De relance, viam uma garotinha linda de olhos encantadores e uma inteligência curiosa. Mas Amelie era muito mais que isso, era muito mais que beleza. Amelie era alma límpida. Amelie era como aquela flor que brota minunciosamente no jardim abandonado, que desperta curiosidade em quem passa e se pergunta como surgirá. E quem a vê, se alegra contaminado pela esperança espalhada no ar. Mas algo ainda melhor ela mantinha dentro de si, e só quem ela permitia conseguia ver.
Desde a primeira vez que Eibileen teve a oportunidade de pegá-la nos braços, ainda um bebê, pequena e inocente. Com aqueles olhões azuis procurando vidas ao seu redor ela soube que não era qualquer garota. Não porque era filha de duas celebridades e que certamente teria uma boa vida, mais porque ela viu em seus olhos o amor. Viu a inocência de um ser comum, e saber que poderia receber tanto ódio lhe machucava a alma. Eiby sentia-se orgulhosa pelo que "criará", não só teve oportunidade de ensinar a Mely mais como também de aprender muito com ela. Ela tinha ótimos pais, pais que se preocupavam com ela nos mínimos detalhes. Pais que mesmo de longe eram presentes. Pais que se amavam e ninguém consente.
• Fhashback •
Ellen já viu a enorme placa amarela da farmácia milhares de vezes. No entanto, nunca pareceu tão pouco acolhedora. Ela atravessou a loja indo até o setor de anticoncepcionais, haviam mais de 10 marcas diferentes de testes de gravidez. Ninguém mais usa camisinha hoje em dia? Pensou. Pegou o que achou ser tão bom quanto os outros e levou até o balcão. Ellen temia que o rapaz que trabalhava ali a reconhece e então pensasse a respeito de sua compra. Ela só queria que aquele momento chegasse ao fim. Ao sair do estabelecimento, correu para seu carro. Seria uma péssima hora se surgissem paparazzi agora.
A única coisa que fez quando chegou em seu apartamento, foi encarar as paredes de tons calmantes da sua sala de estar. Respire fundo Ellen Pompeo, você precisa urinar. A coisa tão fácil e inútil pareceu ser impossível de ser realizada, hora! Seria porque ela estava nervosa? Pense em água, dizem que ajuda. Estúpida, logo agora nada vinha em sua mente. Depois de longos minutos encarando as paredes claras do toalete, a magia aconteceu. Ótimo! O que deve fazer agora? Esperar? Mais quanto? Ellen pegou a embalagem vazia e leu o indicativo. Achava que sabia como funcionava, ou deveria saber.
- Hey! -A voz soou animada e ao mesmo tempo embargada do outro lado da linha. Olhou pela porta de vidro da sacada e viu as estrelas. Por um momento queria ter a mesma calma que ele trazia em sua voz.
- Patrick precisamos conversar. -Disse
- Está tudo bem? Ellen são... -Pode ouvi-lo mexer em algo- 4h da madrugada! -Ela não tinha parado pra pensar que horas seriam, o tempo havia parado para si no momento em que pôs os pés naquela farmácia.
- Você está certo. Me desculpe acordá-lo, amanhã a gente conversa. -Concluiu. Mas Patrick sentiu a tristeza em sua voz, algo sério acontecia e ele não conseguiria voltar a dormir até saber o que era. Antes que ela desligasse o telefone...
- Ell! -Ambos deram uma pausa quando o apelido foi mencionado.- Você está em casa?
- Estou, mais deixa pra... -E a chamada foi encerrada.
Ela conhecia Patrick o suficiente para se arrepender no mesmo estante de ter feito a ligação, sabia que ele estaria em sua porta daqui a alguns minutos.
Ellen sentou-se no sofá da sala, de onde dava para ver o céu pelas paredes de vidro. Ela pensava em tantas coisas, olhava ao redor, tudo estava em pleno silêncio, mas ela já sabia que não estava sozinha.
Ela pensou em entrar em desespero, mais do que adiantaria? Não era o fim do mundo, não agora. De repente, o tempo passou na velocidade da luz. E quando então se moveu, se deparou com a silhueta do homem ancorado no hall de entrada a observando. Quase que seu coração pulou fora do peito.
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Um motivo para nós
FanfictionSentir nunca foi proibido, amar muito menos. Se apaixonar faz parte e pode acontecer em um piscar de olhos, quando você menos espera já está ali, dentro de você, percorrendo seus vasos sanguíneos, liberando adrenalina, fazendo seus músculos tremerem...