11 - Marcas de uma "queda."

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- Olá Kyoko... - Falo colocando lentamente a mala no chão.

- Adrien, meu amigo. O que aconteceu com você? Você sumiu.

- Eu sumi? ou você não me procurou mais depois daquele dia? - Falei em um tom calmo e sarcástico.

- Não vamos trazer o passado à tona, ok?

- Não importa, estou subindo. - Falei virando de costas pra ela e levantando as mangas do roupão, esse encontro me deu um calor.

- Uau... - Escuto Kyoko sussurrar, e sinto seus olhos rolando de cima a baixo.

Continuei andando em direção a escadaria.

- Adrien quando você fez essas tatuagens?

- Não é da sua conta. - Falo parando de andar, e virando levemente minha cabeça a vendo pelo meu ombro.

- Calminha querido, é que eu só percebi que você ficou diferente. não sabia que olheiras, olhos vermelhos, tatuagens e punhos marcados de soco era jeito de um modelo andar por aí.

Suspirei fundo, passei a mão no meu cabelo para trás, e continuei subindo as escadas.

Entrei no quarto e bati à porta com toda a minha força. Encostei as costas na porta e fui descendo até o chão sem desencostar da mesma. Sentei no chão e olhei para o teto colocando a mão nos olhos.

Algumas memórias não muito agradáveis vieram à tona. Sinto uma lágrima quente e involuntária descer pelo meu rosto. Limpo-a rapidamente.

- Adrien você pegou minha mal... - Mari sai do banheiro apenas de toalha e com o cabelo molhado - Está tudo bem?

Levanto do chão e vou de encontro a ela.

- Melhor impossível. -Digo com a voz falha, e sinto uma lágrima teimosa cair novamente.

- Oh Adrien, venha aqui. - A morena me puxa para um abraço quente e acolhedor. Sua cabeça repousa em meu peito. Sinto seu pequenino corpo se apertar contra o meu, e suas delicadas mãos deslizarem pelos meus cabelos.

Após breves segundos nessa posição, escuto leves batidas na porta e logo em seguida ela se abrir.

- Adrien você esqueceu está mala lá em b... - Kyoko fala colocando a mala no chão e olhando para nós. - Ah, me desculpe, não sabia que tinha companhia.

- Tudo bem, só se certifique de fechar a porta quando sair. - Arranho a garganta e faço uma intensa expressão sarcástica. - Digo, quer que eu lhe mostre a saída, senhorita?

A porta se bate com força e escuto risadinhas da Mari.

- Parece que sua amiguinha não gosta muito de mim. - Ela fala se afastando do abraço e indo em encontro com sua mala. Ela revira-a e pega alguma roupa. Aproveito e entro para o banheiro tomar banho.

Me dispo e me olho no espelho, como faço todos os dias. Foco em todos os arranhões e chupões que aquela pequena mulher me deixou. O que será que aconteceu ontem?

Passo os meus dedos levemente por cima das marcas e fecho os olhos tentando me lembrar de algo, mas nada me vem em mente.

Tomo meu banho, choro silenciosamente, o que já virou rotina, e saio do banheiro de toalha em direção ao closet.
Visto uma blusa xadrez vermelha, uma calça preta rasgada, sapatos pretos, coloco um cinto com correntes, meus anéis e meu colar de corrente. Passo um perfume e saio.

Me deparo com Mari usando uma saia xadrez cinza, uma blusa de moletom preta, meia calça um tanto transparente, e botas pretas.
Seu cabelo estava trançado em uma única linda trança embutida.
Sua maquiagem estava leve, contando apenas com um delineado delicado e máscara de cílios. Mas o que marcava seu rosto, são suas bochechas rosadas, e seus lábios avermelhados, cuja características já são naturais.

Você é a minha droga  - MIRACULOUSOnde histórias criam vida. Descubra agora