Capítulo 7 - História

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O que mais Dictatorship temia, aconteceu. E na frente dele. Seu reinado acabou. Tudo acabou.

Getúlio Vargas, se matou.

O country encarava o corpo agora sem vida no chão, com a arma ao lado e o tiro no peito de seu ex-presidente. Depois de tudo que passaram, iria acabar? Depois de tudo que fizeram, ele iria tirar sua própria vida? Se questionava o país, passando as mãos de maneira nervosa entre seus cabelos.

Ele escuta algumas batidas na porta de seu aposento, no Palácio do Catete. Nada responde, estava em um misto de tristeza e fúria em seu peito, ele sabia que havia algo dentro dele querendo sair e ele não iria deixar. Por nada.

A porta é aberta e a luz acessa, se escuta um suspiro pesado do jovem estado. São Paulo possuía um rosto sério e fechado para sua idade, mas teria que acabar com tudo naquela madrugada. Não importa como, ele teria que acabar.

- Acabou. - sussurrou, encarando o brasileiro. Dictatorship começa a virar sua cabeça devagar e encarar o outro, com um olhar e sorriso maníaco lábios para o filho. Tudo iria acabar agora, naquela noite. Custe o que custar.

A porta do quarto é batida com força, e um gatilho de arma é escutado.

 "[...]Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História." - Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas.



Lembrar daquela madrugada, fazia o estomago de SP se embrulhar e revirar diversas vezes. Poucos sabiam o que realmente havia acontecido naquela noite, e a história que circula entre os outros countrys sobre isso é que: Brasil tentou se matar logo, mas SP chegou a tempo.

Sim, ele sabe o quanto é horrível ter essa mentira espalhada pelo mundo, mas era isso ou falar para o mundo inteiro que o país surtou e queria matar todos por ter perdido tudo. Mas, ele precisava ser parado, de alguma forma ele precisava e faria de tudo para o pai parar com aquela loucura.

Ele pensava nisso enquanto bebia seu copo de água, era perigoso ficar no Palácio e por isso não pensou duas vezes em ir para a casa de Salvador. Não sem antes espalhar policiais federais pelo lado de fora da casa e do palácio, toda segurança era precisa para evitar o pior e proteger seus irmãos e irmãs.

- Hm? SP? - DF cutuca o irmão, que saiu de seu transe e encarava o pequeno countrystate. - Seu copo caiu.

- Ah, e-eu nem percebi... Se afasta, DF, você pode se machucar. - disse o country dando um sorriso para o garoto, dando espaço para o mais velho recolher os cacos de vidro maiores.

- Você tá bem, maninho? - pequeno country questiona, apertando sua pelúcia de Arara Azul e encarando SP com uma expressão preocupada.

- Claro, pequeno. Ei, me faça um favor: pegue um sacola plástica para mim? - disse o mesmo, tentando dar o melhor sorriso e mais atencioso.

- Uhum. Vou deixar o José aqui, okay? - disse o country colocando a Arara de pelúcia no sofá, e indo rapidamente em direção a cozinha.

"Ah, crianças..." pensou SP, dando um riso soprado pela atitude do menor.

SP voltou a recolher os cacos, indo agora para os médios e menores. Mesmo que esteja tomando cuidado, foi inevitável o mesmo não fazer um corte e um dos seus dedos. Para ser mais preciso, o dedo indicador havia sofrido um pequeno corte, nada tão grave, mas fez o mesmo ver a pequena gotinha de sangue sair da ponta seu dedo.

Tão vermelho e brilhoso. Parecia ser algo bonito, por incrível que pareça, e fez o country ficar admirando de maneira séria. 

- SP, aqui está... Ah não! Você tá dodói! - DF exclama, ao lado de SP vendo seu dedo sangrar.

- A-ah... Calma, DF! É só um dodói pequeno, eu vou ficar bem! - disse, pegando a sacola das mãos do garoto. DF o ignora e volta para c cozinha, voltando rapidamente com um guardanapo.

- Não vou te deixar dodói. - disse, passando o guardanapo no dedo do mesmo.

- Obrigado, DF. - disse, dando um beijo em sua testa e fazendo o garotinho sorrir.

Mas o momento de calmaria acabou, quando escuta-se uma batida de porta forte da entrada. SP revira os olhos, já sabia quem era e pelo jeito estava bastante irritado.

- Mas é um filho de uma... - RJ iria começar, mas SP logo arregala os olhos e o interrompe.

- Nem pense em completar essa frase. - disse o country, encarando o mesmo que se jogava no sofá e passava a mãos no rosto de um jeito nervoso.

- DF, por favor: vai para seu quarto. Eu e SP precisamos ter uma conversa de adultos. - disse RJ, e DF apenas concorda com a cabeça e pega sua pelúcia, subindo as escadas.

- Você tem que tomar mais cuidado com essa boca. - disse o mesmo, se levantando e indo em direção a cozinha ignorando o outro que começava a resmungar. 

O mesmo pega mais uma sacola e embala os cacos de vidro para maior proteção, só aí jogando os mesmos na lixeira. Ele abre a torneira da pia e lava as mãos na água, sentindo um pequeno ardo na ponta de seus dedos. Sabia que RJ o encarava na entrada da cozinha.

- Aquele cara foi até você, ele tava literalmente na tua mão e você faz o quê? Deixa ele ir embora pela porta da frente?! - indignou RJ, com a voz "levemente" irritada.

- Pois é, eu fiz isso. Vai fazer o que comigo? - o mesmo questiona, fechando a torneira e encarando o mesmo, que começa a caminhar em sua direção com os punhos começando a se fechar.

O mesmo ficam frente a frente de vez, SP fecha os olhos já sabendo do soco que iria levar daqui a alguns segundos, e realmente iria ser merecido por ter sido tão fraco e ter deixado as emoções o levarem. Entretanto, o mesmo apenas escuta e sente um suspiro pesado bater contra seu rosto, o que faz o mesmo abrir os olhos e ver o semblante sério de RJ.

- Porra, não dá pra te socar. Eu tô com uma puta vontade disso, mas... - seus olhos começam a marejar, e SP não pensa duas vezes em abraçar o outro. Isso faz com que o mesmo desabe em lágrimas grossas no ombro do de cabelos escuros.










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