A família Hood

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Se tivesse sido perguntado, Finn teria adorado descer da carruagem. Observou meio escondido enquanto Ryan conversava com a mulher que ele havia mencionado ser sua mãe. Ela era bonita, com uma aura bastante gentil. Estava decidido, Finn oficialmente gostava da sua sogra sem nem conhecer ainda. Demorou um tempinho, mas a mulher finalmente entrou naquela casa enorme e Ryan lhe fez sinal para sair da carruagem. 

- Você tem vergonha de mim. - Tentou não deixar muito claro o quanto aquilo o havia deixado chateado, mas não conseguia nem disfarçar mais.

- Eu não tenho vergonha de você.

- Mas não me deixou conhecer a sua mãe. Eu não quero ficar sendo escondido como se fosse uma coisa ruim. - Impulsivamente, começou a chorar. Aquilo era irritante, como poderiam ser um casal se ele não contava nem pra própria mãe?

- Finn, fica calmo. - Sentiu os braços de Ryan ao redor do seu corpo. Era uma sensação agradável, o fazendo se sentir protegido. Aquele abraço quase dizia tanto quanto os lábios do seu namorado. - Eu só quero deixar minha família mais preparada pra isso. Eu não sei como eles vão reagir, eu sumi por mais de um mês e ai apareço com um namorado. 

- O que falou de mim pra ela? ou pretende me esconder em um barril?

- Eu disse que trouxe uma pessoa, refugiado politico de um reino bem distante. E falei que quero que ela te conheça formalmente assim que você descansar um pouco da viagem. Eu vou contar, eu juro. 

Ryan beijou sua testa, e Finn não conteve o sorrisinho nos lábios, apesar de preferir que ele contasse tudo de uma vez.

-Tá. - O príncipe suspirou e limpou o rosto com o dorso da mão direita. - Vamos fazer do seu jeito, mas não espere que eu minta, nem nada do tipo.

- De acordo.

Um beijo rápido, e suas mãos logo estavam com dedos entrelaçados, enquanto Ryan o guiava para dentro da residencia. A primeira coisa que percebeu ao entrar era como era escuro. Nem de longe parecia com Marmoreal com suas janelas gigantescas. Decorações de homens com barbas vistosas e expressões sérias davam um toque sombrio ao lugar. Até as fontes de luz do lugar, que Finn tinha certeza que não eram lanternas encantadas com feitiços de luz, tinham um aspecto frio e agourento. Aquele lugar não o agradava nem um pouco.

Subiram uma escada, entraram em um corredor coberto por tapetes igualmente escuros como o resto da decoração para finalmente parar diante de uma porta que, sem surpresa, era de madeira bem escura. Ou os sogros de Finn tinham herdado esse lugar, ou eram excessivamente trevosos. Talvez necromantes, afinal as habilidades de Ryan lhe pareciam um pouquinho sobre-humanas, definitivamente fruto de magia usando força de mortos.

- Aqui é meu quarto. tem um banheiro, você pode tomar um banho e pegar umas roupas, acho que tenho algo mais condizente com seu estilo.

Ryan abriu a porta e tocou a parede, fazendo as luzes se acenderem. Finn adoraria perguntar que tipo de magia era aquela, mas o garoto já estava o empurrando para dentro.

- Eu voltarei logo, aproveite o banho, fique bem a vontade e não saia daqui.

Ele fechou a porta, deixando Finn ali sozinho encarando aquele novo ambiente. Quase tudo ali era duplicado e em paredes opostas: duas camas, duas escrivaninhas, dois armários que deveriam conter roupas. Parecia haver algum detalhe que o garoto estava esquecendo que seu namorado havia dito, mas a chance de conhecer mais sobre Ryan estava fazendo com que nem se importasse em descobriro que era. Se aproximou de uma das escrivaninhas, a mais cheia de objetos. Todos eram mecanismos desmontados, coisas como relógios, caixas de musica, uma versão quebrada daquela mini-besta de pulso que Ryan usava.

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⏰ Última atualização: Aug 31, 2020 ⏰

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