RESOLVIDOS

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DEMETRI VOLTURI

Eu tinha total certeza que deveria ir embora daquela cidade, mesmo que sentisse que não deveria ir naquele momento. Eu havia me magoado muito com Aylee, mas também havia feito o mesmo com ela. Aquilo havia gerado uma confusão maior do que esperava, ela me afeta mais do que eu esperava.  Minha boca se enchia de veneno só de imaginar ela voltando com o ex-noivo dela, mas jamais ficaria entre eles se fosse do seu desejo ficar com ele. Aylee merece alguém melhor que eu ao lado dela.

Minhas malas estavam feitas a contra-gosto, e ainda tive que aguentar Alec me enchendo a paciência com suas opiniões de como eu sou um idiota por estar fazendo isso e não ir me resolver com a minha loba. No final de tudo, eu estava descendo as escadas, quando uma dor forte me atingiu o peito. Uma dor que não se compara com a da transformação, uma dor emocional que conseguiu me derrubar. Eu sentia o laço que me ligava a Aylee sendo puxado, pronto para ser rompido e me desesperei cada vez mais. Alec tentava me ajudar, mas eu só conseguia gritar por ela para que não me deixasse. 

A dor sumiu de repente, e eu ainda sentia aquela ligação com ela e isso me fez respirar aliviado. Me recordei que ela havia dito que tentaria quebrar o imprinting, com certeza deve ter tentando. Mas ainda sim, ela é minha cantante, mas quem me garante que não cortou a ligação comigo?

Alec me ajudou a levantar ainda com uma expressão confusa, mas não lhe disse nada. Deixei minhas malas no canto da sala e subi as escadas para meu quarto. Me sentei na cama e agarrei os cabelos com as mãos. O que Aylee havia aprontado?

Foi como um passe de mágica quando senti o fluxo dos seus pensamentos, Aylee estava se aproximando da casa. Achei estranho ela estar vindo aqui. Talvez para dizer que se livrou de mim.

Ouvi seu uivo e passei rapidamente pela janela de curioso vendo a loba branca ali. Desci as escadas apressados e vi Alec bebendo sangue em uma taça de vinho.  Ignorei ele e fui até a porta. Aylee já estava em forma humana, nua e totalmente suada. Desviei meu olhar do seu corpo em respeito, e a cobri com meu manto. A peguei no colo ignorando o que dizia e a levei para meu quarto. O cansaço estava estampado no seu rosto. A deitei entre os lençóis e seu corpo relaxou. Ela queria continuar tendo aquela conversa, mas a mandei dormir. Me deitei ao seu lado e a puxei pra perto, acariciando seus cabelos e logo sua respiração ficou calma assim como as batidas do seu coração. Havia dormido. Eu me senti aliviado por tê-la ali, a vendo dormir como um anjo. Era como se eu pudesse sentir o meu próprio coração morto bater toda vez que a olhasse.

— Minha, só minha — sussurrei para não acorda-la. Nem consegui conter um sorriso.

A menina loba mal chegou e você tá  com suas crises de possessão. Parece até aqueles vampiros água com açúcar de romanceAlec zombou da cozinha. Nunca desejei tanto que ele se engasgasse com sangue, e olha que nossa espécie nem esgasga.

— Vá cuidar da sua vida — rosnei baixo — Você deveria estar na casa dos Cullens acompanhando a gravidez da songa monga.

Quem tem que acompanhar a gravidez é o pai da criança, que não sou eu ainda bem. Vou ficar aqui esperando minha irmã chegar que o General teimoso não me escutou, agora Aro vai querer você de volta na Volterra.

Bufei de raiva. Por um momento me esqueci de Aro. Ele vai querer uma boa explicação para eu ter conseguido resolver os "problemas" de Forks, e não querer mais voltar. Mas não é nele que quero pensar agora.

— Cala boca, Alec. Eu já sei — revirei os olhos mesmo que ele não pudesse ver — Vá arrumar roupas pra Aylee antes que amanheça.

Sempre sobra pra mim — percebi o tédio na sua voz e ouvi seus passos pelos corredores, indo ao quarto de alguma vampira pra pegar roupas.

𝙄𝙢𝙥𝙧𝙞𝙣𝙩𝙞𝙣𝙜 • 𝑫𝒆𝒎𝒆𝒕𝒓𝒊 𝑽𝒐𝒍𝒕𝒖𝒓𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora