𖢨 𝑭𝑳𝑶𝑹 𝑫𝑨 𝑴𝑶𝑵𝑻𝑨𝑵𝑯𝑨 - 𝑨𝒗𝒂𝒍𝒂𝒏𝒄𝒆𖢨

༺ 𝘗𝘢𝘳𝘢 𝘚𝘦𝘮𝘱𝘳𝘦 ༻

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A longa viagem que eu fiz valeu muito a pena. Mesmo com a temperatura quase chegando a zero, era mágico poder estar naquele lugar. Foi tão emocionante poder chegar ao aeroporto e ver a bandeira nacional que tem as cores das flores das montanhas geladas e o brasão com um dragão branco. Desde que cheguei parecia que eu tinha apenas voltado para casa. Estranho, porque minha casa fica há milhares de quilômetros daqui, numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos. A história do lugar onde estou agora, sempre me fascinou desde que eu li um pequeno artigo quando ainda estava na faculdade de jornalismo. Por causa daquele artigo, eu resolvi pesquisar tudo sobre esse lugar e depois ainda emendar meus estudos com um curso de história. Eu tinha feito tantas pesquisas que apresentei uma ideia para uma editora e eles aceitaram. Para finalizar meu trabalho eu precisava ir logo para aquelas terras e ver com meus próprios olhos e saber se ainda havia indícios de sua existência.

Meu guia desde que cheguei é um rapaz muito simpático chamado Grantin. Ele é bonito e amável como a maioria das pessoas daqui. Ao contrário do que as pessoas pensam, mesmo com muito frio, as pessoas nessa terra são afáveis. É interessante, pois esse país é bem multi racial, com pessoas negras e orientais, um traço eu acho, do passado que me trouxe para cá. Todos são muito cordiais comigo, sempre que entro num bar ou vou almoçar no restaurante do hotel, as pessoas
sempre me cumprimentam e puxam assunto. Eu adoro, pois quanto mais eu conhecer as pessoas, mais minha pesquisa será enriquecida.

A história em que estou trabalhando tem milhares de anos, mas é uma das histórias mais fascinantes de nosso mundo. A história de um povo tolerante e integrado, que teve seu ápice durante o reino de uma rainha diferente de qualquer outra que tenha existido. Segundo minhas pesquisas, uma mulher que com dezoito anos teve a coragem de embarcar em um navio numa aventura que saiu de seu país gelado nos confins da terra, para chegar à África, passar por países orientais, por quase toda a Europa e de volta a seu país de origem. Teriam sido pelo menos uns 12 anos ou mais, conhecendo pessoas, línguas e culturas diferentes. Uma mulher que voltou para ser rainha por ser herdeira e que deu a luz a duas filhas gêmeas que formaram sua sucessão. Mas o mais impressionante dessa história é o fato de que essa rainha viveu por mais de 40 anos com outra mulher, uma jovem que se tornou princesa na minha idade, com apenas 22 anos. Um amor que durou pelo resto da vida das duas.

Eu passei muitos dias nas ruínas do castelo. Mesmo havendo apenas resquícios agora, parece que eu pude enxergar o castelo, as pessoas, tudo que tinha existido. Onde hoje há apenas grama eu sabia que ali ficava o lago onde no verão os empregados se banhavam. Uma árvore seca que resistia em pé, provavelmente seria a árvore do reino. Onde havia pedras, deveria ficar a gruta onde estava encravada a Espada de Ouro. Escavações encontraram pedaços do que poderia ser aquela espada e eu os vi no museu da capital. Aquelas lascas tinham um brilho dourado que eu nunca tinha visto antes. Porém, a minha parte favorita daquelas ruínas era um jardim de flores que ainda existia. Seria aquele o jardim que a princesa Ava plantou e que ela e a rainha conseguiam ver da janela de seu quarto? Poder ver tudo aquilo pessoalmente fez com que eu escrevesse meu livro mais rápido do que eu achava que sairia.

