capitulo 43🍃

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" As vezes é só uma questão de entender
quando é,
quando não,
quando podia ser,
mas não foi.
As vezes, insistir é burrice."

— Desconhecido

Orlando/ 09 de Abril/ 09:55 AM

A sala espaçosamente grande da mansão dos Urrea parecia inexplicavelmente quieta, apenas sendo preenchida pela respiração calma de Vanessa May, a matriarca, e de Shivani Paliwal que parecia bastante inquieta de frente à sua ex quase sogra.

Uma semana para ela não fôra o suficiente para organizar toda a sua vida, assim como também não lhe ajudou no digerir de tanta informação.
Mas, ela decidiu, ficar se remoendo o tempo inteiro, se lamentando para sempre, ao invés de estar fazendo algo de útil que pudesse fazê-la se sentir um pouco melhor, não era lá muito agradável.

— Eu soube de sua mãe.. — Vanessa iniciou, com certo pesar. Querendo ou não, ela havia se afeiçoado a shivani, mesmo que agora, as duas não passassem de apenas conhecidas. — Sinto muito.

— Não sinta. — shivani suspirou. — Vai ser melhor assim. Ela finalmente decidiu fazer algo de útil para mim..

— Mas como estar financeiramente? Precisa de alguma ajuda? Já sabe o que vai fazer? — Aquela, para Vanessa, não era somente a ex noiva de seu filho. Era a mulher que durante sete meses e meio, ela acompanhou crescer. Era a filha que desejou para si, e mesmo que Bailey agora estivesse noivo novamente, uma notícia que repercutiu em todos os sites de fofocas, ela ainda sim, a considerava muito.

Mas shivani  apenas balançou a cabeça, abrindo um sorriso amigável.

— Eu estou me mudando para Boston. — Sentiu-se na obrigação de dizer. Era bom saber que ainda sim, mesmo depois de explicar toda a história para eles, Vanessa ainda continuava com o mesmo carinho para com ela. — Transferi minha faculdade para lá e pretendo terminar os estudos, assim como encontrar um emprego na área de que gosto.

— Que bom querida... E quanto a moradia?

— Vou dividir o apartamento com Sabina. — Não que tivesse muitas escolhas mesmo. A amiga havia soltado o veredito antes mesmo de dizer que estaria se mudando. — Vou fazer as coisas do meu jeito, como sempre quis.

— Fico feliz que tenha encontrado seu caminho, Shiv. — Vanessa murmurou, descruzando suas pernas e se levantando, apenas para que pudesse se aproximar dela. — Mas me conte...essa sua mudança para Boston tem alguma coisa haver com aquele loiro de que vi no casamento?

— O Noah? —Ela se surpreendeu pela boa observação dela.

— Creio que seja esse mesmo. Ele estava com sua amiga, quando vieram para atrapalhar o casamento. — E com um sorrisinho, ela lhe agarrou a mão. — Pareciam ser bastante íntimos, pela forma que ele encarava aquele lugar, a sua procura. Estava desesperado..

— Eu amo ele. — Falou, sem nem mesmo pensar. Não importava se estava de frente à mãe do cara de que seria seu marido, muito menos sobre o que ela poderia pensar. As palavras simplesmente saíram voando de sua boca, e deslizavam mais do que manteiga nos ouvidos de Vanessa. — E é estranho, porque só o conheço faz duas semanas...

— Não escolhemos por quem nos apaixonamos, meu bem. Isso, tenho certeza de que já aprendeu. Você pode não gostar de alguém que conviveu por sete meses.. — Piscou, claramente falando de seu filho. — E se entregar loucamente por um homem de uma noite só. É tudo questão de afinidade, e claro, os desejos do coração.

Shivani  a encarou nos olhos.
Vanessa era muito mais do que apenas uma mulher de bom coração, que ansiava por netos e que claramente não tinha motivos de ainda estar conversando com ela.

— Eu vou sentir sua falta. — Ela exclamou, seriamente. Iria sim, sentir falta de todos ali, assim como sentia de sua mãe, que por mais que não merecia, ainda fazia parte de sua vida.

— Então não se esqueça de vir me visitar. — Vanessa a abraçou. — As portas dessa casa estarão sempre abertas para você..

Ainda abraçada, shivani fechou os olhos e com determinação, os abriu novamente.

Finalmente, estaria dando um passo para frente. Estaria sendo feliz, da forma que sempre sonhara.

Já não mais estava presa à alguém, ou a obrigações que lhe foram impostas.

Dali para frente, era ela quem decidiria seu próprio rumo.

A sua mentira em abril  (Noavani)Onde histórias criam vida. Descubra agora