O Tempo Pode Apagar?

Descobrindo

Seu sexto ano em Hogwarts não havia sido como estava acostumado e, apesar de ter se sentido menos entediado, não poderia esconder a raiva que a desobediência do quarteto grifinório causava. Snape não estava seguro nem depois do aviso que dera e isso assustava e colocava á prova a lealdade que poderia conseguir do garoto. Ainda mais com a amizade dele com a ruiva irritante e sangue-ruim.

Black era um estresse á parte. Ele não apenas fazia questão de provar que suas palavras de proteção não valiam de nada, como também chegava até a fazer aquelas traquinagens infantis com o próprio Lucius, deixando aquela sensação estranha que ele tinha pelo moreno ainda mais forte.

- Onde vai passar as férias, Lucius? – a voz melodiosa de Narcisa Black chamou sua atenção. – Ouvi dizer que vai jantar na casa da minha tia semana que vem e que toda a família estará reunida... Alguma ocasião especial que eu deva saber? – a insinuação era tão forte que Lucius teve que se segurar para não revirar os olhos e dar um fora na morena.

- Nada que influencie diretamente com as suas férias, querida. É apenas uma formalidade, você sabe que passo a administrar parte das empresas, então seu pai e seu tio querem ter certeza que sou o melhor para esse cargo, já que seu querido primo não me parece muito... Promissor.

Narcisa pareceu murchar com a notícia, já que esperava o tão sonhado pedido de casamento no dito jantar, mas logo sorriu e se mostrou tão altiva quanto antes.

- Sirius é só uma criança, mas sei que logo vai mudar de ideia e saberá apreciar tudo o que você ensinar para ele. Isso sem contar que, caso ele continue um rebelde, temos Regulus para colocar no lugar dele. – mal acabou a frase e quase foi jogada ao chão quando um grupo de primeiranista passou pelos dois.

- Ups... – Sirius se sobressaiu em meio ao grupo. – Desculpa, priminha. Mas não se preocupe, qualquer coisa você me afoga no banheiro do trem e coloca o Regulus no lugar. – Sirius piscou, zombeteiro, para Lucius, antes de concluir. - Ainda fugindo, Malfoy? Desse jeito minha prima que vai ter que pedir a mão da donzela em casamento. – e, ao som das gargalhadas escandalosas de Potter e Pettigrew e do riso tímido de Lupin, eles seguiram para o trem.

Uma parte de Lucius queria azarar aquele baixinho abusado até ele pedir desculpas, mas a outra o agradecia por ver Narcisa se afastando, envergonhada.

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- Não quero saber! Essa é uma formalidade da qual você deve participar, mesmo que esteja morrendo. – Abraxas Malfoy estava muito irritado com o que achava ser uma artimanha de seu filho para não comparecer ao jantar na casa dos Black. – Vou chamar um curandeiro para te examinar, mas mesmo que ele disser que é seu último dia na Terra, você vai á esse jantar.

Dizendo isso, saiu batendo a porta do quarto de Lucius, deixando ele se contorcendo sobre os lençóis negros de cetim.

Já estava assim há alguns dias, mas nada que o preocupasse de início. Primeiro um mal estar, depois dores na parte baixa da coluna e, por fim, havia acordado naquela manhã com pontadas em seu abdômen e a cama molhada de suor e urina.

Não podia ser a tão não falada maturidade sexual Veela, pois lera que as dores eram fortes a ponto de enlouquecer, o que não era o caso, – sentia dor sim, mas até que era suportável – mas ainda acreditava que tudo aquilo tinha a ver com sua condição. Com a ajuda de alguns elfos, andou até o banheiro e banhou-se em água quente e, sem muita demora, voltou para sua cama, que já estava limpa.

- Seu pai acha que está inventando essa história de dores para não pedir a mão da Narcisa em casamento, sabia? – sua mãe entrou no quarto, mas se manteve próxima a porta. – Eu vejo que não é o caso, já que ele saiu e você continua com essa cara de doente. Vou esperar o curandeiro e mandar que suba, se precisar de algo peça aos elfos. – e do mesmo jeito que entrou, a Sra. Malfoy saiu do quarto, deixando para trás um cheiro enjoativo de perfume doce.