CAP 5

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– Como é seu nome mesmo?

–Any

– Ana?

– Chegou perto. – Lancei um sorriso para o ruivo embriagado e dei mais um gole na minha Margarita.

Ele podia ser bonitinho, mas bonitinho não compensava estupidez desmedida ou nível alcoólico estratosférico no sangue, como ele devia ter. O cara me lançou a sua versão de sorriso de molhar as calcinhas que, sem dúvida, devia funcionar quando ele estava sóbrio.

Ou quando o objeto das suas afeições lascivas estava no mesmo estado de embriaguez.

Para minha infelicidade, meu torpor jovial induzido por duas Margaritas e meia nem começavam a qualificar tal estado.

Dançamos durante mais ou menos duas horas, divertindo-nos. Não houve nenhum toque real, nem encoxada, nem nada que o fizesse deduzir que aconteceria algo mais.

Afinal, eu conhecia limites, não conhecia? Claro que sim.

O hotel tinha uma boa seleção de bares e boates. Sem mencionar a abundância ao redor. Começamos num lugar do outro lado da rua antes de voltarmos para mais perto de casa.

Boa música, muita dança e alguns drinques. Minha diversão foi encontrada, consegui relaxar.

De qualquer maneira, era uma pena que ele tivesse que estragar tudo na tentativa de se dar bem. Por sobre meu ombro, Sam, o guarda-costas – que definitivamente não dançava – mantinha a mesma posição que havia sustentado nas últimas três horas, sentado junto ao bar com um copo de uísque na mão.

O caralho que ele queria dar um rolê por uma série de boates.

Não pela primeira vez na noite, ele estreitou o olhar para o meu parceiro de pista e meneou a cabeça em um gesto de descrença. Limitei-me a sorrir de volta. Não era para nada sério acontecer naquela noite. Consistiria apenas em risos, dança, alguns drinques, e a celebração por ser jovem e solteira.

Meu companheiro alcoolizado passou um braço pela minha cintura, lambendo os lábios.

– Então, Ana.

– Sim, Mike?

Uma carranca.

– Mark. O meu nome é Mark.

– Puxa, foi mal. Mark. Desculpa.

– Tudo bem, benzinho. – Um sorriso nebuloso trespassou seu rosto mais uma vez quando ele se inclinou para a frente, movendo-se para o golpe final.

Acho que não.

Desviei o rosto e dei um passo rápido para o lado, escapando da tentativa dele em relação a qualquer comportamento boca a boca. Quando minha infusão celestial de sal e tequila terminasse, eu daria o fora dali. Sam e eu poderíamos encontrar algum outro lugar para ir passar o tempo. Se não fosse garantido que eu gelaria o cérebro, eu beberia aquilo num gole só.

– Bem, isto foi ótimo.

– A festa só está começando – ele disse arrastado.

No que só pode ter sido planejado para ser um movimento suave, o idiota trombou em mim, me derrubando ao encontro do bar. Pior, meu maldito drinque cor-de-rosa derramou todo no chão. Essas coisas não eram nada baratas, e era certo como o inferno que eu não permitiria que Mark pagasse um para mim.

Ele já estava tendo algumas ideias sem isso. Idiota.

– Merda. – Empurrei o peito do bêbado, tentando afastá-lo de mim. – Sai daqui.

Let Me Know (Beauany)Onde histórias criam vida. Descubra agora