capítulo 05

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O problema de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda oportunidade.
Laurence J. Peter

Emma pv:

Quando escutei aquelas palavras saindo dos seus lábios como mel, pensei "bom, como uma taça de vinho pode melhorar essa amizade que acreditamos ter?"

Acho que demorei demais olhando para forma como a sua boca se moviam toda vez que falava comigo. Obviamente é deverás difícil escutar algo vindo dessa mulher, então sim, talvez fosse um grande privilégio meu receber um convite seu saindo logo da sua boca, da sua pessoa, receber aquele convite no meio da noite em sua casa com os seus filhos dentro.

Eu me sentia no dever de responder sim, me sentia obrigada a aceitar, me sentia disposta a deixar o meu cansaço, o meu querido sono de lado.

Talvez fosse culpa daqueles malditos olhos que me intimidavam como se eu estivesse escondendo algo, como se eu estivesse pronta para lhe entregar tudo a partir deles, aqueles olhos que me despiam e me deixavam a mercê das suas malditas vontades, que me abstraiam, que me deixavam tonta e sem a minha permissão descobriam os segredos que eu guardava as setes chaves em minha mente.

Minha boca estava seca assim como minha garganta que implorava por um copo de água, meus pés criaram raízes no solo abaixo de mim, me sentia no conflito interno entre subir as escadas e me ver livre de toda sua onipotência ou de simplesmente me entregar ao desejo de seguir ao seu lado para uma noite tórrida de tentação.

Eu queria me estapear ali mesmo em sua frente, talvez isso fosse o suficiente para lhe causar medo ou para que me achasse louca, quem irá de querer uma amizade com uma louca? Digo, ela sentiria ainda alguma coisa por mim? Alguma coisa que pudesse ainda querer transformar nossa amizade mais forte? Esse mundo sendo tão sujo e preconceituosa que é, seria ela a pessoa que faria jus a sua profissão e séria justa ao acreditar que todos merecem ter um amigo sendo ela louca ou não?

Não sei, talvez pensar nisso já fosse loucura suficiente

Queria poder ter uma terceira opção, queria que algo surgisse inesperadamente, que alguém aparecesse ou que até mesmo ela repensasse melhor em sua proposta de querer tirar alguns minutos importantíssimos da sua vida para falar comigo.

Como ela pode ter tempo para me importunar, mas não para jantar com os seus filhos? Talvez fosse até bom aceitar o seu convite, talvez eu pudesse usar isso ao meu favor, até então isso não era de todo o ruim, o ruim era ter quer ficar em um lugar por mais de cinco minutos com a senhorita Mills. Com somente ela!

Passei a língua pelos meus lábios recém ressecados e vi quando o corpo da juíza reagiu, ela não tirava um minuto sequer os seus olhos de mim, nem para olhar ao redor, nem para sei lá descansar a vista, ou para de alguma forma olhar para o seu celular que não parava de brilhar em sua mão desde sua chegada avassaladora.

A minha resposta era tão importante assim? Eu poderia simplesmente dizer não e tudo estaria bem. Eu acreditava nisso, todavia a resposta não, nem estava em meus pensamentos, sua proposta era de longe algo que eu queria deixar de recusar.

Então por que eu estou aqui, falando, falando e falando? Poderia eu estar realmente com medo. Medo? Emma Swan não tem medo! Nem em outra vida ela teria medo de uma mulher! Hm, não, com certeza não era medo! Talvez eu estivesse apreensiva, eu poderia estar apreensiva no momento como aquele, certo?

O que mais me deixava furiosa era forma como ela agia tão bem naquela situação. Eu podia notar o sorriso esguio no seu rosto, podia notar sua postura tão perfeita em cima daquele salto que doía os olhos só de olhar, podia ver que ela estava certa que a minha resposta seria um belo sim, e isso me deixava enjoada, porque eu seria apenas mais umas que cederia aos encanto da juíza poderosa.

A juízaOnde histórias criam vida. Descubra agora