Capítulo 6: Parte ll - Hamlet

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Parte II: Hamlet

Estava decido: eles iriam ao teatro e só depois ao pub. Colin e Benedict queriam comemorar o aniversário do irmão mais velho com as maiores práticas da libertinagem: bebidas e mulheres. Mas Anthony insistiu que queria assistir a estreia de Hamlet. O Bridgerton tinha certo gosto pela arte teatral, em especial, por essa obra de Shakespeare. Existia uma certa admiração pelo caráter reflexivo do personagem principal, característica com a qual ele se identificava. Após seu pai falecer, passou questionar demasiadamente sobre a vida e a morte, além de um sentimento amiúde de que ele teria, ainda novo, o mesmo destino.

Contudo, naquela noite, seu único objetivo era se deleitar com o espetáculo, na companhia dos amigos e do amante, que convenientemente, também era seu melhor amigo.

Por volta das cinco da tarde, Anthony lia as cartas enviadas pela sua família e sentia seu coração se apertar. Embora amasse a liberdade da sua vida, não conseguia deixar de sentir falta de sua amada mãe, Violet, de suas irmãs e de seu irmãozinho, Gregory. Também haviam alguns presentes, mas foi o de  Daphne que chamou mais a atenção: ela tinha mandando um curioso potinho ornamentado, e quando ele abriu para ver qual era o conteúdo, havia apenas um bilhete dentro escrito "paciência" ( anotou mentalmente que teria sua vingança ).

— O presente que eu mais gostei foi o da Daphne. - Simon comentou, observando-o remexer nos itens espalhados pela cama. —  Pode ser bem útil para você.

— Ah, você gostou? Fica com ele então. -  o sarcasmo agudo na voz de Anthony era inconfundível.

— Até que eu gostaria, mas você precisa mais dele do que eu. - Simon disse enquanto se sentava na beirada da cama. — Recebeu algo de Bendict ou Colin?

— Ainda não, mas de qualquer forma não sei o que esperar deles. - inclinou a cabeça para o lado em desinteresse.

— Bom...- se esticou pelo espaço do lençol que estava vazio.  — Você só vai receber o meu mais tarde.

— Não sei para quê tanto mistério... - Anthony puxou Simon para perto de si. — ... sendo que você poderia me dar o que eu quero nesse exato momento. - ergueu a sobrancelha direita de forma sugestiva.

—  E o que você quer? - sorriu provocativamente.

— Pensando bem, não é sobre o que você irá me dar, mas sim o que quero fazer com você. - depositava pequenos beijos na curva do pescoço dele, descendo aos pouco, até que Simon o interrompeu.

— Normalmente, eu não recusaria isso. Mas o dia é exclusivamente seu. - disse trocando de posição, colocando uma perna de cada lado do corpo dele. — Hoje é sobre você.

Anthony ficou perplexo com o tom autoritário que lhe foi dirigido. Basset retirou primeiro sua própria blusa e depois a dele, sem cortar o contato visual. Não estava acostumado com ele tomando a liderança, mas decidiu gostava daquilo e deixou-o continuar. Hastings se moveu mais para baixo, distribuindo beijos lentos pelo abdômen, e deslizou uma das mãos pela lateral do corpo onde acentuava-se uma levíssima, quase imperceptível curva na cintura, enquanto a outra fez caminho pela parte interna da coxa. Ele continuou esse processo, até chegar nos botões da calça, soltando-os um por um, e ao finalizar, retirou aquela peça de roupa. Deixou seus lábios percorrem aquela pele desnuda da virilha, fazendo Anthony fechar os olhos e suspirar. Quando Simon atingiu seu prazer, o visconde não aguentou:

— Simon...por favor.. - arfou se contorcendo na cama.

— Quer que eu pare? - aquele sorriso diabólico estava estampado em seu rosto.

— Não. Nunca. Continue ago.... Meu Deus! - sua ordem foi subitamente interrompida com Simon direcionando beijos e carícias no prazer dele.

À medida que ele aumentava a intensidade de seus movimentos, Anthony não tinha mais nenhum traço de lucidez em sua mente. Só conseguia se agarrar a cama ou aos cabelos de Hastings. Na verdade, a única coisa que pensou era que essa foi a vez que ele mais usou o nome divino em vão.

um caso ilícito {short fic}Onde histórias criam vida. Descubra agora