Epílogo♥️

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" É que com você, qualquer momento vira inesquecível."

— Desconhecido

Boston/22 de setembro/ 17:22 PM

Setembro não era lá um mês muito frio, ou talvez era, não sei dizer.
Mas em Boston, aonde parecia congelar 366 dias por ano, cinco semanas por mês, e onde as folhas das árvores mais pareciam enfeites de gelo que poderiam enfeitar suas árvores de natal antecipadamente, nos obrigava a sairmos de casa com agasalhos dos moradores do polo norte.

Não que Orlando não fosse frio. O inverno de lá chegava a ser desesperador, por nunca poder colocar minha língua para fora sem congela-la em menos de dois segundos.
Mas Boston sem sombras de duvidas, se existisse alguma categoria de alguma competição sobre qual cidade mereceria o prédio de cidade mais congelante de toda a América do Norte, eu não me importaria em votá-la sem qualquer exageros.

Puxei o meu casaco um pouco sobre os ombros, a medida em que suspirava e via algumas fumacinhas saírem da minha boca, enquanto saía para fora do campos.
Graças ao frio descomunal, as aulas sobre publicidade não haviam sido tão cansativas, depois de quase cinco horários cochilando sobre a carteira com um livro na frente que me protegia de ser desmascarada.

Mas o que podia fazer?
A voz extremamente calma de Louis, acompanhada do clima nem um pouco convidativo para a cama, e a ópera que ele pusera para tocar sem motivo algum, servia como o som deliberante de uma flauta que te deixava com sono.

— Shivani ...

Parei o passo, me virando para trás.
Ter que deixar de caminhar até o meu carro, aonde estaria muito mais quente do que ali fora, não havia me agradado muito. E fôra exatamente por isso, que assim que Savannah se aproximou, me apressei em forçar um bico, antes de voltar a enfiar metade do meu rosto de volta naquele cachecol.

— Matando aula?

— Cruzes... — Ela fingiu indignação, antes de grudar seus braços nos meus por também estar com frio, e me acompanhar até o carro. — Eu só queria uma carona..

— E o que aconteceu com o Solt? — Perguntei, girando a chaves na porta.

— Esse rodou mais do que carrossel. — Ela deu de ombros. — Já o esqueci.

— Você falou o mesmo do Harry...

— Mas eu realmente pensei que fôssemos almas gêmeas. — Ela dramatizou, fingindo um falso choro. — Quando se não tinha um Harry Stiles de verdade, você se contentaria com o falso que de parecido somente o nome e o sobrenome...

— Você é inacreditável, Sofya...

Me mudar para Boston, teve suas vantagens, mesmo que para isso, tivesse perdido um mês tentando me adaptar com toda aquela vida.
Havia conhecido Sofya no primeiro dia na faculdade, quando sem querer ficamos presas no laboratório de química e no prédio errado.

Apesar da birra que Sabina fizera quando descobriu sobre minha recente nova amiga, as duas até que se deram bem. Bem até demais...

Havia também me apegado à Krystian, que sempre que podia, ou que seu turno no hospital ficasse menos puxado, ele me convidava para bebermos, para sairmos ou apenas para contar caso pelo telefone quase sempre, com um de nós enfurnados em alguma coisa que nos tirava a paz.

E quanto a heyoon...bem, não éramos lá melhores amigas, mas havia dias em que ela era uma boa pessoa.
Talvez fosse o fato de ainda estar apaixonada por Noah, ou porque ainda não me perdoara por ter tirado o seu melhor amigo de si, e o feito de capacho por um tempo, que a deixou com um pé atrás em relação à mim.
Mas eu não podia culpá-la...

Eu havia sido uma tremenda cretina, ao me envolver mais do que necessário com todos eles.
Mesmo não sabendo o que aconteceria..
Mesmo não tendo certeza se vacilaria no final...

