Relacionamento que eu não sei se posso chamar assim

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POV Will Solace

Muito gelada, foi a primeira coisa que pensei quando minhas costas se colaram com a parede fria do meu quarto. Mas tudo bem, o modo como eu estava sendo aquecido na parte da frente meio que compensava isso. E definitivamente era muito gostoso.

Nico segurava meus braços e deixava sua boca trabalhar na minha, fazendo coisas com a língua que até então eu nem sabia que eram possíveis. Como ele parecia fazer questão do máximo de contato possível uma de suas coxas ficava entre as minhas, esfregando em lugares inóspitos toda vez que ele ficava na ponta dos pés para me tocar de maneira mais ousada, e eu sentia que tinha que me auto controlar antes que ele notasse o que estava fazendo comigo. 

Abri minha boca em surpresa, apesar de som algum sair, quando uma de suas mãos serpenteou entre nós dois e brincou de maneira estranhamente lenta com o cós da minha calça de moletom. Mordi seu lábio em resposta, finalmente tomando coragem e apertando sua blusa entre meus dedos, quase louco para tocá-lo mais. Quando Nico se separou eu abri uma fresta dos meus olhos, apenas para ver uma das cenas mais excitantes que eu já vira.

Ele, ainda de olhos fechados e rosto quente, usando a mão que não estava em mim para me segurar pelo queixo e deixar a ponta sua língua passear por sobre meus lábios, me desafiando a beijá-los e tomá-los para mim. Minha respiração entrecortou, mas eu fiz o que podia puxando-o pela cintura e assumindo o controle do beijo, apertando minha boca na sua. 

O estopim foi quando sua mão que brincava com o cós da minha calça resolveu ir além, ultrapassando o elástico e tocando o tecido gelado da cueca. 

Abri os olhos, um tanto assustado com o ato nem tão repentino e resolvendo que era hora de acalmar meus ânimos.

- Nico, para. - Pedi, me inclinando o suficiente para que nossos lábios se afastassem. Ouvi ele suspirar de maneira quase irritada, o que me fez rir.

- Você ama estragar o clima, não ama? - Murmurou Nico, apoiando o rosto em meu ombro.

- Temos aula amanhã cedo. - Respondi, uma das minhas mãos tocando seus cabelos enquanto a outra erguia o relógio digital em meu pulso, constatando que passava das 23h. Nós havíamos deixado de jantar para ficar aos beijos no quarto, e eu começava a me arrepender agora que me toquei que ficaria sem comer até de manhã já que mamãe não esquentaria a comida mais uma vez. 

- Eu terminei o ensino médio há mais de 1800 anos. - Assim que sua fala foi ouvida eu senti seus dentes raspando em meu ombro coberto pela camiseta de algodão, me arrepiando até o dedão do pé. 

- Mas eu não, e realmente preciso aprender álgebra. - Lutei contra o impulso de fechar os olhos e deixar que Nico fizesse tudo que queria. 

- Eu te ensino. - Ele se dirigiu até meu pescoço, e quando senti minha pele ser presa por sua boca implorei que não ficasse marcado.

- Não se ensina ninguém enquanto chupa o pescoço dessa pessoa, Di Angelo.

Pousei minhas mãos em seu peito, tomando vergonha na cara e o afastando.

- Seu chato. - Descobri muitas coisas na última semana, e uma delas foi que Nico ficava facilmente chateado por coisas pequenas, e o modo como cruzava os braços e fechava a cara o deixava uma gracinha. Me aproximei e beijei sua bochecha como prêmio de consolação, pronto para me afastar, mas antes que eu pudesse sair de perto senti sua mão em minha blusa me puxar de volta.

Eu não vi, apenas senti seus lábios sobre os meus, e isso me fez sorrir antes de inverter as posições e segurar suas mãos contra a parede de concreto.

- Achei que tinha dito para você parar. - Disse vago, respirando intencionalmente pertinho do seu rosto. Suspirei, usando o mesmo truque que ele e passando a ponta de minha língua por seus lábios ainda fechados, me afastando assim que notei que ele estava fechando os olhos e deixando seu corpo amolecer. - Pro banho, Di Angelo.

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