Improviso

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...Segurei os lençóis com toda a força possível entre os meus dedos enquanto sentia os cabelos macios de Alexandra roçarem no interior das minhas coxas. Eu continha um gemido entre outro enquanto me deliciava com a língua da promotora que agora fazia um movimento circular em meu clitóris que pulsava no ritmo dos meus batimentos cardíacos, implorando por aquele contato. Eu sabia que não demoraria para eu chegar ao clímax, então me concentrei em observar seus olhos azuis me fitando enquanto uma de suas mãos segurava meu seio, passando, vez ou outra, o dedo indicador no meu mamilo entumescido, fazendo-me estremecer, enquanto a outra mão segurava a minha coxa tão forte que eu podia sentir as suas unhas cravadas em minha pele.

Minha respiração ofegante entregava à ela que a qualquer segundo eu transformaria toda aquela excitação em um orgasmo, então fechei os meus olhos e mordi o lábio inferior, me preparando para aquele momento, quando subitamente senti ela se afastar e soltei um palavrão aleatório para demonstrar a minha insatisfação, observando o sorriso brincalhão em seu rosto. Ela adorava fazer aquilo. Mal tive tempo para reclamar, pois, assim que recuperei o fôlego na tentativa de fazer um protesto, senti seus dois dedos deslizarem para dentro de mim, me deixando ainda mais molhada do que eu já estava. Ela fazia um movimento suave, não precisava ser agressiva ou rápida demais, afinal, ela sabia exatamente o que estava fazendo e sabia que era boa com aquilo. Sorri para ela, encorajando-a a continuar enquanto observava seus pequenos seios balançarem a cada movimento que ela fazia com o braço quando, em um vislumbre, a vi se aproximar de mim, movendo os lábios lentamente e me peguei em dúvida: não sabia se ela falaria alguma coisa ou se iria me dar um beijo. "Goza pra mim, Liv" foram exatamente as palavras que saíram de sua boca. Aquilo, obviamente teria me excitado, porém ao invés disso me deixou totalmente assustada, pois a voz que saíra de sua boca não era nem um pouco parecida com a dela, na verdade era a voz de...

[...]

Dei um salto na cama e esfreguei os olhos para conseguir finalmente abri-los. Um feixe de luz entrava pela brecha entre a janela e a cortina branca do meu quarto indicando que o sol já havia nascido e eu olhei para os lados ainda um pouco fora de mim, percebendo que estava sozinha em meu apartamento. Eu ainda estava ofegante devido ao sonho que eu acabara de ter, quer dizer, o quase sonho, pois o final estragou tudo, no entanto, não consegui refletir muito sobre aquilo pois em um átimo de segundo lembrei que precisava estar às 7 horas na Central: aquele era o dia de fazer o exame para sargento. Peguei o celular da cabeceira e agradeci aos céus quando percebi que eu teria tempo suficiente para me arrumar e ir "tranquilamente", porém ainda perturbada pelo que eu não sabia distinguir se havia sido um sonho ou pesadelo.

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Saí calmamente do prédio da Central. A prova havia sido muito mais fácil do que eu esperava que seria, mas mesmo assim eu não conseguia ficar confiante, não queria decepcionar Cragen. Me dirigi ao estacionamento dizendo pra mim mesma para não ficar tão confiante, pois caso não passasse seria extremamente frustrante, porém enquanto estava pensando, vi de relance uma silhueta alta num terno azul claro encostada em um carro vermelho e cerrei os olhos para me dar uma visão melhor da pessoa.

Cate estava com as mãos cruzadas abaixo dos seios e me olhava como se estivesse me esperando. Lembrei-me automaticamente da noite anterior, quando ela e Alexandra estavam conversando sobre algo que eu não fazia a mínima ideia do que podia ser. Eu me sentia mal por ter sentido ciúmes, mas era inevitável.

Cate: Olivia!- a loira que estava com um óculos de sol acima da cabeça se distanciou de seu carro assim que me viu e veio até mim- era exatamente você quem eu queria ver.

Me: Olá, Cate- levantei a sombrancelha em dúvida e dei um sorriso sem graça à ela- jura? Sobre o que iremos falar?- encostei-me na parede do prédio e observei a advogada pondo as mãos nos bolsos do terno azul.

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