CAITLEN
Levanto da cama, depois de uma das piores noites mal dormidas da minha vida, determinada a falar com ele. Mesmo que Henry Velmont e eu não tenhamos nada, eu ainda preciso da ajuda dele. Não vou deixar essa chance escorregar pelas minhas mãos por conta de um sentimento bobo. Apaixonada ? Até parece.
Entro no clube por que sabia que iria encontra-lo aqui, eu liguei para a V.Tec e falaram que ele tinha saído. É um lugar bonito, arejado, verde, grande e muito barulhento, o lugar preferido de jovens ricos e mimados. Eu tive que responder um monte de perguntas para um cadastro de sócio antes de poder entrar, já que eu não estou acompanhada pelo Henry.
Por onde passo eu sinto o olhar das pessoas, eles devem se perguntar o que Caitlen Hayes faz socializando ou o que essa garota está usando, até por que botas, calça comprida e blusa de manga comprida não combinam muito com o clima de um clube com piscina e quadras de esporte.
Eu já estava cansada de procurar até ver ele tão concentrado no jogo. O filho da mãe podia ser menos bonito, eu teria problemas nenhum. As roupas brancas se tornam uma segunda pele de tão coladas pelo suor. Me sento em um banco de madeira, tem vários espalhados embaixo de arvores pelo lugar.
Fico esperando a partida terminar. Ele troca um aperto de mão com o outro jogar, acho que um pouco mais novo. Ele atravessa a quadra para o canto oposto de onde estou, para pegar suas coisas, ele não facilita ,eu me levanto e atravesso todo o lugar para falar com ele.
-Henry Velmont. -ele levanta o rosto e parece um tanto surpreso. Será que ele não me viu assistindo toda a partida? -Podemos conversar?
Meu coração começa a bater rápido quando ele se levanta do banco e coloca a mochila no ombro, eu tento não olhar pro rosto corado, e o corpo soado. Foco Caitlen, você não é uma adolescente. Você já passou por isso antes, ele vai te trocar assim que algo parecer mais interessante que você.
-O que faz aqui? -ele não parece tão irritado quanto eu imaginava.
Talvez eu devesse dar meia volta. Foi errado usa-los para irritar Clarck, eu poderia ter arrumado uma outra maneira de fazer isso. Nem sei direito o que vim fazer aqui.
-Já disse, conversar. -ele sinaliza para que eu passe na frente. Andamos até uma espécie de lanchonete. É difícil não perceber os olhares que ele atrai pelo caminho. Principalmente feminino. -Então?
-Eu tenho uma proposta. -não vou prolongar isso. Eu só preciso saber se ele topa, se não eu posso muito bem procurar outra companhia para investir, se alguém surgir com um projeto inovador, as ações da Hayes voltam a cair. Seria ótimo se ele perdesse não só a filha para a concorrência, mas também uma boa ideia.
-E qual seria?
-Eu tenho um projeto de um novo jogo que pode ser um grande sucesso se trabalharmos juntos, a V.TEC tem altos índices de sucesso em vendas dos seus projetos. - levanto a mão para chamar o garçom, estou começando a ficar com calor nesse lugar. –Claro que a sua vantagem seria afundar a Hayes Company de vez.
-Em que posso ajuda-los? –não tiro o olhos da cara de surpresa do Henry, não deve ser comum uma pessoa querer acabar com o próprio patrimônio.
-Eu quero um suco de laranja.
-E o senhor?
-Água. – rapaz anota os pedidos e se retira. –O que você ganharia com isso ?
-Aquilo nunca foi meu, meu avô criou para o meu pai que se tornou o rei sol, completamente autoritário e que faz de tudo para conseguir o que quer. -descido contar a verdade. Se vamos ser aliados ele precisa saber minhas intenções. -Clarck sempre foi um homem que tinha tudo que queria, e quando não conseguia destruía quem tivesse em seu caminho. Ele queria casar como uma mulher mais jovem, mas minha mãe não queria lhe dar o divorcio. Então ele fazia coisas absurdas para ela ir embora. Um dia ele conseguiu, ela foi embora e ele colou uma outra mulher no lugar. Jane me jogou em um colégio interno. Eles fizeram tanto mal a minha mãe que ela se matou e não fizerem nem o favor de me avisar, eu só descobri a cinco anos atrás quando eu voltei do internato. Minha mãe já tinha falecido a oito anos, ele acabou com a minha vida e com a dele, ele precisa aprender que não se tem tudo o que quer.
Henry fica em choque com a história. Ela é digna de um filme de drama, devo admitir. As pessoas podem imaginar que tudo isso foi uma fatalidade, mas pra mim um homem como ele não é alguém que eu possa amar e chamar de pai.
-Então você quer vingança pela sua mãe? - confirmo, se falasse algo agora eu acabaria fazendo o que sempre fui ensinada a não fazer. Chorar. -Pior do que eu imaginava.
-Você vai aceitar minha proposta?
-Sim. -ele aceitou, rápido demais. Mas ele aceitou é o que importa. –Temos o mesmo objetivo e o mesmo inimigo.
-Ótimo. Prepare uma sala. Eu e a minha secretária começamos a trabalha depois de amanhã.
Henry fica confuso. Ele é um pouco lento, como ele achava que eu iria destruir a Hayes Company se não fosse trabalhando com ele? Pego minha bolsa e sai do clube sem uma confirmação ou despedia. Agora eu vou focar em concluir meus planos e depois tentar entender o que eu estou sentindo.
-Senhora, os pedidos. –escuto o garçom falar , mesmo assim não paro. Não quero suco, quero a queda de império.
Entro no meu carro e pego o caminho para a casa da Lucy, ela precisa de um emprego e eu preciso de um braço direito de novo, e além disso alguém que me traga a ração. Por que eu tenho certeza que tão perto daquele homem, eu posso acabar me deixo perder.
Paro no sinal, imaginado que um dia serei como todas aquelas pessoas, como o diferencial que eu vou seguir o meu sonho. É isso, o meu incentivo não é só a memoria da minha mãe, mas meu sonho também.
Estaciono na frente da casa, é um bairro residência com casas que parecem casas de bonecas. Empurro o portão e bato na porta, só escuto o grito de "espere" da Lucy e o andar rápido dentro da casa. Ela com certeza não estava me esperando, fica bem visível pela expressão dela. Entro sem nem mesmo ser convida, na verdade eu me sinto bem em casa com a Lucy e o James.
-Depois de amanhã voltamos a trabalhar. –jogo a minha bolsa sobre a mesinha de centro e me jogo no sofá, até que é bem confortável.
-Vamos voltar para a Hayes Company ?
-Não. Vamos trabalhar para os irmão Velmont. V.TEC.–sorrio, toco a minha bochecha, chega ate a doer com a falta de pratica. –Se eu fosse seu marido pedia demissão, não vai sobrar pedra sobre pedra daquele lugar.
-Como assim? –ela se senta em uma poltrona. Lucy usa um vestido solto e um avental, completamente diferente de qualquer visão que já tenha tido dela. –Eu pensei que você ia desistir dessa ideia.
-Eu nunca desisto de nada.
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Trilogia Irmãos Velmont -Conectados (Livro 1)
RomanceHenry Velmont é o irmão caçula de três irmãos, sempre teve uma vida difícil, mas podia suportar todos os desafios ao lado da sua família. Mesmo depois da morte de seus pais ele e seus irmãos permaneceram unidos, e graças a uma ideia de Valentin, seu...