capitulo 20🍃

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" Eu serei na tua memória, como uma tatuagem colada na pele"

— Desconhecido

Boston/ 26 de março/ 09:24 AM

A surpresa estava estampada em seus olhos, quando o viu segurando uma bandeja de morangos junto à uma caixa de chocolates, na porta do apartamento de sua amiga, numa terça de manhã.

Estava brincando quando falou que havia guardado rancor, porque sabia que ele estava fazendo o seu trabalho, e o admirava por isso. E principalmente, estava brincando quando falou sobre pedir desculpas com morangos. Bom...em partes.

Ela amava morangos.
E aceitava até mesmo numa boa uma traição se a pessoa aparecesse de joelhos com seus preciosos morangos.

Mas nunca imaginou que alguém realmente levasse a sério o que falava. Ou que dava alguns créditos ao que vinha a ser uma brincadeira.

— Era brincadeira.. — Foi tudo o que falou, ainda surpresa, quando recebeu meio desorientada os chocolates e os morangos.

— Eu sei.. — Ele murmurou, enfiando as mãos no bolso relaxado, e sem nem mesmo piscar. — Mas eu achei que merecia seu morango, por ter sido uma boa paciente e não ter fugido. — Ironizou.

— E os chocolates? — Ela perguntou, ignorando o seu sarcasmo.

— Esse é pra dividirmos. Está passando um filme ótimo no cinema então pensei que pudéssemos ir ver. — Ele trocou o peso do corpo para a outra perna, ainda esperando por qualquer outra reação dela que não fosse aquele olhar espantado de quando abriu a porta e o viu parado ali. — sabe...como amigos...

— Ah...claro... —  Shivani colocou o fio de cabelo que a incomodava atrás da orelha, dando espaço para ele entrar. — Entra aí. Eu me apronto em um minuto.

— tudo bem. — noah se acomodou no sofá, vendo-a abandonar os chocolates e os morangos na geladeira, antes de sumir por um corredor, indo se arrumar.

Observou cauteloso a decoração do apartamento, e não passou despercebido os brinquedos espalhados pelo apartamento, provavelmente, da criança da última vez.

Por falar nela, Erick invadiu a sala com seu avião na mão, imitando um barulho  mais parecido com um engasgar do que provavelmente o barulho do motor de um avião, e somente o notou, quando estava voltando para o quarto novamente.

O garoto parou imediatamente, passando a olhá-lo, o intimidando.
Não estava acostumado a ver ninguém na sua casa, muito menos um homem, já que Sabina nunca trouxera alguém do sexo masculino em seu apartamento.

— Tiaaaa.....

Ele gritou, pouco tempo depois, assustando não só noah com a potência de sua voz, mas também shivani , que estava terminando de vestir a sua blusa.

— N-não grita..olha, eu sou.. — Noah
tentou fazê-lo parar de gritar, o que não estava funcionando nem um pouco.
Sempre achou que fosse bom com crianças, mas ao que parecia, não eram todas que iam com sua cara.

— Tiaaaaaaaa....

Erick aumentou a voz, não gostando nem um pouco daquele estranho no sofá da sua mãe, quando ela nem mesmo estava em casa.

— Erick! —  Shivani ralhou, ao aparecer na sala, terminando de abotoar sua calça. — Eu pensei que estivesse morrendo.

— um estanho... — Ele apontou descaradamente para noah, que agora estava em pé, sorrindo amarelo.

— Ele não é um estranho. É um amigo meu. — Shivani  murmurou, vendo-o se esconder atrás de suas pernas, e as agarra-las como um escudo. — Vamos, Erick, não é assim que trata os outros. — E então ela se virou para Josh. — Me desculpa. Eu esqueci que Sabina me pediu pra ficar de olho nele. Tem algum problema se ele for com a gente?

— Problema nenhum.. — Na verdade, tinha problema sim. O garoto parecia não ir com sua cara, e pela maneira que ele o encarava, Josh podia imaginar o que se passava na cabeça daquela criança. Se ele pudesse, certeza que faria a mesma coisa que fez com a asa faltando do seu avião.

— Tudo bem.. — Shivani  voltou a se virar para Erick, abaixando para que ficasse da altura dele. — Quer ir ver um filme comigo?

— E ele? — O menino apontou para noah, com desdém.

— Ele irá também.

— Num quelo. — Erick emburrou a cara, cruzando os braços.

— Ainda bem que a sua opinião está fora de cogitação. — Ela o virou, dando um empurrãozinho para ele andar, ainda emburrado. — Vai pegar um brinquedo pra você levar. E não demora.

— Chata. — Ele murmurou, antes de sair correndo, a fazendo suspirar.

Se soubesse que Erick não estava nem um pouco a fim de colaborar para o seu lado, teria assistido o filme em casa.

A sua mentira em abril  (Noavani)Onde histórias criam vida. Descubra agora