Mas, sendo sincera, eu não me arrependia nem um pouco de ter feito tudo o que fiz.
Faria exatamente tudo igual, caso tivesse uma oportunidade de voltar atrás.

Após deixar Sofya na porta do prédio no qual vivia, decidi então fazer uma das coisas que mais amava quando conseguia tempo, ou quando os meus estudos não me impediam.

Era raro nossos momentos juntos, mas mesmo assim, eram perfeitos.

Após estacionar o carro em frente ao hospital, e enfiar minhas mãos de volta para dentro dos bolsos do sobretudo, caminhei apressada até a emergência, aonde sabia que estaria.
Ele não saia de lá.

Mesmo sendo um cirurgião cujo lugar era uma sala de operação, Noah não se importava nem um pouco em usar seu tempo livre para cobrir a emergência, que muitas vezes ficava lotada.
E, sabendo disso, essa era uma das muitas qualidades que admirava nele.

Durante os meses que se seguiram, pude observar coisas e aprender coisas que, em duas semanas, nunca seria capaz. Mas também, deixei de me importar com quantidades...

E daí que o conhecia à apenas duas semanas, ou cinco meses?
Ainda sim, seria ele. Ele, que me fazia rir em momentos mais inesperados, e que me deixava sem fôlego quando colocava aquele maldito jaleco.
Ele, que de hora em hora me ligava, apenas para perguntar como havia sido meu dia ou se estava com saudades.
Ele, que conseguiu me ter antes mesmo que eu pudesse perceber que era dele.

Ele, que quando me olhava...puta merda, eu já me encontrava perdida!

— Está ocupado, doutor? Será que pode me atender? — Apareci atrás de si, o reconhecendo pelos cabelos loiros escuros e o modo em que ficava parado. Era visivelmente engraçado como ele trocava de peso nas pernas à cada dois minutos, por sempre estar inquieto.

Ele logo se virou, reconhecendo minha voz, e abrindo o sorriso que se tornara, nos últimos meses, o motivo de ainda continuar vindo à um lugar que claramente tinha trauma.

— Depende... — Ele largou o que estava segurando em cima do balcão, se aproximando. — O que está sentindo?

— Palpitações... — Anunciei. — Não deveria estar se aproximando assim de mim. Está me fazendo ter uma arritmia..

— Isso é muito grave. — E então, ele me puxou para longe das enfermeiras que pareciam bastante curiosas com nossas trocas de olhares, antes de puxar a cortina, nos dando privacidade aonde só tinha uma cama.

Péssima escolha para se estar...

— Então... — Me sentei sobre a cama, o vendo me acompanhar com o olhar, cada movimento meu. — Eu posso morrer?

— Eu não sei você.. — Sua voz se transformou em apenas sussurros, grave e urgente, antes de segurar o meu rosto. — Mas eu posso morrer se não fizer isso...

E antes mesmo que pudesse sorrir, apenas para comemorar o meu bom feito, por ter conseguido o que queria, ele diminuiu a distância entre nossos lábios, me puxando para um beijo provocante e tentador.

Beijar Noah, era uma das poucas coisas que me impediam de pensar corretamente, ou de imaginar tudo ou absolutamente nada.

Não me importava se a vida, simplesmente por ser quem é, me impedisse de tê-lo ali na minha frente...
Aprendi, mesmo sendo de uma forma difícil, que o que queremos, deveríamos ir atrás.

Então, não importasse o futuro...ainda sim, o meu presente com ele, seria mais do que inesquecível.

Foda-se o passado!
Quem liga afinal, para o futuro?

O agora, naquele instante, era.

(Fim)

Aaah! Estou triste por ter acabado.😭 agradeço a autora que me permitiu fazer essa adaptação.

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Bom... amanhã o wattped vai fazer um bug aqui.  Então se eu perder essa conta vou ficar magoada. 😭 beijinhos.

Bye-bye...

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⏰ Última atualização: Oct 06, 2020 ⏰

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