Tarquin se tornou Grão-Senhor cedo, mais cedo do que era recomendável, mas não havia quem pudesse questionar o poder da Mãe. Erguido de Almirante pra Grão-Senhor com a morte do primo, Tarquin se viu com uma corte cativa, torturada e destruída.
Ci...
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Se você não está com medo, então você não entendeu.
Pois bem, Tarquin. A reunião será em Velaris.
Me ajude a convencer os outros Grão – Senhores disto.
Sua presença é confirmada, suponho.
Rhysand
A resposta de Rhysand demorara dias, mas viera tão pouco planejada quanto a de Tarquin fora. Ou fora escrita para parecer daquela forma, ao menos. Naila e Cresseida estavam com o papel em mãos agora, depois de enfim serem colocadas a par de toda a situação. Ele fora sozinho na última reunião dos Grão Senhores com Varian, mas dessa vez achava pouco provável que conseguisse o mesmo feito.
Não tinha real necessidade disso, é claro, além de proteger elas de possíveis ataques verbais.
E elas eram crescidas o suficiente para lidar com aquilo.
– Velaris. – Naila suspirou e apertou a ponte do nariz. Ela era mais guerreira do que política e tinha a idade semelhante à de Tarquin, mas mesmo ela sabia que ele não deveria ter sido tão direto com outro Grão Senhor. – O que é isso? Uma desistência? Ver qual Grão Senhor paga mais para torturar ou matar aquela General?
A pergunta de Naila não tinha julgamentos, mas ascendeu uma fogueira de fúria que vinha sendo alimentada todos os dias de demora de Rhysand para responder. Ele deu as costas, no próprio escritório, para olhar para o sol que subia no horizonte pela enorme janela. Era manhã, mas o sol já brilhava e exibia toda a beleza colorida dos mares, pedras e cidades litorâneas. Tarquin lembrou do sonho que o acordara, naquela manhã, as lembranças e sonhos de um passado confuso com o presente.
Valkyrie acordara numa biblioteca. Pela primeira vez não fora numa cela.
Logo quando Rhysand respondia. O que ele estava planejando fazer com a própria filha? O que ele vinha fazendo realmente?
Naila e Cresseida não sabiam dos sonhos. Varian não sabia da frequencia deles. Tarquin tinha aprendido a ficar quieto, aguardar os dias para a dita reunião, para descobrir até onde Rhysand fora e fazer a própria jogada.
– Ou quem estará disposto a enfrentar dormir com o inimigo para se casar com ela. – A voz de Cresseida soou baixinha, mas Tarquin se virou para a ela assim mesmo. Ela e o irmão lidavam mais com política, mas Cresseida não era uma guerreira. Se alguém ali se propusera a entender os meandros dos Grão Feéricos, aquela tinha sido Cresseida. Varian a observava com a mesma inquisição. – Eu aposto que Beron estaria disposto, tanto pelo prazer de quebra-la quanto pelo de levar a genética para sua linhagem. Não duvido de Helion ou Tamlin, mesmo que acho pouco provável que Rhysand deixe ela ir para a Primaveril. O maior perigo real seria Helion... Não entendo direito aquele Grão Senhor. Não acho que Rhysand daria a filha para Beron depois do desastre com Morrigan, também, e Helion parece favorável a ele em alguns momentos... Pelo menos, é o que dizem os espiões.
