capitulo 24🍃

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" Uma das piores dores é precisar ir embora de alguém que você queria tanto ficar"

— Desconhecido

Boston/ 26 de março/ 19:35 PM

Ao girar a chave na porta, sem muito ânimo pelo seu dia exaustivo, Sabina deu de cara com sua amiga jogada no sofá, com um lençol jogado sobre seu corpo da cintura para baixo, agarrada à uma bacia de pipoca e vidrada numa novela que, em sua opinião, nem era tão boa assim.

Shivani encarava a tela da televisão sem muita vontade, apenas tentando esquecer seus problemas, que já não eram poucos, mas agora estavam piores.

Vendo sua expressão perdida em direção a TV, Sabina se jogou ao seu lado, tirando a bacia de pipoca das mãos dela, que estava alheia o bastante para sequer notar.

— Qual a boa da vez? — Perguntou de uma vez, enfiando a pipoca na boca.

— Eu beijei o Noah. — Shivani  contou, ainda com os olhos vidrados na televisão.

— Eu devo ficar feliz ou surtar? — Sabina exclamou, de boca cheia. — Porque você meio que está noiva né, e olhando para o outro lado, poxa..é um casamento de conveniência.

— Eu beijei o noah. — Shivani  repetiu, virando o rosto.

— Parabéns. Ele beija bem?

— Não Sabina. — Shivani  balançou a cabeça, ficando nervosa. — isso não deveria acontecer.

— Mas aconteceu. — Ela comentou, tranquilamente. — E foi você quem beijou.

— Mas agora estou me sentindo péssima. — Ela agarrou os joelhos, tensa. — Eu gosto do bailey. Ele é alguém tão legal, e não merece ser feito de capacho. Pra início de conversa, eu nunca deveria ter vindo para Boston.

— E o que tem de mal nisso? — A bipolaridade de Sabina, não estava ajudando muita coisa. Mas, ela encarou shivani, estava feliz pela amiga — Não vai me dizer que está apaixonada pelo  garoto de olhos verdes? — Brincou, voltando a comer sua pipoca.

Mas o silêncio da shivani , serviu como consentimento, o que a fez quase engasgar.

— Tá de brincadeira? — Ela arregalou os olhos, deixando a pipoca de lado. — como? Quando?

— Ele é incrível, Sabina. Ele presta mesmo a atenção em mim, é bom com crianças, é divertido, fofo, gentil e um bom médico. Ele luta pelos sonhos dele, e realmente parece gostar do que faz. Ele... — Ela engoliu em seco. — Ele nunca me perdoaria se soubesse da verdade.

— Por que acha isso? — Sabina se encheu de compaixão, deixando que ela deitasse com sua cabeça no seu colo. — Se ele é tudo isso que você diz que é, por que então não conta logo tudo de uma vez? Deixe que ele decida continuar ou não na sua vida.

— Ele não vai me perdoar... — Sua voz embargou, enquanto tentava segurar o choro. — Eu nunca deveria ter me aproximado dele.

— Não diga isso. — Sabina sussurrou, passando as mãos por seus cabelos. — Para de se culpar...

— Por que... — Shiv fungou. — Por que sempre pareço fazer as escolhas erradas?

— Shiv...

— Eu deveria ir embora...

— Nem pensar! — Sua amiga a advertiu, incrédula. — Fugir não é do seu feitio, Paliwal, porque se fosse, você já teria fugido da ambição sem limites da sua mãe. Por ela, você está sacrificando tudo por um pouco de grandeza, quando na verdade, o amor é a própria definição da riqueza. É lindo o que você está fazendo...mas também é solitário...e me arrisco a dizer que você está assinando o seu próprio atestado de óbito. — Ela interrompeu o carinho, ao sentir sua amiga se remexer para se levantar. — Tá me ouvindo? Você não vai fugir desse homem! Você vai lá e explicar a sua situação.

— Eu não vou! — A morena  respondeu, pegando o seu celular sobre a mesinha de centro e sua carteira também.

— Então aonde você vai? — Sabina perguntou, se levantando.

— Eu vou pensar.

— Não dá pra pensar na minha casa? — interrogou, a seguindo até a porta.

— Não é isso..é que...eu preciso de ar, Sabina. E de álcool.

— Não fique até tarde na rua.. — Avisou, preocupada.

— você está parecendo a minha mãe.

— Cruzes. Ah.. — Ela agarrou a maçaneta, se lembrando de algo no qual deixou passar. — Ela me ligou, a propósito.

— Eu não quero saber. —  Shivani murmurou, se afastando.

— Não vai demorar pra ela vir até a minha casa, shiv. — Gritou, saindo para o corredor. — E quando ela vier, as coisas só irão piorar.

— Que ótimo! — Shivani  bufou, entrando no elevador. — um problema a mais, ou a menos, já não faz mais diferença...

A sua mentira em abril  (Noavani)Onde histórias criam vida. Descubra agora