De repente casados - konohanabi

capítulo 15 - fim ou só o começo?

Hanabi narrando

Já se passaram 5 meses desde todo o ocorrido com Konohamaru. 5 meses que não nos falamos direito. 5 meses que não paro de pensar nele um dia sequer. Como cheguei a esse ponto?

Sei que já devia ter tomado uma atitude a muito tempo, mas não tive coragem. É mais difícil do que parece. Sempre que tento ir até ele e dizer de uma vez tudo que está guardado aqui dentro eu fico com o pé atrás e volto. Muitas coisas me impedem além do orgulho, e nem ao menos sei porque.

Paranóias e inseguranças pairam na minha cabeça toda vez que penso em ir falar com ele, me fazendo travar no mesmo instante. As vezes acho que vou estragar nossa relação atual, ou que vou parecer uma idiota na frente dele. Fora que seria hipocrisia da minha parte o ter recusado e correr atrás só agora... quanto mais o tempo passa maior fica minha agonia.

Queria dizer a ele tudo que percebi nesses últimos meses, de como sinto sua falta e de como o quero por perto. Nunca achei que seria do tipo que se prende e não larga mais, mas com ele é diferente, me sinto diferente... ele desperta meu outro lado. O lado que não é qualquer um que tem acesso.

Agora estou aqui, em frente ao meu espelho de corpo tentando criar coragem. Fico apertando minhas mãos uma contra a outra, meus dedo já estão começando a soar só de imaginar. Porque ele causa tudo isso em mim? as coisas poderiam ser tão mais simples se eu não o amasse. Ou se ao menos tivesse tido a certeza disso a meses atrás.

Olhar para ele durante os treinos, chegar perto, falar com ele mesmo que sejam poucas as palavras e todas em relação a vila. Tudo isso mesmo sendo coisas comuns do dia a dia tem um certo impacto sobre mim agora. Principalmente depois que nos divorciamos. Antes eu não me importava nem um pouco, agora a cada toque os sentimentos aparecem mais e mais.

Respiro fundo olhando para meu reflexo e solto minhas mãos por fim.

- eu preciso tentar, só mais uma vez - murmuro abaixando o olhar para o criado mudo ao lado

Me agacho no chão e abro a pequena gaveta do móvel. Tiro de dentro o chaveiro de cachorro que ele me deu quando nos despedimos. Fico olhando para aquele objeto com um sorriso bobo no rosto. Por mais simples que seje o guardei com todo cuidado, para lembrar daquele dia sempre que olhasse para ele. Talvez eu seje um pouco idiota por isso.

Levanto e o guardo no bolso do vestido. Saio do quarto caminhando devagar pensando em como vou dizer o que sinto em relação a ele. Ao mesmo tempo que inspiro e expiro repentinas vezes para manter a calma, não quero chegar lá e estragar tudo como sempre faço.

Ando pelas ruas de Konoha sem ao menos fazer ideia de onde ele esteja nesse momento. Sei que em sua casa não está, nem na sala do Hokage. Espero que o encontre logo antes que a ideia de desistir fale mais alto na minha cabeça.

Passo por todos os lugares possíveis de se achar o Konohamaru, mas ele simplesmente não está em nenhum deles. Olho em volta e nada, nenhum sinal sequer.

Quando o entardecer começa a dar as caras já estou cansada de procurá-lo  em vão. Assim que pego o caminho de volta em direção a minha casa fico fitando o horizonte. E só então vejo que ele estava sentando em cima de um morro bem alto. Por que raios ele está ali? Andei tanto para no fim ele estar bem na minha cara.

Junto o pouco de dignidade que ainda me resta e começo a subir pela pequena estrada de terra que havia ali. Vou lentamente para ter tempo de respirar fundo e repensar no que estou prestes a fazer.