Capítulo 03

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Emma pov:

Eu literalmente não saberia como explicar, as milhares de sensações que me invadiram, ao encontrar com meu pai. Ele estava sentado em um dos bancos mais afastados da cafeteria, olhando para o vitrine como se estivesse concentrado em algo.

Não sei exatamente quanto tempo estou sem ver meu pai ou quando foi a última vez que eu lhe abracei, só sei que quando sentir os seus braços ao redor da minha cintura e o seu beijo carinhoso em cima da minha cabeça, pude constatar que ele continuava sendo o mesmo.

- Você não mudou nada.

Era literalmente o mesmo abraço apertado que dava a segurança que você procurava e o beijo cálido de que tudo ficará bem.

- Já você, se parece mais como uma grande mulher!

Fala com tanto orgulho que quase sinto suas voz embargar. Para privar possíveis constrangimentos, me separo do seu abraço e peço paro nos sentar.

- Como você está?

Falamos em uníssono e rimos em conjunto.

- Você primeiro. - Diz calmo enquanto se arrumava na cadeira.

- Ahn, bom, por onde começar? - Meu pai curva os ombros em um possível "não sei" e eu apenas sorrio. - Eu estou bem. Cheguei de Londres ontem, conheci a casa que a mamãe está morando, terminei meu livro e pretendo publicá-lo logo.

- Hur! Finalmente veremos o seu livro circulando por aí.

Meu pai diz animado bem na hora que um garçom vem nos atender. Peço um simples macchiato ao homem ao meu lado e meu pai um expresso e para acompanhar duas fatias de bolo. Quando terminamos de fazer o pedido, meu pai me olha para prosseguimos a conversa.

- E você, como está? Como vai Neal e Kathryn?

- Eu estou bem né. Neal está para completar três anos e Kathryn está ótima.

Vejo um sorriso nada legal aparecer nos lábios do meu pai mas resolvo não questionar.

Neal Nolan era meu irmão caçula por parte de pai, David era casado com Kathryn Abigail a mais ou menos quatro ou cinco anos. Quando recebi a notícia de que seria irmã foi como uma facada no meu estômago, percebi que não seria mais a filha única, que agora meu pai teria outro filho e ele não séria com a minha mãe. Levou um tempo pra me acostumar com essa realidade mas enfim, acabei deixando de lado aquela Insegurança e ciúme bobo.

- Vou ter a chance de presenciar o primeiro aniversário de Neal de perto.

Digo um pouco animada. Apesar da minha distância, meu pai sempre gostava de ligar ou mandar fotos do meu irmão para mostrar como ele estava crescendo.

- Sim. Ele vai amar saber que a irmã está tão perto!

- Estou animada para finalmente conhecê-lo pessoalmente.

Ficamos por alguns minutos conversando até os nossos pedidos chegarem e finalmente podermos desfrutar daquele que seria o nosso café da manhã.

- Fiquei sabendo do que aconteceu com você em Londres.

Estava levando um pedaço de bolo aos meus lábios quando escutei o que ele disse.

- Deixo adivinhar... - Faço uma pequena pausa dramática e meu pai apenas sorrir amarelo. - Mary Margareth.

- Sua mãe me disse que era por isso que estava voltando.

Mastigo lentamente o pedaço de bolo em minha boca fazendo uma nota mental de nunca mais contar nada para minha mãe em um momento de fragilidade meu.

A juízaOnde histórias criam vida. Descubra agora