Capítulo 6 - Cruel

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- O que foi, querido? Não vai me dar um abraço? - Dictatorship diz, com um sorriso malicioso em seus lábios.

- O que você faz aqui?! - SP diz em um tom de voz alto, se levantando e batendo as mãos na mesa. - O que você quer?!

Dictatorship gargalha pela reação do menor, e caminha em direção ao sofá do escritório e se sentando no mesmo. Ele se divertia com a fúria e angustia que via nos olhos do filho, era algo que estava adorando saborear. SP estava em desespero, ele não queria passar mais algum segundo com aquele homem em sua frente. Assim, ele começa a passar a mão de maneira lenta para debaixo da mesa, sentindo o relevo do botão de emergência.

- Eu só vim visitar meu queridíssimo filho. O melhor de todos. - disse, em um tom de superioridade. - Não ouse aperta esse botão que está em baixo da mesa, eu sei que ele é para chamar os seguranças.

- Eu não sou seu filho. - disse o de cabelos escuros, de maneira rasgada. Teria que ser cauteloso se não quisesse que Dictatorship surtasse e piorasse a situação.

- Não? Mas, sou eu! Sou o Brasil! - disse, cruzando as pernas e o encarando. - Só que em um formato diferente.

- Papai não é assim. - SP retruca, encarando as pupilas vermelhas do outro com um frio na barriga.

- Está bem, irei ignorar todo este ódio por mim e ir direto ao assunto. - disse, sorrindo levemente. - Volte para mim, querido. Vamos voltar ao tempos de glória.

- Você é maluco... - disse, rindo em tom de deboche para o mesmo. - Aquilo era um inferno.

- Inferno? Nossa economia crescia a cada segundo, você vivia trabalhando, meu amor. Era perfeito! Ah, haviam algumas mortes, mas não é nada demais. - disse gargalhando alto, SP não iria aguentar por muito tempo aquilo.

- SAI DAQUI AGORA! VOCÊ NÃO É MEU PAI! VOCÊ É UM LOUCO! - gritou, sentindo os olhos arderem por conta das lágrimas.

- Eu não criei um filho para gritar e chorar como criança. Se recomponha, São Paulo. - Dictatorship diz com grosseria e sem um pingo de educação, se levantando do sofá e indo em direção a saída, de costas para o estado. - Não pense que vai se livrar de mim tão fácil, São Paulo. Essa sala... ainda sinto o cheiro de queimado no ar, só que agora eu que irei atirar em você. Eu sou aquilo que você nunca deveria ter matado. - disse, saindo e batendo a porta logo em seguida.

São Paulo estava devastado, sentiu suas pernas fraquejarem e caiu sentado em sua cadeira. Suas lágrimas saiam naturalmente e seu rosto estava mais pálido que o normal, além de sua boca entreaberta e sem expressão. Não sabia que aquele homem iria tocar em uma ferida tão profunda, que o estado pensava que estava cicatrizada a anos.

Mas ainda permanecia aberta, bem aberta.

O country passa uma de suas mãos em seu rosto, enxugando as lágrimas e finalmente apertando o botão que estava de baixo de sua mesa, ainda tremulo.



- BRAZIL??? - Estados Unidos gritou mais uma vez em inglês. Ele, Argentina, Chile e Uruguai formaram um grupo e estavam em um bairro residencial, perto de algumas zonas de mata.

- Pare de berrar, caramba! - Chile reclamou, com seu celular em mãos com um aplicativo de mapas, marcando que o lugar não tinha nada. - Vamos, ele não está aqui.

¿Donde esta el? - Argentina resmunga mais uma vez, com um olhar tristonho. Brasil sempre alegrava todos e ver ele nessa situação.

- Calma Arg, vamos encontra-lo e trazer ele de volta! - Uruguai diz, dando um pequeno abraço no país para reconforta-lo. 

- Yes, Chile. Afinal de contas, aquilo não é o Brasil de verdade. - Estados Unidos se pronuncia, abaixando um pouco de seus óculos para observar o céu com um olhar preocupado.

- Afinal de contas, Estados Unidos... Qual seu envolvimento com Dictartoship? - Uruguai questiona.

Estados Unidos estava agindo até o momento da busca de maneira distante, mesmo tentando se manter confiante e com pensamentos positivos de que iria passar, mas, acima de tudo, encontrar o melhor amigo que se perdeu naquele caminho.

- Longa história. - disse, arrumando seus óculos e sorrindo. - Hey, guys! Botem um sorriso nessa cara! Brazil não iria nos querer com essas caras tristonhas! Vem, vamos encontra-lo! - o mesmo começa a andar para a próxima rua, sem esperar respostas.

- Chile, faça um favor pra mim... - Uruguai resmunga, e Chile o encara. - Pesquise na internet o envolvimento de Estados Unidos durante aquela... época. 

- Estoy de acuerdo, parece que tem mais coisa nessa história. - retrucou Argentina, suspirando e colocando suas mãos dentro do moletom azul que usava, começa a seguir o Americano.

Os dois se encararam, realmente aquela situação estava levando os outros countrys para uma ladeira, só que a mesma estava indo em uma única direção: para baixo. Eles estavam começando se preocupar, acima de tudo, eles são o Mercosul. Eles são uma família. Com seus defeitos mas, uma família que se ama e preocupa.

- Seja rápido. - o uruguaio diz, deixando o outro e seguido os que haviam ido na frente. Chile apenas concorda com um aceno e enfia sua cara no celular, começando a pesquisar para juntar algumas pistas. 

Ele precisava juntar provas e iria a fundo para colocar o americano contra a parede. Custe o que custar.

Dictatorship BrazilOnde histórias criam vida. Descubra agora