XI- Sétimo ano: Queimando como um Cigarro.

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HOGWARTS, 1997. 3 meses.

Se passou um tempo, todos estavam presenciando o cada vez mais perto dia em que acordariam e estariam no olho do furacão. O ¹estopim da guerra. Não ansiavam pelo dia em que acordariam e receberiam a triste notícia de que teriam de ir para casa, porque nenhum lugar era seguro.

Tão perto do Natal de novo, Draco não apresentava melhoras. Acordava todas as noites com pesadelos cada vez mais reais, chegando a ter mais de 2 pesadelos seguidos. Noites em claro começaram a ser convidativas para que a insanidade não o tomasse por completo. Sentia um enorme peso sobre si, observado o tempo inteiro, culpado o tempo inteiro. A marca no braço dançava o dia quase inteiro, e como consequência, Draco estava fazendo de tudo para raspar aquilo para fora do próprio braço.

Ao mesmo tempo que as coisas pareciam correr bem externamente; as pessoas cada vez mais o cumprimentando, ficando perto dele, chamando para algumas poucas coisas e conversando por horas. Oh, como Draco estava orgulhoso disso; dentro dele uma escuridão só crescia, o consumia. E ele sabia que uma hora seria por completo.

[...]

TW: altra descrição de maus tratos, sugiro que todos que tenham gatilho em mutilação ou dor (consequentemente morte) por favor passem para o próximo capítulo.

Draco terminou a última página de seu diário, colocando uma carta ali dentro e pensando no que escreveria na primeira capa onde tinha "considerações iniciais". Observando Goyle e Blaise comendo feijõezinhos de todos os sabores e rindo algo das imitações. Draco enfiou a pipoca na boca e se levantou.

Havia ganhado ainda naquele ano um distintivo para monitor, e achou uma ótima ideia visitar o banheiro para um bom banho, talvez fosse o ideal para o salvar daquela dor de cabeça que se instalou na hora do almoço e não acabou mais.

O banheiro estava vazio, Draco andou pelo local e se encarou no espelho. Ele gostaria de guardar com muito carinho o que via. segurando uma toalha, e trajando uma camisa de botões sem mangas, uma bermuda e chinelinhos. Naquele momento ele se sentiu inexplicavelmente normal. Colocou a toalha sobre a pia, ligando para testar as temperaturas quando, de repente, teve a impressão de ter visto alguém passando no espelho. Ergueu o rosto tenso e rodou os olhos pelo espelho procurando algum sinal de alguém, ou, os fantasmas brincalhões. Sem sinal.

Draco fungou e abaixou o rosto, ligando a terceira torneira para testar a temperatura, quando sua espinha estremeceu, os pelos brancos e claros todos de pé quando o garoto sentiu uma varinha tocar sua nuca, erguendo os olhos tão devagar quanto alguém que está prestes a ser morto e encarando o espelho. E ali Draco soube que entrou em algo que jamais poderia sair, mas ignorou por muito tempo e agora estava pagando.

Theodore Nott deu um passo para frente, passando o braço em volta de malfoy para que a varinha agora estivesse no pescoço, o encarando através do espelho com um sorriso naturalmente maldoso.

Talvez sejamos ingratos quando, todos os dias, fizemos que "queremos morrer" mas quando você está exposto a uma situação real, você de repente se pega perguntando se, o que quer que esteja nos rondando, lhe daria uma segunda chance. A ideia de que não tem volta parece pulsar junto com a pupila que se dilata em pavor. Medo é o sentimento da paz.

─ Oh, querido ─ Nott fez um beicinho quando os olhos de Malfoy tornaram a marejar, uma risada maldosa surgiu, preenchendo o silêncio do banheiro, então Nott esfregou a varinha no pescoço do outro ─ Sabe, eu sempre pensei no que aconteceria se eu acabasse logo com você. Quem sentiria falta? Você é tão desprezível, sempre tratando todos como lixo ─ cuspiu as palavras com raiva.

─...Nott, eu ─ Draco engoliu o seco mas fechou os olhos com força quando a varinha o apertou mais.

─ Cala a boca, cala a porra da boca, você já falou de mais, Malfoy, e agora você vai escutar. Você sempre rebaixou todo mundo, sempre, e eu sempre estive a sua direita. Sempre sendo destratado e ignorado, mas agora eu venci ─ Draco viu os olhos de Nott aquela noite, e ele estava completamente louco ─ quem vai ser humilhado agora vai ser você.

THE DIARY, drarry | ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora