𖢨 𝑭𝑳𝑶𝑹 𝑫𝑨 𝑴𝑶𝑵𝑻𝑨𝑵𝑯𝑨 - 𝑨𝒗𝒂𝒍𝒂𝒏𝒄𝒆𖢨

𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 4

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Um dia, durante uma das poucas folgas que tinha, Ava estava sentada perto do lago com as outras mulheres que trabalhavam no palácio e elas contaram a história dos antigos reis do país, histórias que tanto Ava adorava ouvir.

Há mais de cinco gerações a dinastia Lance era quem reinava por aquelas terras. No começo foi difícil as famílias sobreviverem naquele ambiente tão gelado, mas com muita força de vontade e perseverança, foi – se montando uma sociedade. O palácio foi construído por eles e dizia - se que foi ali que nasceu a lenda da espada de ouro. Segundo essa lenda, quando o rei Arthur Lance terminou de construir o palácio, do lago que circunda o local, a espada de ouro apareceu elevada por cima das águas. Assombrado pela aparição e com o brilho dourado, o rei tirou a espada do lago e se apossou dela. Quando houve um conflito com outra família que queria se apoderar do palácio, o rei foi para a guerra usando a espada e teve uma vitória incontestável. Dizia – se que apenas o rei podia manejar aquela espada, outros que tentavam tinham as mãos queimadas ou por causa de um calor ou por causa de um frio congelante emanado por ela. No fim da guerra, o rei Arthur resolveu fincar a espada numa pequena gruta que ficava na parte debaixo do palácio. Ele notou que apenas ele e sua esposa eram capazes de tirar a espada da gruta. Mais tarde quando seus filhos nasceram, ele viu que eles também tinham o poder de tirar a espada de ouro dali. Foi então que todos começaram a acreditar que a espada seria um presente dos deuses. Foram feitos muitos torneios, com muitos homens e mulheres vindos até mesmo de terras distantes, que iam até a gruta para tentar tirar a espada de lá, sem sucesso. Somente os descendentes reais e as pessoas a que eles tinham verdadeiro amor, tinham o poder de tirar a espada da gruta. A tataravó de Sara, por exemplo, era de uma beleza invejável, com lindos olhos azuis e muitos homens queriam se casar com ela. Vários desses homens tentaram tirar a espada de ouro da gruta e nenhum conseguiu. Ela acabou se apaixonando por um rapaz humilde que trabalhava limpando os cavalos da corte e era ridicularizado, porque tinha uma gagueira crônica. Ela resolveu levá – lo até a gruta e pediu que ele tirasse a espada de lá. Ele teve medo, mas resolveu tentar, por também estar apaixonado por ela. Ele encostou a mão na espada e a puxou com facilidade. Os dois se casaram e reinaram juntos por muitos anos. Aquela espada era reverenciada como o próprio guia de poder e conquista daquelas terras. O povo tinha verdadeira adoração pela espada de ouro.

O sistema adotado pela família Lance garantia que a pequena população tivesse o suficiente para sua subsistência. Com o tempo, outros povos se mudaram para aquelas terras e a população cresceu. Era um país mais isolado, mas que era reconhecido no Velho Mundo.

A realeza buscava modos de aprimorar a vida de seus subordinados, garantindo, por exemplo, que cada casa ou choupana tivesse uma lareira para aquecer as pessoas durante o rigoroso inverno. Muitos membros da realeza viajavam para países vizinhos a fim de trazer novidades para suas próprias terras.

O rei Leonard Quentin, foi um homem com feições típicas daquela região. Alto, musculoso, barba e cabelo entre o ruivo e o loiro, com um rosto que não denotava austeridade e sim jovialidade. Ele reinava há pelo menos três anos, herdando o trono do pai que morrera, após 40 anos de reinado. Leonard se destacava lutando com a espada e nos exercícios de guerra: o país nunca se envolvia nas guerras dos países vizinhos, porém, eles tiveram que enfrentar invasores e algumas pequenas guerras civis no passado. Assim, o rei Leonard apenas cuidava de assuntos burocráticos com rapidez durante o dia, para que à noite pudesse se divertir junto de seus amigos, tomando uma boa cerveja e comendo um bom churrasco. Ele tinha como melhor amigo, John, um cavaleiro que não tinha sangue real, mas que era conhecido tanto por sua bravura, quanto inteligência. Os dois eram melhores amigos desde a infância e se tratavam como irmãos. John Diggle era moreno e alto, musculoso e sem barba, o que o tornava irresistível para qualquer mulher e pretendentes não faltavam. O rei também era bonito e galanteador, mas ainda não havia escolhido sua companheira. A linhagem da realeza do país tinha misturas, os reis não se importavam em se casar com as ditas plebeias. Ali, também não havia uma religião predominante, a realeza geralmente desacreditava em poderes divinos. Um dos tataravôs de Leonard criou uma igreja, mas não era obrigação de todos frequentá-la e suas leis não atrapalhavam os direitos fundamentais dos cidadãos. A cerimônia de coroação acontecia na igreja, apenas por comodidade, pois os reis seguiam as suas próprias regras.