O vento tocou sua pele branquinha dando a ela pequenos calafrios de emoção. Era forte, era refrescante e faziam seus cabelos dançarem. A adrenalina começou a percorrer suas veias e as luzes em poucos instantes viraram um rastro. Era aquela sensação. Exatamente aquela sensação que ela imaginava.
- Tudo bem aí? -Patrick perguntou sorrindo sem tirar a atenção do volante. Ele dirigia seu Porsche 997 GT3 mostrando com cuidado, um pouco do que ele mais amava fazer.
- Papai, isso é maravilhoso. -Amelie sorriu fechando os olhos.
- Confie em mim, você está segura. -Disse tentando não deixá-la com medo da velocidade.
Amelie sorriu e soltou um "uhul" para fora da janela, voltando ao conforto do sinto de segurança logo em seguida. Patrick se surpreendeu, as semelhanças lhe assustavam de uma forma que ele não sabia descrever.
Ela amava velocidade, assim como ele.4 horas antes...
Talula andava de um lado a outro do quarto...
- ... Mais mãe, serão apenas mais dois dias... Papai disse que eu poderia... -Jillian a interrompeu do outro lado da linha fazendo Talula revirar os olhos.- Está bem, irei conversar com ele. Até mais mãe! -Desligou
Patrick a observou com um olhar triste, sabia que seus planos não haviam dado certo.
- Tudo bem T, terão mais eventos e tenho certeza que em algum deles sua mãe não irá recusar.
Talula esperava que sua mãe permitisse ficá-la mais dois dias com seu pai para que pudesse acompanhá-lo a um evento de automobilismo. Mas ela negou dizendo que haveria uma festa do seu trabalho. E realmente tinha, Talula apenas havia esquecido desse compromisso.
- Eu queria muito ir com vocês... -Disse abraçando o pai
Mesmo sem admitir, Patrick já previa a resposta de Jillian em relação ao convite, ela sempre deixou claro que odiava esse lado profissional de sua vida e nunca gostou que Talula lhe acompanhasse nas competições.
Mais tarde, Patrick se preparou para levar a filha. Amelie saltitava enquanto ajudava Talula com as malas, isso porque ela iria com o pai.
- Não quer ir mesmo com a gente? -Patrick perguntou novamente quando passou ao lado de Ellen.- Não vejo problema algum.
- Melhor eu ficar. -Sorriu tímida- Tem alguns scripts que preciso organizar... e vou aproveitar esse tempinho.
- Está bem. -Patrick colocou as malas de Talula no chão e se aproximou dela- Se cuida qualquer coisa me liga. -Deu um selinho rápido e antes de se afastar sorriu ao vento parecendo não acreditar que aquela mulher existia. - Te amo. -Sussurrou se afastando
- Também te amo. -Respondeu sorrindo- Sem correr... -Disse por fim, ele riu da sua preocupação.
- Tchau senhorita Ellen, foi muito bom vê-la! -Talula se despediu com um abraço
- Tchau Talula, quero ver você mais vezes ok? -Sorriu
O enorme gradil branco trazia algumas lembranças a Patrick, mais nada que o fizesse se sentir arrependido. Estacionou o carro em frente ao holl e retirou o cinto.
- Será que ela vai descer? -Talula se referia a mãe
- Acho que não filha. -Patrick a ajudou com as malas e virou-se para Amelie.
- Você vem? -Perguntou sorrindo. Amelie pensou por um segundo e desceu do carro com cuidado, nesse instante Jillian apareceu na porta sorrindo.
- Oi mãe! -Talulah correu abraçá-la
- Oi filha, tudo bem? -Jillian beijou Talulah, em seguida olhou para Patrick e a garotinha que o seguia. Aquela provavelmente era a outra filha de Patrick, as semelhanças com ele lhe provavam isso. O curvar de seus lábios a deixou arrepiada, ela sorria como Patrick. E os olhos, por hora estavam verdes, e ela se estremeceu ao concluir como a mistura de DNA's fora tão bem calculado.
- Boa tarde Jillian -Ele deu um leve sorriso
- Boa tarde Patrick -Amelie se aproximou do pai e agarrou sua mão. - Essa é a Amelie! -Disse sorridente.
- A sim, finalmente nos conhecemos. -Jillian se aproximou, se abaixando na altura da garotinha. - Tudo bem querida? Se divertindo muito?
Amelie saiu de mansinho olhando para o pai antes de respondê-la.
- É um prazer te conhecer senhorita Fink, eu estou me divertindo muito, pena que Talula não pode ficar mais. -Disse. Jillian olhou surpresa para ambos, estava maravilhada, ela era incrível não poderia odiá-la, estaria cometendo um grande pecado se o fizesse.
- Uma pena mesmo, mas temos um compromisso marcado. -Se levantou
- Talula me disse, espero que da próxima vez ela possa vir com a gente. -Patrick
- Vamos torcer, né filha ¬-Jillian abraçou Talula pelos ombros.
- Bem, a gente já vai indo... -Patrick chamou T para um abraço.- Te amo querida, se cuide e me ligue sempre quando puder.
- Também te amo pai. Irei ligar. -Talula beijou o rosto do pai.- Tchau Amelie, foi um prazer brincar com você. -Disse abraçando-a. Amelie sorriu tímida, Jillian de certa forma a intimidava.
- Até mais Jillian! -Patrick acenou e a mulher permaneceu em silêncio, vidrada no andar calmo da garotinha que mais parecia uma bailarina.•••
- Pai? -Amelie chamou
- Sim? -Patrick
- Você acha que um dia eu vou poder correr nas pistas assim como você? -Patrick suspirou. Dentro de si crescia uma pequena chama de orgulho. Ele imaginou Ellen diante da pergunta e riu baixinho.
Mas de certa forma a pergunta o pegou de surpresa, ele sempre soube da paixão de Amelie pelo automobilismo, passado de pai para filha, mais nunca havia considerado a hipótese de que pudesse ser algo além da admiração. Um desejo, um sonho.
- Claro que sim. -Ele sorriu- Mas tem certeza? É uma profissão complicada e muito perigosa. Exigirá muito de você, do seu foco e sua intuição. -Disse por fim
- Sim, mas acredito que eu possa conseguir.
- Muito bem filha, jamais deixe que alguém despreze seu sonho, ou duvide de sua capacidade. Você conseguirá o que quiser se acreditar. -Ela sorriu olhando o pai, os cabelos dele balançavam com o vento, ele também sorria diante do volante, do que acompanhava ao redor da estrada. E ela podia sentir a mesma alegria no peito.Capítulo curtinho só pra vocês saberem que eu voltei a escrever ♡
Percebi que muita gente nova chegou, obrigada aos comentários no capítulo anterior pedindo pra que eu continuasse, demorei mais cheguei haha
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Um motivo para nós
FanfictieSentir nunca foi proibido, amar muito menos. Se apaixonar faz parte e pode acontecer em um piscar de olhos, quando você menos espera já está ali, dentro de você, percorrendo seus vasos sanguíneos, liberando adrenalina, fazendo seus músculos tremerem...