Fanfic inspirada nessa arte linda que vocês podem conferir aqui: https://twitter.com/sidnerdart/status/1236433755113320448?s=21
Quem gostar deixa aquela 🌟 e comente ♥️🍨
O último ano tinha sido uma confusão de emoções para Adrien, a começar pelo baque que foi receber a notícia da partida de sua mãe e como depois disso ficou insustentável continuar vivendo como um animal enjaulado, sem uma vida própria, sem opinião, sem amigos. Estudava com Nathalie, só saía com autorização do pai – para fazer fotos – e não conhecia praticamente ninguém, todos aqueles jogos, livros e filmes só serviam para uma falsa distração, um falso preenchimento para o enganar da vida vazia que levava, até partir, até fugir e conseguir se matricular no colégio, até ganhar seu miraculous e ganhar a liberdade em forma de super herói.
A liberdade e poder fazer escolhas – mesmo que limitadas e secretas – o permitiu experimentar coisas que nunca tinha feito antes, tinha conflitos reais e não só aqueles internos, tinha amigos e tinha o amor, por mais que fosse um amor platônico, um amor não correspondido, amava Ladybug, mas isso foi antes, tanta coisa tinha mudado, não o seu sentimento, mas a sua expectativa.
Aquele ano esmagou todas suas expectativas, Ladybug não o amava, nem o amaria, não importava o que ele fizesse e precisava aceitar, precisava seguir adiante e deixa de ser um inconveniente pra ela. Kagami estava ali ao lado, tão disponível e disposta, por que não? Por que rejeitou o beijo dela? Por que parecia como se algo estivesse errado? Deveria tentar mesmo que em consideração aos sentimentos da amiga, era o mais justo a se fazer.
Eles haviam combinado depois de algumas semanas de tomarem um sorvete, aos poucos todo mundo tentava estabilizar suas vidas, o fato é que o último ato de Chloé Bourgeois tinha dado uma péssima imagem para os cidadãos parisienses, que estavam cada dia mais descontentes com o Prefeito, até mesmo na escola a loira estava mais reclusa, o que fazia Adrien temer por ela, mas não era só ela que estava estranha na escola, Marinette também tinha adotado uma nova postura, uma que o repelia, como se tivesse uma parede de vidro entre eles, Adrien podia ver, falar, acenar, mas não tocar, não sentir, ela estava ali, mas parecia distante e isso o deixava cada vez mais fadigado.
Marinette tinha sido a primeira amiga – diferente de Chloé que a amizade surgiu por conveniência – ela o tinha olhado no fundo dos olhos, o recriminado e depois perdoado, porém Adrien sempre sentia que pisava em ovos, que a relação deles vivia se equilibrando em uma corda bamba e a culpa era dele, ele era confuso demais, ruim demais em fazer amizade, acabava trocando os pés pelas mãos.
Mas do que adiantava pensar nisso se ele nem sabia como consertar essa situação ou por onde começar? Ele não se lembrava de ter feito algo de errado e não queria pedir desculpas por pedir, não sem saber o real motivo, seria vazio e ele queria ser sempre o mais sincero possível com Marinette.
E era errado estar pensando nisso agora, enquanto seguia as pistas deixadas por André com Kagami, era errado divagar sobre sua relação com outra pessoa e ignorar aquela que estava ao seu lado.
Balançou a cabeça tentando afastar os pensamentos e se focar na caçada deles – que não demorou a findar – já que alguns casais passavam por eles com sorvetes nas mãos, o carrinho do sorveteiro de Paris estava mais adiante.
André sorriu gentil, porém contido quando viu os dois, não disse uma palavra além do cumprimento cordial, com o boleador de sorvete entregou a mesma mistura feita antes, desejou que eles aproveitassem o doce gelado e mais nada.
Adrien até estranhou a atitude a pagar, mas não era bom questionar esse tipo de coisa, não saberia como e não queria André magoado e ofendido, o sorveteiro já havia sofrido uma akumatização por isso quando Marinette o havia magoado e lá estava ele de novo pensando na amiga.
– Vamos nos sentar naquele banco? – Kagami apontou a frente deles e Adrien assentiu.
Sentaram e passaram a dividir o sorvete, Kagami começou a falar sobre os treinos e técnicas de esgrima, Adrien concordava, até parar o olhar no rosto da Tsurugi, só que não era mais ela ali, os cabelos estavam caindo pelos ombros, soltos, brilhantes, balançando com a brisa, os olhos não eram castanhos, mas de um azul profundo que variava de tom entre o claro e o escuro, naquele momento com a luz da tarde estava tão puro e cristalino, o formato em um amendoado mais sútil, o rosto mais fino, os lábios desenhados, era toda diferente porque quem estava diante dele não era Kagami e sim Marinette, e ela sorria, tão linda e quanto mais alargava mais os olhos tornavam-se pequenos como dois pontos de luz.
Adrien teve que buscar na mente como era respirar, como puxar o ar e soltar, pois tinha perdido toda a noção do que estava a sua volta e o que era real, porque aquela imagem parecia verdadeira, assim como o perfume que entrava como uma salvação no seu respirar desesperado, a ouviu falar sobre a costura de uma boina e que Adrien não a precisava usar o tempo todo.
Que boina?
Levou uma mão até os cabelos e sentiu um tecido os cobrindo – a tal boina estava em sua cabeça, mas não lembrava de ter saído de casa assim – muito menos de ter convidado Marinette para aquela tarde, e onde Kagami tinha ido parar? Será que tinha dispersado tanto que não percebeu a saída de uma e a chegada de outra? E se fosse assim por que Marinette estava tão confortável e sorridente? Claro que ele a queria assim perto dele, sempre, porém não era esse o comportamento habitual da amiga, ainda mais dividindo o mesmo sorvete de duas bolas - uma rosa e outra verde - com ela lhe oferecendo uma colherada.
Ainda assim, olhando pra ela enquanto sua cabeça estava cheia de dúvida, o seu coração se enchia de uma tranquilidade, uma certeza tamanha que só sentia quando pulava pelos telhados ao lado de Ladybug para salvar Paris, aquele tipo de certeza que confirmava todas as suas atitudes, mas como? Estava articulando a frase, iria perguntar.
– Adrien? Adrien, você está me ouvindo?
Kagami balançava as mãos em frente ao rosto do garoto.
– Oi... – Adrien sabia que estava com uma cara embasbacada, mas como aquilo estava acontecendo?
– Tudo bem?
A japonesa inclinou a cabeça.
– 'Tá sim, eu só me perdi aqui em alguns pensamentos.
Porque talvez fosse isso, um pensamento, estava pensando na amiga, então imaginou ela ali, mas que situação estranha foi aquela para se imaginar?
– Lembrou de algo importante?
– Acho que sim.
Adrien não sabia se aquilo era uma lembrança ou algo que ele gostaria de viver, um pensamento inconsciente que tomou conta de sua mente, mas certamente não deixaria aquilo pra lá, não conseguiria, tinha vivido tanta coisa que era dada como impossível, precisava e descobriria o que tinha acontecido de uma forma ou de outra.
🍨
Quem me dera fosse possível ele lembrar, enquanto isso só nos resta fanficar a linha do tempo que foi apagada ✊🏼
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This is real or just a fantasy
FanfictionÉ comum acordar e ficar confuso, sem saber se o que acabou de viver foi real ou não, até tomar a consciência de que foi apenas um sonho. Mas quando Adrien tem essa sensação em plena luz do dia quando está na presença da amiga Kagami, ele se question...