– Sai. De. Uma. Vez!
– Ok, linda – Josh disse, segurando minha mão suada e tensa. – Só respira.
– Não me venha com linda pra cima de mim. Foi o seu pênis que fez isto.
A doutora Peer, a obstetra, me fitou por cima da máscara descartável, os olhos nem um pouco impressionados com todo aquele drama.
Idiota.
Não era ela quem estava deitada numa cama com as pernas suspensas em estribos, a vagina exposta para que todo o mundo olhasse, estava?
Não, ela não estava. Eu estava. E aquela coisa de trabalho de parto começou há malditas vinte e quatro horas, por isso alguma coisa precisava ser feita cedo ou tarde.
Depois de quinze horas eu desisti e pedi uma peridural.
A melhor de todas as coisas existentes no mundo.
Mas agora o meu torpor estava sumindo. A minha felicidade há tempos sumiu.
– Você consegue fazer isto, sei que consegue – disse a incrível enfermeira obstetra, Amy.
– Você já fez alguma vez? – ralhei.
– Bem… Não.
Deixei que meus olhos dissessem o que eu pensava.
A mulher recuou um passo.
– Devagar – Diarra disse, bravamente segurando minha outra mão.
– Any, o seu bebê parece estar alojado no canal vaginal – disse a doutora Peer. – Ele não está mostrando sinais de estresse ainda. Por isso, poderemos continuar como estamos, e quem sabe você conseguirá empurrá-lo da maneira tradicional, ou você pode nos deixar acelerar o processo com um extrator de sucção.
– Eu li a respeito disso. – Meus olhos estavam fixos nos blip-blip-blips da tela do monitor do coração do bebê ao meu lado.
– É perigoso? – Josh perguntou.
– Cada procedimento tem o seu risco, mas ele é mínimo. Normalmente o bebê só mostrará um galinho, algo parecido com uma bolha de sangue, na crista da cabeça por alguns dias. Nada mais.
– O que quer fazer, linda? Continuar um pouco mais? – Ele pegou uma toalha úmida e enxugou meu rosto suado com ela.
– Estou tão cansada – choraminguei. – Por que a sua cabeça é tão grande? Se a sua cabeça não fosse tão grande isto não estaria acontecendo.
– Desculpa – ele murmurou.
Depois das primeiras catorze horas, Josh parou de tentar se defender. Era melhor assim.
Ninguém deveria tentar racionalizar comigo.
– Sinto tanta pena de mim – choraminguei um pouco mais.
– Mais uma contração chegando – Diarra anunciou, observando o monitor.
– Senhorita Gabrielly, por que não nos preparamos para a extração, só como garantia? – perguntou a sempre calma doutora Peer.
– Ok. – Mais um pouco de choro.
– Ai, puta merda – disse a voz da última pessoa no planeta com a qual eu desejaria interagir no momento. – Por que está demorando tanto? Você tem ideia do quanto é enfadonho ficar esperando na sala de espera até essa criança nascer?
– Sofya, você não pode ficar aqui – Josh disse entredentes, olhando malignamente para a irmã.
– Saia daqui, sua vadia – disse Diarra, muito eloquentemente.
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Let Me Know (Beauany)
عاطفيةCom aquelas duas linhas do teste de gravidez, tudo na vida de Any Gabrielly Soares, uma simples estudante de Psicologia, estava prestes a mudar para sempre. E tudo por causa de um grande erro em Las Vegas, cometido com Josh Beauchamp, o irresistível...