capítulo 12 - decisão final

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Hanabi narrando

Todos ali se chocam quando ele diz não, era uma opção, mas ninguém esperava por essa. Muito menos eu.

Franzo as sobrancelhas tentando entender o que aconteceu para essa mudança de planos tão de repente. Até mesmo o juíz pareceu surpreso com sua resposta, já que a minutos atrás o próprio Konohamaru quem pediu que fizesse o divórcio.

Todos os poucos olhares que haviam ali se voltam para ele esperando que desse uma explicação. O mesmo estava nervoso e parecia assustado com o que acabou de dizer.

- gostaria de explicar? - pergunta o juíz quebrando aquela onda de silêncio.

Konohamaru respira fundo e assente com a cabeça. Assim que ele abaixa o olhar começo a ficar preocupada, não por ele simplesmente ter recusado o divórcio, mas pelo motivo que o levou a isso.

- bom - ele solta um suspiro - eu recusei por que... a amo - ele levanta a cabeça olhando para o juíz e todos ficam abismados.

Fico totalmente paralisada, em choque, quer dizer, ninguém nunca me disse isso... essas palavras... não se fala a qualquer um.

Sinto meu corpo gelar e meu coração acelera aumentando o nervosismo.

Meus olhos se arregalam e por um momento até achei que iria desmaiar ali mesmo.

A gente estava se dando bem, foi divertido esse tempo que passamos juntos, mas não achei que chegaria tão longe. Não consigo nem descrever o que estou sentindo, nem se quer pensei na possibilidade de sentir algo por ele ou ao menos tentar entender.

Ele permanece olhando para o juíz, e volta a falar como se eu não estivesse presente. Provavelmente está com medo de olhar diretamente para mim e ver minha reação completamente apavorada.

- e-eu nem sei o porque estou falando isso, nem porque eu disse não - ele da uma risada meio sem graça - eu sei que é loucura continuar casado, mas eu cometi o maior erro da minha vida. Acabei me apaixonando por alguém que só me aproximei a o que? cinco dias no máximo. Sei bem que parece impossível, descobri isso a seis minutos atrás... agora sete, mas o que disse é verdade e repito com todas as palavras. Eu a amo, como nunca amei outra pessoa.

Ele abaixa a cabeça mais uma vez, nem o próprio acredita que acabou de dizer tudo isso. A essa altura do campeonato eu só não estou no chão porque tem um homem do meu lado.

Permaneço o fitando sem nem sequer piscar. Estou em pânico, ao mesmo que emocionada e... feliz? são tantas coisas que passam pela minha cabeça agora que não consigo assimilar nada direito.

- Sei que é totalmente ilógico continuar com isso então retiro a negação, pode seguir com a separação já que ela quer assim - ele dá um sorriso triste olhando para mim, ainda falando como se não estivesse ali - eu amo uma pessoa e não vou obriga-la a retribuir o sentimento. Estando como um casal, amigos, divorciados ou até apenas conhecidos, vou dar tudo de mim para ve-la feliz. Sempre.

Ele desvia o olhar para o juíz novamente e continuo imóvel na cadeira, eu estou tão confusa que se bobear eu não sei mais nem qual é meu nome.

Aquilo, aquelas palavras... eu não fazia ideia de que o Konohamaru se sentia assim.

- ahm... já que ambos concordaram, podemos prosseguir com as assinaturas? - até o juíz estava um tanto impressionado.

Todos ali menos Konohamaru olham para mim esperando uma resposta depois daquela declaração qualquer um pensaria duas vezes antes de qualquer coisa.

Aqueles olhares começam a pesar sobre mim me deixando cada vez mais assustada com a situação. Me encontro sob pressão total a dizer alguma coisa, mas simplesmente não consigo, nada saí.

Minha garganta está inteiramente fechada e tantas coisas rodam meus pensamentos que não posso pensar direito. A cada segundo que passa me sinto tentada a correr dali e respirar.

Mas como não posso fazer isso, apenas olho para o juíz e me deixo levar balançando a cabeça em sinal de acordo. Logo todos param de me encarar e pelo canto do olho vejo Konohamaru soltando ar pela boca, no mesmo instante me sinto tão mal por ele que só consigo pressionar os lábios enquanto fecho os olhos e apenas uma frase fica clara em minha mente. Eu sou uma pessoa horrível.

- portanto, considero esse julgamento encerrado - disse o homem com os papéis em mãos nos chamando até lá para assinar.

Assim que eu e Konohamaru assinamos nossos olhares se cruzam por um segundo, mas é suficiente para ver que a partir dali tudo mudou.

Como vou falar com ele depois de tudo isso? só quero cavar um buraco no chão para enfiar minha cara.

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Saímos do tribunal em total silêncio, só ouviam ambas as respirações voltando ao normal depois de tantas surpresas.

Andamos toda a viagem de volta quietos, três dias só falando o nescessário. Não que estivéssemos brigados ou algo do tipo, mas ficou um clima pesado entre nós e nos sentíamos envergonhados.

Das poucas vezes que trocamos palavras mal nos olhavámos e para completar eu travava sempre.

Quando finalmente chegamos de volta a Konoha paramos na entrada para nos despedirmos já que cada um seguiria seu caminho a partir de agora. Ele se vira para mim e começa a revirar os bolsos procurando algo.

Ele tira um chaveiro de cachorrinho, o mesmo que comprou naquela loja de conveniência e estende e mão vazia em minha direção indicando que eu fizesse o mesmo.

Coloco minha mão sobre a dele sem dizer nada. Ele levanta o lábio em um sorriso de lado e coloca o chaveiro na minha mão, em seguida fecha a mesma e solta.

- só uma lembrancinha dessa nossa aventura - ele dá uma risada triste olhando para minha mão

- obrigado - sussurro apertando levemente o presente e sorrio - por tudo

Eu realmente estou muito grata a ele, desde o começo por ter me feito dar as risadas mais sinceras até agora com esse simples presente, mas que significa muito. Se fosse a alguns dias atrás eu provavelmente o xingaria por ter gasto com isso invés de comida.

Nos olhamos no fundo dos olhos pela primeira vez desde que saímos daquele tribunal e ficamos assim por um tempo.

- então esse é nosso fim? - meu olhos ameaçam marejar, mas me contenho ao máximo, não quero chorar na frente dele até porque foi eu que quis isso, a decisão final foi responsabilidade minha.

- nunca é um adeus - ele passa o polegar suavemente pela minha bochecha e pego em sua mão.

Assim como ele também estou sorrindo, não por felicidade, mas por nossa história ter acabado assim.

Tiro delicadamente sua mão do meu rosto e dou um passo para trás. Nos olhamos por mais alguns segundos antes de virarmos em direções opostas e cada um seguir com sua vida como se nada tivesse acontecido. Era assim que dissemos que queríamos não é mesmo?

De repente casados - konohanabiOnde histórias criam vida. Descubra agora