Ciúmes - Parte I

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O Meu ciúme...

Um luar pálido do quarto crescente iluminava suavemente o Monte Paozu. Era o final de uma primavera quente, mas a noite estava fresca e agradável. Os ruídos da floresta próxima enchiam os ouvidos de Goku, imerso no seu ofurô externo de olhos fechados, com um sorriso tênue no rosto calmo. De vez em quando ele dava um suspiro profundo e se mexia ligeiramente na banheira.

Um ruído o fez abrir os olhos. Chichi vinha de dentro de casa, usando um roupão vermelho, com os cabelos presos num coque frouxo. Ela trazia uma bandeja com um chá gelado para eles dois e sentou-se na beira da banheira para oferecer a ele um copo, que sorriu antes de aceitar, e serviu-se ela mesma, bebendo silenciosamente enquanto olhava com carinho para o marido. De repente ele perguntou:

– Goten?

– Festa do pijama na casa com os amigos do Trunks na casa da Bulma. – ela disse – Você está com fome?

– Na verdade, ainda não – ele sorriu para ela – você está assim porque quer tomar um banho aqui comigo?

Chichi corou e assentiu com a cabeça. Goku riu. Mais de 25 anos juntos e ela ainda sentia essas vergonhas. Ele fez um gesto, chamando-a para a banheira. Ainda muito vermelha, ela desceu o roupão pelos ombros, revelando seu corpo nu, e entrou rapidamente no ofurô fumegante, ficando com água até o pescoço imediatamente. Goku a puxou com carinho e sentou-a sobre sua perna, sorrindo para ela e dizendo:

– A água está boa para você? Quer mais quente?

– Um pouquinho...

Ele riu novamente e se concentrou um pouco. Com as pontas dos dedos da mão direita, ele tocou a água, concentrando-se para que a elevação de seu ki aumentasse a temperatura da água. Em minutos eles estavam envoltos pelo vapor quente, que soltava um perfume suave por causa dos óleos relaxantes que Chichi jogara ali mais cedo. Goku a abraçou ternamente, puxando-a para que relaxasse com ele. Chichi aconchegou a cabeça no seu peito e fechou os olhos, sorrindo.

– Você está muito cansado? – ela perguntou.

– Um pouco. Mas eu estou bem. Todos nós comemos sementes dos deuses quando saímos da arena. Se não tivesse feito isso eu não me aguentaria em pé agora...

De repente, Goku sentiu a necessidade de falar. Ele precisava contar à sua mulher como havia sido o torneio do poder, o que estava em jogo, o que ele havia vivido e sofrido dentro daquela arena, como havia lutado... e ele contou tudo. No fim, ela afastou o rosto do seu peito e perguntou:

– Então... tudo que vivemos, nosso universo... poderia ter sido apagado? Foi por isso que você lutou e se empenhou tanto?

– Sim – ele disse, com a voz baixa e rouca. – mas acho que em parte a culpa foi minha... eu sugeri o torneio, eu dei ideias ao Zen-Oh.

– Não penso assim... – ela deu de ombros – não foi você quem sugeriu a ele que apagasse tudo por aí. Me parece meio irresponsável um sujeito poder apagar tudo que existe e ser igual uma criança de seis anos... mas não importa. Você lutou, venceu... e no fim tudo deu certo. É engraçado que vocês não ficaram fora mais que um dia!

– Mais ou menos isso – ele riu – mas o verdadeiro vencedor foi o 17, que ainda pediu para trazer de volta os universos apagados. Mas acho que qualquer um de nós teria feito o mesmo que ele, menos o Freeza. Era horrível ver a expressão desolada de quem era apagado, sabe?

Ela estremeceu. Goku perguntou:

– Não acha melhor eu esquentar a água de novo?

– Pode ser...

Pequenos Contos Picantes de Dragon BallOnde histórias criam vida. Descubra agora