Epílogo

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Antes que a bola de neve que Ellen joga em minha direção me atinja, me esquivo. O suspiro de lamento dela por eu ter me esquivado bem na hora me faz rir. Desde que nos beijamos àquela noite de Ano Novo, ficamos mais próximos. Quase todo dia ela vai à minha casa e me convida para fazermos alguma atividade juntos, assim como faço com ela.

Numa de minhas idas à sua casa, conheci sua mãe, Carol. A sra. Gracie é muito gentil, me convidou para comer torta de pêssego naquele dia, e eu não pretendia aceitar, mas ela praticamente me puxou para dentro da casa e só faltou me amarrar na cadeira. 

Ainda sinto vontade de rir quando me lembro do quanto Ellen ficou vermelha de vergonha e tentou, sem sucesso, fazer sua mãe desistir da ideia. Percebi enquanto conversávamos que a sra. Gracie estava me interrogando sutilmente, mas, como fui sincero ao responder todas as suas perguntas, a mulher pareceu gostar de mim. 

— Sua mira é péssima. — debochei, fazendo uma bola de neve com as minhas mãos que quase congelaram por causa do gelo. 

— Mas a minha não é. — antes que eu pudesse olhar na direção da voz que conhecia muito bem, fui atingido com força e senti a neve gelar minhas costas. 

Paige me olhou e gargalhou tanto da minha cara de surpresa que colocou a mão na barriga. Ellen foi até ela, parou ao seu lado e elas bateram as mãos, orgulhosas. Levantei as mãos em rendição e a bendita bola de neve que estava fazendo caiu em meus pés, o que as fez rir mais. Não saberia dizer quem conquistou quem primeiro: se Ellen conquistou minha irmãzinha quando ela a ouviu cantar uma música de sua cantora favorita e percebeu o “clima” que havia entre nós, ou se foi a estrelinha ao começar a planejar nosso casamento com uma exagerada antecedência. Dean, aquela bolinha de pelos, veio correndo em minha direção. O peguei e acariciei sua cabecinha, desviei quando ele tentou lamber meu rosto. 

Já se passaram algumas semanas desde o Ano Novo. Joan e Shawn deram entrada nos papéis da adoção antes da chegada do mesmo, o que sinceramente me surpreendeu muito quando soube. Semana passada eles chegaram animados em casa depois de terem passado algumas horas fora. Eu estava deitado no colo da Paige assistindo aquele desenho animado famoso, Frozen, quando eles chegaram e me olharam com uma felicidade que transbordava em seus olhos. Joan se aproximou e me deu alguns papéis que eu não sabia do que se tratavam, quando li, chorei como uma criança e não me envergonho de dizer isso. Agora sou oficialmente Adam Miller. Sou oficialmente filho de Shawn e Joan Miller. 

Finalmente, depois de uma vida sem sobrenome apenas sendo rotulado de órfão, eu tenho uma família. Eu sei o que é ter uma família. Eu sei como é bom ser abraçado por uma mãe e ouvi-la dizer com tanta ternura e verdade que me ama; eu sei como é incrível ter um pai que me ensina a jogar bola e consertar o carro e que me olha com orgulho quando faço uma cesta; eu sei como é bom ser irmão mais velho de uma garotinha cintilante e afetiva que me admira e venera como jamais imaginei que alguém pudesse fazer. 

Feliz natal, AdamOnde histórias criam vida. Descubra agora