𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 18

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Sara não gostou nada ao saber que um gigante de quase dois metros de altura seria o responsável por carregá – la pelo palácio. Mas não havia nada o que ela poderia fazer. Mesmo reclamando, ela teve que aceitar e não só isso: tinha que aceitar que agora não tinha mais controle total de sua vida. Ela podia dar ordens, porém as pessoas sempre demonstravam um ar de piedade o que lhe deixava possessa de raiva. Rory, ou o Abominável homem das neves, como ela o chamava era tão gentil que ela se sentia culpada por tratá – lo mal.

Contudo, o que mais chateava nessa história toda de perder o controle, era Ava. Ela a via todos os dias em estados vulneráveis e degradantes e isso para Sara era inconcebível que uma jovem como ela tivesse que passar por determinadas situações. Mesmo em momentos mais suaves, como quando Ava lavava seus cabelos com todo cuidado, massageando, passando os produtos mais cheirosos, ela se sentia diminuída. Sara odiava se sentir como uma louça de cristal a ponto de se quebrar. E o pior: Ava fazia tudo com um sorriso no rosto, não um sorriso falso do empregado que precisa do dinheiro. Sara sabia que Ava fazia tudo aquilo com amor e sinceridade. Tudo o que Sara tinha medo em ser uma mulher mais velha apaixonada por uma moça tão jovem veio à tona durante aquele mês em que ela ficou de cama.

Por causa de sua personalidade forte, Sara ficava irritada com toda a situação e as coisas só foram piorando naquele tempo. E até nisso, Ava demonstrava paciência. Sara temia que por Ava ver suas fraquezas, ela a trocaria por qualquer pessoa ou parasse de amá – la. Ela preferia que sua princesa tivesse uma imagem de que a rainha Sara era aquela mulher destemida que viajou ao redor do mundo praticamente sozinha, que enfrentou perigos, que lutava como ninguém com uma espada, que conhecia qualquer assunto e não que Sara fosse aquela mulher ferida, frágil, pálida, de cabelos brancos, que sentia dor, que quase perdeu a vida, que não podia caminhar sozinha até o jardim de seu próprio palácio. A rainha sentia vergonha se si mesma e amaldiçoava aquele troglodita que a feriu, seu mau discernimento em se deixar ser ferida, aqueles malditos médicos que não lhe deixavam fazer nada e sua maldita saúde que não melhorava logo.

Um mês depois de retornar ao palácio, ela ainda estava ali, presa naquele quarto e naquela cama. "Era pra isso que ela tinha voltado do vale da morte"?, ela se perguntava. Para que Ava a visse daquele jeito?

Ela ruminava esses pensamentos encolhida em sua cama, quando Ava entrou no quarto.

"Minha senhora, hora de comer e de tomar o remédio."

Ava colocou a bandeja com o prato de sopa quente no criado mudo ao lado da cama e sorriu, passando a mão no cabelo de Sara. Ela achou que o cabelo da rainha estava com aspecto bem melhor, tinha crescido bastante e precisava de um corte, pelo menos estava macio com o sabão que estava usando.

Sara se virou e olhou para o rosto de Ava. Ela percebeu que nesse pouco tempo a feição da jovem havia amadurecido bastante. Ela estava mais magra, perdera as bochechas joviais que tinha quando chegara ao palácio. A rainha sentiu mais culpa ainda. Ela passou os dedos pelo rosto de Ava que aceitou o carinho. Sara sentiu seu desejo crescer e encarando aqueles lábios perfeitos ela a beijou. Devagar no começo e foi intensificando o contato, até Ava se entregar e os beijos ficarem profundos. Ava gemeu com o contato e Sara alcançou os seios dela por debaixo do vestido. Ava ficou surpresa e se distanciou tentando recobrar o fôlego, com timidez.

"Ava?", Sara perguntou hesitante.

"Eu... eu fiquei pensando quando eu ia poder ter um momento como esse de novo com a senhora. E me senti tão egoísta por pensar assim."

𖢨 𝑭𝑳𝑶𝑹 𝑫𝑨 𝑴𝑶𝑵𝑻𝑨𝑵𝑯𝑨 - 𝑨𝒗𝒂𝒍𝒂𝒏𝒄𝒆𖢨Onde histórias criam vida. Descubra agora