capítulo 8 - fora de sí

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Hanabi narrando

Ainda é de manhãzinha e já estou caminhando novamente ao lado do Konohamaru. Perdemos tempo demais naquela pousada então agora vamos ter que compensar andando sem parar.

Não só por eu querer estar livre desse casamento logo, mas também por que temos nossos compromissos com a aldeia, não podemos ficar longe por muito tempo.

Estamos passando por árvores e mais árvores já faz um bom tempo, seguimos o caminho da margem do rio para não acontecer de nos perdemos, não quero mais problemas do que já tenho.

Escuto apenas o som dos pássaros e as vezes do Konohamaru chutando pedrinhas. Ele não sossega por um minuto não?

E então paro de andar assim que vejo um pacotinho no chão, estranho aquilo estar ali no meio do nada. Provavelmente o dono perdeu. Me abaixo e pego o embrulho o abrindo para ver o que é.

Konohamaru nem nota que não estou mais o seguindo e simplesmente continua andando.

Quando olho aquilo em minhas mãos franzo a testa, era uma espécie de pó. Não faço ideia do que seja, penso em deixar ali, mas a curiosidade fala mais alto...

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Volto cambaleando até o Konohamaru, o que era aquilo em? estou me sentindo... estranhamente feliz.

Ele logo nota que estou diferente, rindo em momentos aleatórios. Parece um pouco assustado com isso, não sei qual é o problema de eu estar alegre.

Vem algo em minha cabeça e falo sem nem pensar sobre, é como se eu tivesse tomado uma poção de coragem além dos limites.

- me dá um beijo? - viro o rosto na direção dele

Ele franze as sobrancelhas confuso, mas logo depois sua expressão muda.

- ei pera aí... vamos com calma - ele sorri fazendo charme.

Quando ele se aproxima de mim enrugo a testa, confusa ao ver que haviam dois dele.

- por que você não me contou - dou um empurrão no ombro dele. Konohamaru me olha estranho, não está entendendo nada - eu deveria saber que você tem um irmão gêmeo.

Minha voz está meio diferente... ele não responde nada, só fica me olhando como se eu fosse uma esquisita. Não é minha culpa se tem dois dele na minha frente... porque tem dois Konohamarus?

- Hanabi... você ta bem? - ele parece preocupado, não sei porque.

- eu to ótima, nunca estive melhor - dou um tapão no braço dele e começo a rir do nada.

- ahm... tabom então... - ele diz baixinho finjindo não se importar e volta a se concentrar no chão.

- ai por que você é tão chato em? - cambaleio para o lado, soltando meu peso nele - eu só quero você, porque você não me quer? - deito minha cabeça no ombro dele.

Ele continua andando devagar me ignorando, simplesmente por não saber o que dizer. Não faço ideia do que está passando pela sua cabeça agora. Não sei nem o que passa na minha... ai to ficando tonta.

- você não me dá atenção - começo a lacrimejar de repente, o que tinha naquele pó em?

Ele para de andar e segura meu rosto entre as mãos analisando alguma coisa.

- Hanabi você ta me assustando...

Dou um sorrisinho malicioso e o ignoro olhando para boca dele, de repente deu uma vontade de jogar ele na parede e... nossa ta calor aqui.

- shiu... - coloco suavemente meu dedo em seus lábios, ainda sorrindo.

- o-o que você ta fazendo? - ele começa a gaguejar e ainda me olha estranho.

Passo os dedos pela borda do pano azul que ele amarra no pescoço. Sinto seu coração acelerado, e seus olhos... está apavorado o coitado. Dou risada. Isso me deixa estranhamente exitada.

- relaxa meu xuxuzinho, eu sou carinhosa - sussurro e tapo sua boca devagar, me aproximo mais dele conforme subo o olhar até seus olhos.

Ele se assusta e empurra minhas mãos se afastando com um gritinho.

- saí de mim sua maluca - ele bate em suas roupas como se tivesse tirando poeira.

Ele me encara procurando uma resposta para suas perguntas mentais. Seu olhar desce até minha mão que ainda continha um pouco daquele negócio do pacote.

Konohamaru vem até mim pegando minha mão e a cheira, isso sim foi esquisito.

- isso é... meu deus Hanabi onde você achou isso? - ele me olha sério

- isso o que? ...minha mão? - balanço a mesma e o olho - nasci com ela

- ... ai senhor, ta não importa. Daqui a pouco o efeito passa então enquanto isso tenta não...  - ele se interrompe quando vê que eu não havia prestado atenção em nada que falava e sim no céu.

- olha - aponto para o nada e fico confusa com o que vejo - o que é isso?

- deus, dá me paciência - ele esfrega a testa e respira fundo - não é nada, vem

Ele pega na minha mão entrelaçando nossos dedos e começa a me guiar. Fico olhando em volta, ou eu to vendo coisas ou vim parar no país das maravilhas.

De vez em quando tombo em cima dele ou fico rindo sem motivo enquanto toco em seus fios de cabelo. Konohamaru permanece em silêncio, vejo um sorrisinho em seus lábios, está achando graça.

De repente começo a chorar, estou me sentindo estranha... de novo.

- o que foi agora? - ele vira para mim e levanto meu rosto o fitando.

- eu não sinto minha perna - pressiono um lábio contra o outro e as lágrimas continuam caindo sem parar - acho que estou morrendo.

Ele segura a risada o máximo que pode e respira fundo tentando parecer sério. Por que ele acha engraçado o fato de eu estar ficando aleijada?

- o meu deus calma, você não vai morrer ok? - ele me abraça e e aperta os olhos rindo em silêncio

- eu to morrendo... - falo com voz de choro e ele resmunga mais ainda, o que tanto ele acha engraçado?

Ele me solta e dá um suspiro se recompondo. Eu estou literalmente chorando porque perdi a perna e ele simplesmente ri?

- consegue andar? - Konohamaru sorri contendo o riso mais uma vez.

Balanço a cabeça negando e soluço ainda chorando, não sei de onde surgiram tantas lágrimas. Nem porque estou chorando na frente dele.

"Hanabi para com isso pelo amor"

- vem cá - ele vira de costas e me carrega.

Passo os braços em volta do seu pescoço e ele segura minhas pernas assim que volta a andar.

Deito minha cabeça em seu ombro finalmente parando de chorar, ficamos assim o caminho todo até eu pegar no sono ali.

Mesmo dormindo o ouço rir e murmurar algo como "o que eu não faço por ela não é mesmo".

De repente casados - konohanabiOnde histórias criam vida. Descubra agora