CAP 14

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– Uma coincidência do caralho – disse Noah, colocando mais salmão assado e brócolis no prato de Shivani.

– Obrigada, amor. – Ela atacou na hora.

Era lindo o modo como ele dava tanta atenção a ela.

Shivani evidentemente era o seu mundo.

Bastava Shivani olhar para alguma coisa que ele já a servia. Ela mudava de posição em seu assento e ele disparava para buscar mais almofadas. Uma rainha não poderia ser mais bem tratada. O amor nos olhos dele e os sorrisos suaves toda vez que ela o fitava faziam meu coração doer.

Era um amor intenso, tão franco e honesto. Todo amor, todo relacionamento era diferente. E de jeito nenhum alguém que não estivesse dentro daquele grupo poderia entender como aquele casal funcionava.

Que as pessoas julgassem.

Elas não sabiam de merda nenhuma.

De toda forma, eu não precisava ser o centro do mundo de Josh. Mas eu me conhecia. Eu precisava estar lá no alto, competindo pelo primeiro lugar com a música dele, tendo a sua confiança.

Um dia Josh e eu chegaríamos lá. Sem dúvida nenhuma.

Cada um dos casais do Stage Dive era uma variação do mesmo. Talvez fosse assim que músicos e artistas amavam, como se comprometiam. Tudo ou nada. Eles estavam conectados com suas paixões, portanto essas paixões tendiam a correr soltas em suas vidas.

Todas nós assistimos à apresentação daquela noite para ouvir a primeira execução de uma das novas canções da banda. Não era lenta, apesar de haver muito amor nela.

Mais do sensual e ardente rock and roll do tipo “transar com a minha garota me deixa feliz pra caralho”.

Um tanto esquisito quando você conhece o cara e a garota em questão. Noah gostava de compor canções sobre sua esposa, e caramba, como ele fazia isso bem.

A plateia foi ao delírio.

No dia anterior tivemos um dia de folga. Por conta das notícias sobre o meu esquema vadio de ganhar dinheiro terem chegado aos jornais antes de ontem, Josh e eu ficamos no hotel. Foi legal. Dormimos até as dez e tomamos um café da manhã tardio na cama. Até lidei com coragem com todas as ligações perdidas da minha mãe. Houve alguns gritos e lágrimas da parte dela.

Uma bela quantidade de “o que os vizinhos vão pensar?”. A questão era que a minha mãe tinha se ausentado da minha vida há muito tempo, prejudicando tanto a mim quanto a Diarra. Que eu tivesse permitido que ela voltasse era basicamente um milagre.

A opinião dela sobre a minha vida, contudo, não era necessária.

Deixei-a falar continuamente por cinco minutos exatamente, e depois lhe disse que tinha que ir e desliguei.

Minha vida atual tinha dramas em quantidade suficiente sem que ela se envolvesse. Não queria magoá-la, mas tampouco permitiria que ela me magoasse.

Fim da história.

Josh e eu assistimos filmes juntos e recuperamos um pouco do tempo perdido no sexo. À tarde, uma quantidade absurda de caixas e sacolas de lugares como A Pea in the Pod, Neiman Marcus e de uma butique chamada Veronique foram entregues. Tudo roupa de maternidade e um pouco mais. Não ousei perguntar o preço daquilo. Josh me lançou o Olhar.

Pois agora que estávamos num relacionamento e eu tinha o meu próprio Olhar, que significava que um limite foi alcançado e não devia ser transposto, eu respeitava a necessidade de Josh de sustentar tanto ao Feijão quanto a mim e, sabiamente, deixei o assunto de lado.

Let Me Know (Beauany)Onde histórias criam vida. Descubra agora