Capítulo 16

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CAITLEN

Me senti bem aliviada depois de contar o que aconteceu para a minha relação ser tão difícil com o meu "pai", minha vida não foi um conto de fadas e não posso dizer que tiveram somente momentos ruins. Tive a chance de conhecer pessoas e ter uma boa educação, certo que não consegui manter nenhuma amizade ao longo desses anos. Henry me passou confiança, alguém que pode me ajudar mesmo sem ter nada haver com isso.

Paro o carro na garagem da Hayes Company, espero que seja a última vez que tenha que pisar aqui. Eu deveria ter pedido para o James pegar as minhas coisas, por que recebo todos os olhares assim que entro na Hayes Company. Todos já sabem que não pertenço a esse lugar, eu fiz contato com o jornal que liberou as fotos da minha ex-madrasta e eles pulicarão na edição de hoje "Caitlen Hayes deixa a empresa da família e se junta a empresa do, ate então namorado, Henry Velmont.". nós deveríamos nos pronunciar sobre esse romance.

A porta do elevador se abrem em frente a minha sala, a mesa de Lucy já está limpa, com certeza James veio pegar as coisas dela.

Abro a porta da sala. As estantes não tem mais os livros e pastas de antes, poucos móveis ainda permanecem. Em cima da mesa tem só uma caixa de papelão grande com as minhas coisas. Passei tantos anos sendo treinada pra assumir esse lugar e passei os últimos cinco anos aqui e tenho completa certeza de que não vou sentir falta.

Felizmente eu não encontrei Clarck no caminho até a garagem e ninguém ousou se aproximar. Coloco a caixa no porta malas do carro e quando viro, o homem atrás de mim me assusta. Fala serio, o que ele faz aqui?

-Precisamos conversar. -Dylan fala como se eu ainda tivesse o que falar com ele depois de tanto tempo.

-Não temos nada o que conversar. - eu dou a volta para entrar no carro. Se ele está achando que eu sou aquela garota que não conhecia nada da vida, que ele conheceu quando tinha acabado de deixar um colégio interno. Ele está completamente enganado.

-Espera. -ele empurra a porta do motorista antes que eu possa entra. - Você ainda gosta de mim, eu posso ver isso. Eu ainda gosto de você, talvez possamos nos encontrar mais tarde.

Nojo é o que sinto dele, foi o meu primeiro namorado, o primeiro homem da minha vida e não passa de um canalha. Quando ele levanta uma chave com certeza de um motel eu fico indignada, ele tem uma esposa. Como eu pude ser completamente apaixonada por esse cara? Que me trocou por dinheiro e agora quer trair a própria esposa.

-Você quer que eu seja sua amante? -isso é rídico, eu posso muito bem sair com o homem que bem entender, mas jamais eu vou aceitar ter algo com alguém casado. Se eu tiver algum tipo de princípios, esse é um deles.

-Não é bem assim. - eu o empurro da frente da porta e a abro para entrar no carro. Como eu pude um dia dizer que amava ele? -É ele não é? O Velmont. Você está gostando dele?

-Sim.

............................

O jardim era maravilhoso. Verde e bem florido, muito parece com um paraíso. A garotinha de cabelos negros, veste um vestidinho florido como o jardim, esta no balanço pra lá e pra cá. Mais o sorriso bonito desaparece quando o homem forte e grande aparece na frente dela. Ele a assusta e me assusta. Ele a pega pelos braços grosseiramente, ela tropeça no caminho. Lágrimas silenciosas começam a descer pelo rosto dela quando ele é a joga sobre uma cadeira.

-Não chore! -ele grita, ela tenta engolir o choro. O livro toca o rosto dela, ela está machucada. -Hayes não choram e também não perdem tempo com besteiras.

Acordo suada e assustada. Na maioria das noites meus sonhos me trazem lembranças da infância. Pego celular no criado mudo para ver as horas, são quase seis da manhã. Me levanto para tomar um banho.

Escolho uma calça jeans preta com uma blusa solta cinza e botas curtas de salto para o primeiro dia na V.TEC. Última etapa do meu plana e depois, não faço ideia do que vai acontecer. Vai ser um verdadeiro teste de resistência trabalhar lado a lado com o Henry.

Antes de sair de casa ligo para Lucy avisando para ela me encontrar lá. O caminho é tranquilo, a V.TEC. fica quase meia hora do meu apartamento, talvez eu precise alugar um apartamento mais perto.

As pessoas nem parecem notar quando entro no prédio. Elas sorriem, andam de um lado para o outro e conversam animadas, um clima completamente diferente da Hayes Company, é mais animado e leve. Eu gosto do lugar. Lucy me espera sentada em um sofá colorido no que eu acho que seja a recepção. Aqui é tudo um tanto misturado.

-Com licença. -chamo atenção do rapaz atrás de um balcão. -Sou Caitlen Hayes, começo a trabalhar hoje.

-Claro. -o sorriso dele mostra todos os dentes. - Henry avisou. A sala dele é no ultimo andar é só subir.

Henry ? Quanta intimidade com os funcionários. Pegamos o elevador para o ultimo lugar .

-Vamos. -falo ao passar por Lucy. O elevador abre e a garota ruiva está na porta como um cão de guarda olhando pra mim como se fosse sua refeição entre vários dias sem comer.

-Henry a espera. Sua sala é aquela. -ela aponta para uma porta em frente de si. Já existe uma mesa posto de frente a porta. Nossas salas vão ser frente a frente.

As duas únicas salas fechadas do andar, a outra sala tem paredes de vidro e da pra ver claramente que é a sala de reuniões, que não destoa da empresa, moderna e cheia de vida. Passo pela porta da sala do Henry, sem bater, ele está concentrado na tela do computador, não percebe minha presença. Fecho a porta, a Lucy ficou para trás para começar a se organizar.

-Sua secretária não parece gostar muito de mim. -ele levanta o rosto rápido e sorri. Ele tem um sorriso bonito. Jogo a bolsa em uma das cadeiras e sento na outro.

-Beca é uma grande amiga, só quer me proteger de um possível golpe. - ele abaixa a tela do notebook. Tem um computador afastado no quanto da mesa, sem total necessidade, a sala dele parece de um garoto. -A empresa do seu pai andou copiando alguns projetos nossos.

-Que projetos? -todos os projetos passavam pelas minhas mãos antes de serem aprovados.

-O último projeto que vocês criaram era nosso, por exemplo. -o último programa foi o que Jane... sabia que tinha alguma coisa de errado com aquilo.

-A ex-esposa do Clarck foi quem apresentou o último projeto.

-Então foi ela quem roubou? -ela não seria esperta o suficiente, talvez ela tenha comprado de alguém.

-Ela não seria esperta pra isso, alguém passou para ela. Vocês tem alguma ideia de quem possa fazer isso?

-Não. Quem quer que seja não deixou rastros. -nenhum crime é perfeito, se não deixaram rastros era por que sabiam onde iriam procurar.

-Jane ama dinheiro, se vocês oferecerem um pouco com certeza ela fala.

-Eu vou falar com Valentin.

-Você quem sabe. -tenho que redobrar os cuidados com o meu projeto, eu não quero que ele seja mandado para o Clarck, do mesmo jeito que pode destruí-lo, pode levantar a Hayes Company de vez.

-Me fale mais sobre o projeto.

- É um aplicativo para celular, ou melhor, um jogo. Por isso acho que vai se espalhar mais rápido. Um jogo de realidade virtual.

-Já existem vários assim. -ele não põe muita fé, mas eu sei que ele vai se surpreender.

-Tolinho.

Trilogia Irmãos Velmont  -Conectados (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora