a tarde não tem muito movimento eu aproveito para limpar a cafeteira. 

Começo limpando o balcão até ouvir o barulho de salto agulha batendo no piso.

Só de ouvir, eu já sei quem é. A Bela bruxa. Diarra Sylla, como ela consegue ser irritante sem dizer uma palavra?

O que ela tem de bonita tem de exigente, mesquinha e brigona.

- Um americano gelado. - Ela diz assim que para em frente ao balcão. Mau educada.

Hoje ela está de vermelho, ela gosta de vermelho, já deu para perceber isso. Cabelos curtos e soltos. Uma pasta preta em uma mão e uma bolsa da mesma cor no ombro.

Seu rosto continua igual, lindo mas com um olhar debochado. Eu realmente a odeio.

- Pois não, boa tarde senhora, o que deseja? - Digo ignorando o que ela tinha me dito.

Ela me lança um olhar mortal e pega a carteira na bolsa.

- Faça logo. - Coloca uma nota de sem dólares no balcão. - Faça rápido e eu te dou todo esse dinheiro de gorjeta, sei que você precisa.

Ela da um sorriso vitorioso e vira as costas indo até a mesa onde ela sempre senta, a do canto onde tem janela. Totalmente uma bruxa.

Que ela pensa que é? Acha que só por que eu sou pobre ela pode me humilhar assim?

Faço o café, se eu não fosse tão profissional provavelmente cuspiria dentro dele. Mas não eu não arruinaria de propósito um café.

Pego o dinheiro dela e vou até ela.

Ela está concentrada lendo alguma coisa. Ela sempre trabalha aqui. E as vezes demora tanto que eu não consigo fechar a loja no horário. Ela é completamente incoveniente.

- Aqui o seu café. - Digo colocando na mesa mas ela me olha. - E aqui está o seu dinheiro.

- O que é isso? - Ela olha. - Eu estou pagando pelo café.

- E EU estou te dando ele de graça. - Dou um sorriso. - Eu também sei fazer caridade.

Dou um sorriso vitorioso e dou as coisas ouvindo ela me xingar.
Como uma advogada pode ter uma boca tão suja?

Mas eu estou satisfeito, se ela está irritada, quer dizer que desta vez ganhei.

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Então pessoal, eu estou devendo as outras fics? Sim! Eu sei. Mas fiquem no meu pé.

Essa fic já tá um tempo aqui, mas só esses dias eu consegui desenvolver ela.

Eu tô postando pra vcs não ficarem sem att. Mas talvez eu arquive essa depois.

Vou postar o cap um daqui a pouquinho. 😘

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