Depois que eu conheci o caminho para as ruínas do castelo eu ia sozinha para lá, geralmente passava toda a manhã no lugar, colhia algumas flores do jardim para colocar no quarto do meu hotel, depois voltava para almoçar em um restaurante que tinha uma vista para as montanhas cobertas de neve. À tarde eu sentava numa área reservada para os hóspedes no hotel e escrevia minhas descobertas e toda a história que eu queria contar. O diretor do museu da capital liberou para mim as transcrições que fizeram de muitos papéis encontrados nas escavações, principalmente uma parte que eles consideravam que pertencia ao diário da rainha Sara. Foi ali que eu encontrei as palavras sobre suas viagens, sua vida cotidiana no castelo, antes e depois de ter conhecido sua princesa. Tudo aquilo me fascinava e aqueles relatos pareciam que faziam parte de minha própria vida. Eu fui tão influenciada por aquela história que eu decidi fazer uma tatuagem igual a da princesa Ava em meu pulso esquerdo, com um "S". Por causa daquilo, o gerente do hotel e mais algumas pessoas que eu conheci na cidade me chamavam de princesa.

Como outro dia qualquer eu estava concentrada escrevendo como sempre, até que num instante eu vi uma mulher entrando pela porta do saguão. Ela tinha os cabelos loiros esparramados pelo ombro. A cada passo que ela dava meu coração batia mais forte. Ela passou por mim e aparentemente não me viu. Assim que passou, eu tive que me virar para continuar olhando ela. A mulher foi até o balcão do hotel e conversou com o rapaz na recepção. Achei que ela estava se hospedando ali. Eu voltei a olhar para o meu laptop, mas parecia que as letras na minha frente ficaram borradas. Foi então que a mulher passou por mim mais uma vez em direção à saída do hotel, saindo pelas portas. Eu dei um pulo e como se estivesse enfeitiçada corri até a saída, eu não podia crer que não veria mais aquela mulher. Quando saí e senti o vento gelado em meu rosto, olhei para todos os lados e não consegui ver mais a mulher. Talvez ela tivesse entrado num carro e ido embora. Eu fiquei desolada. Até que ouvi uma voz suave, quase sussurrando falar atrás de mim:

"Olá."

Eu me virei e dei de cara com a mulher de cabelos loiros sorrindo em minha direção. Só que dessa vez minha atenção se fixou em outro ponto do rosto dela: seus olhos azuis penetrantes. Ela tinha tirado os óculo e eu pude ver olhos azuis. Azuis como os da rainha Sara, eu pensei no mesmo instante. Eu fiquei ali com o queixo caído por uns segundos, até que estendi minha mão.

"Oi", eu disse meio abobada.

Ela apertou minha mão e me deu um sorriso que eu retribuí com vontade.

Eu sou a pessoa mais racional e objetiva que alguém possa conhecer, mas naquele momento, olhando para aqueles olhos eu só conseguia pensar na história que eu estava escrevendo e nas palavras que eu mesma vi escritas nos papéis guardados no museu: "o oráculo disse que quando encontrasse meu verdadeiro amor ele duraria por muitas vidas". Até aquele instante eu não acreditava que aquilo poderia acontecer na vida real, mas será que aquele sentimento forte de reconhecimento ali era um sinal dessa profecia?

"Eu sou Caitlin", ela se apresentou para mim.

"Jéssica", eu respondi.

Não sei se nós somos as reencarnações da rainha Sara e da princesa Ava, muitas coincidências podem levar algumas pessoas a pensar isso, porém naquele dia, naquele país distante, a nossa história começou e está sendo escrita há pelo menos 10 anos e espero que dure tanto e seja tão bela quanto a da rainha e da princesa que prometeram se amar para sempre.

♚𝑭𝒊𝒎♚

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*os nomes citados acima são os nomes reais das atrizes.

Então é isso pessoal , nossa linda história chegou ao fim e eu estou muito feliz por ter cada um de vocês aqui acompanhando.

Desde já quero agradecer novamente a autora dessa linda e maravilhosa fanfic. Obrigado meu anjo por ser a melhor escritora e ser essa pessoa tão gentil riversbell345.

Valeu por tudo pessoal e até a próxima.😘❤️