Capítulo 02

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Emma pov:

- Ahn...

- Senhorita Mills!!!

De uma maneira milagrosa (eu diria) minha mãe surge na cozinha fazendo eu quase saltar em felicidade (eu disse quase por que aquele não era o momento nada adequado para fazer qualquer tipo de brincadeira), olho para ela apavorada e vejo seu olhar de desculpas.

Minha boca fica seca quando descubro que aquela mulher dos olhos chamativos era ninguém menos que a juíza.

Minha mãe arruma seu robe bagunçado no seu corpo e passa por entre os homens altos e armados com uma coragem de se admirar. Minha respiração só vai voltando ao normal quando sinto sua mão tocar a minha em um leve aperto.

- Mary.

A morena que prestava atenção na cena muito bem atenta eu diria, diz o nome da minha mãe suavemente e lhe encara esperando algum argumento plausível da sua parte.

- Senhorita Mills... essa é Emma. Minha filha.

Um sorriso amarelo aparece em meus lábios e como o esperado começo a suar frio. Passo a mão lentamente por minha testa molhada e percebo os olhos instigantes da juíza me analisarem atrás de algum resquício mentira. Com um leve levantar de mão ela ordena silenciosamente que eles abaixem as armas. Ela é obedecida imediatamente e aquilo me faz suspirar em alegria.

- Meu Deus... - Viro-me para olhar minha mãe e arregalo os olhos propositalmente.

- Você está bem?

Se ter mil armas apontada para sua cara é estar bem, então sim, eu estou bem. Penso.

- Eu não sei.

Sou sincera. Era essa imagem que eu recebo de Regina Mills? Uma mulher que aponta armas na cara de quem não conhece? Que tipo de pessoa faz isso? Que dizer, isso pelo menos é normal?

E aí que eu lembro que estou em sua casa então quem estar invadindo sua privacidade sou eu! Eu só achava que como "moraria" em sua casa minha mãe pelo menos mostraria uma foto minha para ela... ou não... por que diabos ela mostraria uma foto sua para a sua chefe Emma????? Para que situações como essa não retornassem a acontecer??

- Você vai ficar bem?

Respiro fundo e assinto várias vezes.

- Espero.

Mary se afasta de mim sem deixar seu típico beijo estalado em minha testa e vai até a morena que ainda me olhava como se eu fosse sua presa. Me arrepio só de saber que o seu olhar estar sobre mim, me desvendado, me estudando, me queimando.

Essa seria uma boa hora para uma retirada discreta.

- Estão dispensados. - Pela terceira vez ouço sua voz grossa que faz minhas pernas fraquejarem.

Pego o copo de água com a minha mão tremula e levo até meus lábios ressecados. Com toda aquela confusão eu acabei esquecendo o meu real motivo de estar ali. Mesmo não querendo eu acabo escutando minha mãe conversando com a sua chefe, elas falavam sobre mim, minha mãe falava. Término de beber a água e me viro para ir embora, mas sem antes de lavar o copo e guardá-lo.

- Me perdoe por essa... confusão. - Passo a mão pelos meus cabelos tentando alinhá-los e cerro os olhos não acreditando que estava falando com aquela mulher. - Estou indo me deitar mãe... boa noite, até amanhã.

- Boa noite querida. - Dou-lhe um beijo em sua bochecha e quase saio correndo daquela cozinha, mas mantenho a postura.

Regina? Ela apenas faz o que vem fazendo desde que chegou, fica calada enquanto observa tudo. Sinto seus olhos queimarem minha costa quando ainda estou saindo da cozinha, talvez só seja difícil ver uma imagem diferente em sua casa, acostumada a ter o controle de tudo era estranho ver uma estranha em sua cozinha no meio da noite.

A juízaOnde histórias criam vida. Descubra agora