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[AYLEE SIMPSONS]

Eu já estava devidamente arrumada com um vestido vermelho de mangas longas e uma jaqueta de couro que Atria havia escolhido para mim - estaria mentindo se dissesse que ela tem mal gosto - e ela estava dando pulinhos animados na sala enquanto me observava de cima a baixo com aprovação. Eu não estava tão animada para ir beber, mas de uma hora para outra senti minha loba interior ficar animada demais com a ideia. Isso seria um bom sinal?

- Você está simplesmente perfeita - Atria enxugou as falsas lágrimas e me puxou pela mão para fora da casa. Tranquei a porta e enfiei a chave dentro do bolso da jaqueta - Não se importa em irmos a pé, certo?

- Nenhum. A propósito, você irá dormir aqui comigo e amanhã bem cedo volta pra reserva. Sei que é uma loba e sabe se defender, mas acho mais seguro assim - avisei e ela apenas assentiu e segurou minha mão - Atria, eu nunca fiz essa pergunta antes, mas como ficaram as coisas depois que fui embora?

- Sua real pergunta é : Como foi que Sam ficou quando fui embora? - imitou minha voz com uma careta de deboche e revirei os olhos - Ele chorou, se é o que você quer saber.

- Espera, ele o que? - me virei para ela, surpresa. Esperava tudo, menos essa reação.

- Não vou nem te falar mais nada, você vai ficar se iludindo e nem quero isso - Atria fez um sinal de silêncio e a cutuquei, o que recebi apenas um rosnado em resposta.

Algumas pessoas que passavam nos olhavam torto por estarmos de mãos dadas, o que ignoramos. Demorou mais algum tempo até que chegássemos no barzinho, e eu me senti cada vez mais agoniada, cada vez mais agitada, como se algo dentro de mim quisesse me dizer algo.

- Aconteceu alguma coisa, Aylee? - Atria perguntou ao julgar pela expressão que fiz.

- Minha loba interior tá bem agitada - respondi dando de ombros. Minha irmã pareceu ter ficado pensativa por alguns segundos, e esboçou um sorriso todo malandro. Arquei a sobrancelha e ela apenas me arrastou pra bancada do bar - Duas doses de bourbon - pedi ao barman assim que me sentei - Aqui tá bem cheio, né.

- É um bar, Aylee. O que esperava em uma noite de final de semana quase tendo uma virada de ano daqui uns dias? - Atria revirou os olhos com um sorriso.

- Vem cá, não vai mesmo me contar quem é seu imprinting? - tentei fazer minha melhor carinha convencente.

- Vai saber amanhã quando for a casa dos Cullens comigo - piscou.

- Não sabia dessa condição - sussurrei. O barman deixou as duas doses na bancada e beberiquei a minha enquanto Atria virava.

Senti novamente aquela agitação por mim, minha loba querendo me alertar de algo estranho ali, quando um cheiro de canela invadiu as minhas narinas e me deixou inebriada. Era bom demais aquele cheiro, e eu precisava saber de onde ele vinha, o dono ou dona dele. Me virei bruscamente e meu corpo paralisou na mesma hora em que o vi.

A pele pálida parecendo sem vida, os olhos carmesim claros e brilhantes, o cabelo em um loiro meio escuro em um topete perfeito e um sorriso de lado que se esvaiou ao me ver. Uma intensidade forte pairou em mim, era como se não fosse mais a gravidade da terra que me segurasse ali e sim ele, eu queria me aproximar dele e inspirar mais de perto aquele cheiro de canela que me deixou louca, tocar sua pele e sentir se era macia ou áspera. Eu vi a minha razão ali, nos olhos...CARMESIM? ESPERA! OLHOS CARMESIM?

- Aylee - ouvi a voz preocupada de Atria e sua mão tocou meu ombro, me trazendo de volta a realidade, mas continuei prestando atenção na figura pálida há alguns metros longe de mim.

O vampiro também me media dos pés a cabeça e seus olhos escureciam a medida que o faziam, e um outro vampiro com uma cara de adolescente tocou seu ombro e balançou a cabeça em negação como se desaprovasse algo. Decidi também analisa-lo melhor, e capturei com atraso o colar se destacando com o brasão em parte do peito nu. Um Volturi, eu tive imprinting por um Volturi.

𝙄𝙢𝙥𝙧𝙞𝙣𝙩𝙞𝙣𝙜 • 𝑫𝒆𝒎𝒆𝒕𝒓𝒊 𝑽𝒐𝒍𝒕𝒖𝒓𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora