Sentir nunca foi proibido, amar muito menos. Se apaixonar faz parte e pode acontecer em um piscar de olhos, quando você menos espera já está ali, dentro de você, percorrendo seus vasos sanguíneos, liberando adrenalina, fazendo seus músculos tremerem...
Atualmente, é muito difícil alguém ousar dizer que duas criaturas se amaram por que se olharam. Contudo, é assim mesmo que se ama, e não existe outro modo. O resto não passa de resto, e só vem depois. Nada é mais real que esse grande abalo sofrido por duas almas que se comunicam por essa centelha.
Patrick atravessou a sala, o olhar e o sorriso em uma só direção. Mely o observou chegando até sua mãe, os dois se olharam quando trocaram um beijo carinhosamente.
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"Um dia você também irá se apaixonar Lie. Entenderá que o amor é o único capaz de vencer. A arma certa carregada aqui... -Tocou em seu peito- Dentro do seu coração." Foram as palavras que Amelie ouviu um tempo atrás, faladas por uma das mulheres mais sábias que ela já conheceu, Eibileen.
Era impressionante como conseguia ver o amor diante de seus olhos, se tivesse um cheiro, diria que era parecido com cupcakes recém saídos do forno. Não estranhava a forma do seu pai expressar o amor, sendo claro e insistente, pra deixar óbvio o que já era evidente. Amava aquela mulher, do fio de cabelo até a ponta do pé.
Eu penso que ninguém até hoje descreveu de verdade o amor, e talvez não seja possível descrever esse sentimento terno, cheio de alegrias e torturas, e quem o experimentou ao menos uma vez não há de querer expressá-lo em palavras. Para que prefácios, descrições? Para que eloquência desnecessária?
- Ouça filha, quero que fique sempre perto do papai... -Ellen
- Não acho que seja possível, talvez ela seja a primeira criança de 7 anos a percorrer a pista de Le Mans em um Porsche 911. -Patrick gesticulou pensativo. Ellen o encarou, curtindo a piada dele.
- Cuida dele por mim. - Sussurrou pertinho do ouvido dela. Amelie riu. - Divirtam-se! - Disse por fim.
Patrick carregou a mala de Mely até o carro do motorista que os levaria até o aeroporto.
- Não esquece que os agasalhos da Mely está...
- Vida, eu sei... -Patrick riu parando em meio ao caminho, como se estivesse cansado de dizer aquilo.
- É porque faz frio lá... -Ellen sussurrou notando sua própria preocupação exagerada.
Amelie se despediu mais uma vez da janela do carro, dando um tchauzinho tímido. Eles seguiram até o aeroporto, onde no mesmo estante entraram no avião que os levaria a França, onde aconteceria o evento automobilístico, nomeado 24 Horas de Le Mans. Não sei quem estava mais animado, Patrick que sentia-se confiante em relação a sua corrida e por Mely acompanhá-lo, é claro. Ou a própria, que exalava alegria por estar viajando com o pai e tendo a chance de vê-lo correr de pertinho.
